KTM declara insolvência e há quatro pilotos do MotoGP com contrato
Equipa austríaca que o português Miguel Oliveira já representou vai despedir 300 funcionários e necessita urgentemente de 100 milhões de euros
A KTM anunciou que a marca austríaca vai entrar numa reestruturação voluntária para evitar a falência, embora muitos especialistas adiantem que esta é inevitável, devido a problemas financeiros.
O pedido de insolvência deve dar entrada amanhã. «A KTM AG, uma subsidiária na posse do Pierer Mobility AG, irá submeter o procedimento de reestruturação judicial com auto-administração a 29 de novembro de 2024. Os requisitos de financiamento da KTM AG são atualmente num número alto de três dígitos de milhão. A gestão não espera ser capaz de garantir o financiamento interino necessário a tempo», lê-se no comunicado.
Entre as primeiras medidas, estão o despedimento de mais de 300 funcionários, quatro dos seis diretores e uma paragem da fábrica até fevereiro.
Ontem, vários relatos apontavam para uma das razões da crise serem mais de 100 mil motos que deixaram de ser vendidas este ano. De acordo com a Bloomberg, empresa de dados e notícias do mercado financeiro, a Pierer Industrie AG pediu aos credores para alargar o prazo de pagamento dos quase 250 milhões de euros em dívida.
Com este cenário negro e o anunciado desinvestimento no plano desportivo - não estará presente no Dakar -, a KTM fez saber que não pretende sair da grelha do Mundial de MotoGP do próximo ano, contudo, ninguém sabe o que pode acontecer com Pedro Acosta, Maverick Viñales, Brad Binder e Enea Bastianini que têm contrato com para a próxima temporada. Estima-se que a KTM gaste cerca de 80 milhões de euros por época no Mundial e depois de ter deixado de investir em Moto2 e Moto3, em consonância com as notícias da grave crise financeira que se vem agudizado, o receio agora é que a necessidade de cortar chegue ao topo da pirâmide. Pit Beirer, responsável da área de desporto da marca foi claro: «Vamos seguir. Aconteça o que acontecer, faremos o que for necessário para estar a 100 por cento», garantiu o responsável.
«O objetivo do processo é acordar um plano de reorganização com os credores a 90 dias. O redimensionamento do grupo não deve apenas garantir a existência contínua do Grupo KTM a longo prazo, mas também criar a base para emergir mais forte do processo», justificando a decisão como parte do processo de proteção contra possível falência.