O guardião do Canadá, Milan Borjan, penitenciou-se publicamente pelo lapso durante o encontro com Marrocos, esta quinta-feira, que custou aos norte-americanos o golo inaugural para os africanos na derrota por 1-2 em jogo da 3.ª e última jornada do Grupo F da competição, disputado em Doha, e que a seleção que capitaneia jogou já virtualmente eliminada da prova, de antemão.
«Penso que fizemos um Mundial muito bom. Viemos jogar futebol e não defender. Atacámos, surgiram erros na defesa: foi o que nos custou a eliminação, esses erros. Culpa da equipa, e até minha, neste jogo, também. Desculpem. Queríamos manter a ‘folha limpa’ e não sofrer golos durante estes três jogos, mas não conseguimos», sublinhou o guardião e capitão da seleção do Canadá, de 35 anos, que milita no Estrela Vermelha (Belgrado, Sérvia), em declarações, após o final do jogo, à BeIn Sports.
«Estou orgulhoso de todos os jogadores e staff que aqui estiveram! É uma experiência inacreditável para a jovem equipa que veio ao Catar, apenas com um ou outro mais experiente, como o meu caso. Nós estamos, foi uma irmandade, uma família, é o que temos, qualquer coisa de irreal: não somos uma equipa normal, somos mais do que isso, uma família, apoiamo-nos uns aos outros, o Canadá deve ficar orgulhoso de nós», sublinhou o ‘keeper’, cujo desejo de sair a jogar após Steven Vitória (Chaves) lhe atrasar a bola o levou a adiantar demasiado o esférico… e Hakim Ziyech aproveitou para, quase do grande círculo, atirar para a baliza deserta e fazer 1-0 para Marrocos, logo aos 4’, no jogo desta quinta-feira, que encerrou a página do Canadá no Catar.
«Foi uma atmosfera espantosa. Os fãs apoiaram-nos imenso a nós, e os de Marrocos também à sua seleção: mas que grande ambiente e experiência inesquecível! Dominámos a segunda parte, mas não conseguimos empatar. Consentimo-los, com erros, até eu, que erro, permiti-lhes abrir o marcador com aquela má receção, adiantei muito a bola, peço desculpa a todos», disse o veterano guardião do Canadá, inconsolável, mas simultaneamente feliz pela experiência marcante.
Borjan saiu do Mundial com o amargo de boca de ficar intimamente ligado ao resultado dos canadianos à despedida do Mundial no Catar, com um ‘brinde’ para Ziyech do tipo do de Diogo Costa consentiu ante o Gana… mas este a pagar a ‘fatura’ com golo.
«A perdermos por 0-2 com pouco mais de 20 minutos de jogo, era difícil darmos a volta. Mas a equipa demonstrou caráter! Mostrámos a nossa fibra, tivemos ‘balls’ [tomates]: não tivemos medo de ninguém: viemos para o campo divertir-nos e à procura da vitória e dos três pontos. Não deu, não era o nosso dia nem o nosso torneio, mas queremos estar de volta daqui a quatro anos. E acho que vai acontecer. Só quero dizer: país, Canadá, fiquem orgulhosos desta equipa», foi o repto de Milan Borjan, o capitão, emocionado, aos fãs canadianos.
«Tivemos tantos problemas na fase de qualificação, por causa da pandemia [covid-10]. E nestes jogos, casos positivos de Covid-19, jogadores retidos pelos clubes, outros com problemas pessoais e familiares. Mas juntámo-nos, foram tempos difíceis no início, mas no fim todo o país nos apoiava: era o que nos faltava, o 12.º jogador. Agora temo-lo e vamos levantar-nos, evoluir, e os melhores momentos das nossas vidas ainda estão por vir, na Liga das Nações e na Golden Cup [da CONCACAF]: acredito que o Canadá pode vencer qualquer uma dessas provas que se seguem, já», concluiu um capitão de cabeça levantada na hora do adeus ao Catar.