Promissor piloto português ambiciona chegar à categoria máxima do desporto automóvel; focado no presente, pretende ter um ano de estreia estável no seu campeonato
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Entrevista A BOLA Ivan Domingues em estreia na Fórmula 3: «O meu maior sonho é chegar à Fórmula 1»

MOTORES14.03.202508:00

Piloto português, de 18 anos, inicia este fim de semana, no Circuito de Albert Park, na Austrália, a temporada na Fórmula 3, antecâmara para o escalão máximo do automobilismo; começou a competir nos 'karts' aos 8 e cedo rumou para o estrangeiro para evoluir em provas internacionais.

Ivan Domingues, de apenas 18 anos, está quase a protagonizar um momento importante para o desporto motorizado português: este fim de semana iniciará em Melbourne, Austrália, a época na Fórmula 3, 12 anos após António Félix da Costa ter representado o país na competição que serve de preparação para um futuro na Fórmula 1.

— Chega à Fórmula 3, uma antecâmara da Fórmula 1. Tendo em conta a idade que ainda tem, podemos falar no cumprir de um sonho? Era o que idealizava aos 18 anos?

— Sim, claro. O meu maior sonho, como já tenho dito, é entrar na Fórmula 1. Mas um dos outros é passar pela Fórmula 3, que é o percurso que planeamos até lá. É mais um objetivo e um sonho cumprido e espero um dia concretizar o do campeonato do mundo de Fórmula 1, chegar a esse grande campeonato.

— O último português a participar na Fórmula 3, há já 12 anos, tem uma carreira bastante recheada, caso de António Félix da Costa. Uma das atuais referências do desporto motorizado nacional. Olha também para isso como uma motivação, referência, modelo a igualar ou até, quem sabe, superar?

— Sim, sem dúvida. O António é um piloto muito bom. Já deu provas em vários campeonatos diferentes e já foi campeão na Fórmula E e não só. Sem dúvida que temos nele um grande exemplo do que é ser um grande piloto português, seja em que especialidade compita. É um excelente exemplo.

— Nessa altura em que o António da Félix da Costa estava na Fórmula 3, o Ivan tinha somente 6 anos. Curiosamente, não faltava muito tempo até entrar neste mundo…

— Sim, foi aos 8 anos. Comecei a competir e depois foi sempre a subir categorias no karting a nível nacional, depois em Espanha, passámos para provas em Itália, depois pela Europa… Demos o salto para as Fórmulas e fui subindo categorias dentro das fórmulas até este ano estarmos no Mundial de Fórmula 3.

Jovem piloto começou cedo a competir no karting e a subir patamares até chegar às Fórmulas e, atualmente, à Fórmula 3, na qual irá estrear-se
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— Entremos por aí. Desde sempre muito jovem a saltar categorias, mudou-se para o estrangeiro muito jovem, com 14 anos, para Itália. Como é que alguém tão novo encara uma mudança tão brusca?

— Andar de kart era o que gostava de fazer naquele momento, sempre foi o que gostei de fazer, por isso a mudança para Itália foi a minha vontade e foi também a vontade da minha família. Não encaro essa decisão como um custo na altura. Antes pelo contrário, fiquei muito feliz por ir para lá fazer todos os dias o que gosto e focar-me realmente no que quero fazer. Naquilo que me quero tornar no futuro, por isso foi um aspeto positivo ter ido para Itália, encaro-o como uma coisa positiva.

Promissor piloto português emigrou com 14 anos, em busca de um sonho; não o considera um sacrifício, mas sim «um aspeto positivo»
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— Está já num nível muito elevado. Falamos de um piloto de elite, que poderá um dia chegar à Fórmula 1. Qual foi o momento em que, enquanto criança, começou a olhar para o automobilismo mais a sério, que poderia realmente ser a sua vida?

— Mais a sério? Aos 12, 13 anos… um bocadinho antes da mudança para Itália, foi quando começámos a levar as coisas mais a sério, mais profissionalizadas. Comecei a abdicar de várias coisas no meu dia-a-dia e durante o ano para fazer o que realmente gostava, que na altura eram as corridas e o karting. Foi aí que comecei a fazer tudo isto a sério e na minha cabeça decidi que queria seguir esta profissão. Queria fazer disto a minha vida.

— Está atualmente na van Amersfoort. Que balanço faz da ligação à equipa? Chegar a uma equipa com este nível e capacidade de atingir uma Fórmula 3 constitui um casamento perfeito para ambos?

