Moto GP Miguel Oliveira não desiste: «É possível ser campeão»
Decorrido quase um mês da queda no Grande Prémio de Espanha, o português Miguel Oliveira ainda desconhece a data do regresso ao Mundial de MotoGP. Continua a recuperar de lesão no ombro esquerdo contraída na sequência do choque com o francês Fabio Quartararo, mas não se mostrou apreensivo com os efeitos da prolongada ausência numa conferência promovida pela Rádio Renascença, ontem, em Lisboa, porque considera que a paragem, a segunda nesta época atribulada, não compromete a luta pelo título.
«Em 700 e tal pontos possíveis nesta época, ainda nem 100 foram alcançados, passadas cinco corridas. É possível ser campeão este ano. Estar aqui aleijado, sem estar em cima da mota, é difícil, mas espero voltar forte e mostrar a minha capacidade e rapidez», frisou o número 88 durante um painel da Conferência Bola Branca-Talento, Ética e Igualdade no Desporto, promovida pela Rádio Renascença. «Gostava de ter a certeza sobre a data exata do regresso. Esta lesão no ombro não tem tempo de recuperação fixo. A minha prioridade e da equipa é voltar a 100 por cento. Se tiver de demorar as cinco ou seis semanas previstas, lá terá de ser.» Para já, passaram três semanas e o piloto da RNF Aprilia só falhou o Grande Prémio de França, no último dia 14. Como o circo do MotoGP só regressa às pistas a 11 de junho próximo, em Itália, é possível que Miguel Oliveira consiga recuperar da lesão a tempo de participar.
Por outro lado, a época é suficientemente longa,abrangendo 20 etapas do Mundial, das quais ainda só se realizaram as primeiras cinco e Miguel Oliveira pontuou em três. Os 21 pontos amealhados valem-lhe o atual 16.º lugar.
Miguel Oliveira falhou dois dos cinco Grandes Prémios (Argentina e França) já realizados, em ambos os casos devido a quedas aparatosas em Portugal e Espanha, provocadas pelo espanhol Marc Marquez e o Fabio Quartararo, respetivamente. Ainda assim, o piloto rejeita qualquer receio no regresso à competição, aceitando o «risco de andar de mota». Mas Miguel Oliveira não se furtou a criticar a atuação dos dois pilotos com os quais caiu. «Não os ilibo no sentido de dizer que está tudo bem, pois é sempre importante trazer responsabilidade para quem está em cima da mota e respeitar os adversários. Existe alguma dose de coragem, autocontrolo e respeito pelo próximo. Simplesmente não podemos largar os travões e ir para cima de quem vai para uma curva», frisou o português. Uma critica estendida aos critérios dos castigos reservados aos pilotos infratores, o primeiro dos quais sancionado com a ausência em três corridas. «Embora Quartararo não seja culpado, apesar de o terem penalizado. Há falta de coerência e consistência de penalizações, a quem se dá e como se dá», considerou ainda o piloto.
O campeonato de MotoGP é liderado pelo italiano Francesco Bagnaia, com 94 pontos, com o compatriota Marco Bezzechi a um ponto de distância, enquanto o sul-africano Brad Binder é terceiro, com 81.