A chegada da portuguesa campeã mundial júnior Francisca Kika Veselko estava prevista às 14.55 horas desta terça-feira, aterrou às 15.18 horas, num voo proveniente de Londres, Inglaterra, onde fez escala vinda de San Diego, Califórnia, Estados Unidos, mas só saiu pela porta das chegadas do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, às 16.22.
Obrigações alfandegárias e uma reclamação pelo desvio do saco com as pranchas com que viajava atrasou a saída de Francisca Veselko das zonas de desembarque. Acabou por aparecer com a taça de campeã do mundo júnior da Liga Mundial de Surf (WSL) na mão - conquistou-a na passada sexta-feira, em San Diego, Califórnia (EUA) -, para discreta chegada, animada pela receção familiar, com a mãe, Filipa Leandro, ex-surfista, o tio, o treinador, Rodrigo Sousa, e as surfistas Teresa Bonvalot e Mafalda Lopes, entre outros amigos. Dois cartazes, nos quais se podia ler Bem-vinda Kika, campeã do mundo e És a maior, Kika Leandro Veselko, assinalavam ainda a conquista.
«É a melhor vitória da minha careira. Fui a primeira pessoa a conseguir este título para Portugal [no estrangeiro]», disse Kika Veselko, 19 anos, entrada na competição como convidada, a primeira entre portuguesas a conquistar o troféu, mas sucedendo a Vasco Ribeiro, em 2014, na Ericeira.
«Quando soube que recebera o convite, disse ao meu treinador que tínhamos de ir. Ele disse logo que sim e que me queria ver campeã mundial. Regressámos com a vitória. Estou supercontente. Já acreditava nesta possibilidade e ter o meu treinador a acreditar tanto ou mais do que eu deu-me ainda mais forças», acrescentou a campeã nacional da Liga Meo 2021.
Além da presença de Rodrigo Sousa, que também treina Mafalda Lopes, Kika destacou outro apoio especial, do pai, Joe, norte-americano. «Ganhar frente ao meu pai e ao meu irmão Jaime, que moram nos Estados Unidos da América ... Não costumo ver muito o meu pai e foi ainda mais especial. Não tenho palavras. Durante a competição, o meu pai dizia-me que tinha de ganhar», contou a surfista nascida em Irvine, EUA, mas criada em Portugal, antes de agradecer as presenças de Teresa Bonvalot e Mafalda Lopes, parceiras no circuito Challenger Series (CS), prova de acesso ao Circuito Mundial da WSL.
“Somos uma família. Quando a Teresa ganhou o primeiro CS na Austrália, estava lá com a Mafalda e fiquei emocionada na praia. Senti a vitória da Teresa como se fosse minha e de Portugal», recordou a campeã mundial júnior, com a bandeira nacional a cobrir-lhe as costas e cujo título assegura-lhe a presença automática no CS deste ano. «Agora o meu sonho e foco é qualificar-me para o WCT e para os Jogos Olímpicos [Paris 2024]. O sonho está vivo e vou fazer o melhor nos campeonatos ISA e qualificar-me», apontou, em fim de conversa a jovem de Carcavelos, instantes antes de ser elevada em ombros, numa imitação da clássica saída da água.