— Sim, podemos dizer que sim. Já vai ser o meu terceiro ano consecutivo com eles e já nos conhecemos todos muito bem dentro da equipa. Funciona tudo muito bem e por isso acredito que esta temporada vai ser bom para nós, tanto para mim como para a equipa. Vamos trabalhar arduamente para desenvolver o novo carro e ao longo do tempo ir evoluindo para estarmos sempre bem classificados durante toda a época.

Piloto português destaca relacionamento perfeito e total conhecimento e identificação com a sua equipa, a van Amersdoorf; promete «trabalhar arduamente» para desenvolver o carro para a competição
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— O facto de a Van Amersfoort o ter levado para a Fórmula 3 ainda com esta idade, ainda bastante jovem e com muitos anos de carreira e aprendizagem pela frente, é também um voto de confiança? Sente estar numa prova onde poucos têm a oportunidade de entrar?

— Sim, sem dúvida. A equipa está a dar-me uma grande confiança, da mesma maneira que também estou a ter muita confiança neles e espero que esta confiança do meu lado e do lado deles se vá transmitir sempre em bons resultados, em coisas de que nos possamos orgulhar.

— Mais de metade da sua vida está ligada ao automobilismo. A correr, a entrar em provas, a competir, numa paixão pelos automóveis que é de família — o seu próprio pai é proprietário de uma empresa de peças de reposição para automóveis. Viver junto dos motores já nasceu com o Ivan?

— Sim, o gosto pelos carros e pela velocidade veio desde sempre do meu pai. Sempre gostou muito de automóveis e foi ele que me levou à pista, naquelas primeiras vezes que comecei a ver uma ou duas corridas que ele fazia com a empresa, na brincadeira… Por isso sim, posso dizer que este gosto foi transmitido desde cedo pelo meu pai.

Piloto português lembra que o gosto pelo automobilismo lhe foi incutido desde bem cedo pelo seu progenitor e as primeiras corridas a que assistiu
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— Olhando agora para esta época de estreia na Fórmula 3, que objetivos imediatos se podem esperar? Lutar por vitórias é uma possibilidade e aspira a primeira vitória como profissional para já?

— Neste momento estamos muito focados em desenvolver o carro, juntamente com a equipa e focados na minha técnica, na minha maneira de conduzir e tudo o que envolve a melhoria como piloto e da equipa. Estarmos neste momento a olhar para números, para resultados… acreditamos que se melhorarmos tudo à volta dos resultados, eles irão aparecer por si só e por isso, como disse, estamos focados no nosso objetivo, no que temos de fazer e não nos números.

Piloto de 18 anos, em estreia na Fórmula 3, define como meta inicial «desenvolver o carro» antes de pensar em objetivos classificativos ou eventuais vitórias
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— Vimos aqui um pouco do que é a preparação para um dia de testes. Como é o dia-a-dia de um piloto que se está a preparar para uma prova deste tipo? A preparação é a de qualquer outro atleta, com uma entourage para trabalho físico e mental?

— Sim, depende. Nos últimos tempos, tenho estado em Portugal, ou nos Países Baixos ou Madrid... Depois, como estamos aqui no Estoril, que é um bocadinho diferente. Aqui é mais na ação, não tanto na preparação, quando estou nos Países Baixos juntamente com a equipa é bastante à base do preparo não físico mas mais técnico, no simulador deles. Já em Madrid, é sobretudo onde trabalhamos a parte física e depois ainda temos Leiria, a passar mais tempo no meu simulador em casa e também a parte física. Também trabalho com um técnico que me tem acompanhado nos últimos cinco ou seis anos no aspecto mental, estratégica e de comunicação, o que me tem vindo a ajudar consideravelmente nos últimos anos.

Estreante luso em Fórmula 3 relata como tem sido o seu quotidiano na preparação; preparação é dividida entre o Estoril e Leiria, em Portugal, e em Espanha e Países Baixos, fora do País
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— Por fim, como projeta a carreira a curto, médio e longo prazo?

— Sem dúvida que o grande sonho é entrar na Fórmula 1 mas, para lá chegar, primeiro tenho de ter um bom ano de Fórmula 3 e depois um bom ano de Fórmula 2. Por isso, o pensamento está aí, no que é preciso fazer para ter um bom ano de Fórmula 3. Especialmente agora no início da temporada, é esse o nosso pensamento, tanto o meu como o da equipa.