Aceitam-se apostas contra o campeão e as ‘odds’ nunca estiveram tão altas!
Verstappen e Red Bull mantém-se em vantagem, dizem observadores e... adversários. E entre estes últimos, Ferrari Mercedes revolucionaram os carros. Fizeram-nos à imagem do vencedor de 2023 - que surpreendeu na evolução!
A pré-temporada decorria sem sobressaltos quando no primeiro dia de fevereiro explode a bomba: Lewis Hamilton, heptacampeão mundial e o corpo e a alma da equipa da Mercedes, anunciava a passagem para a Ferrari a partir de 2025. A notícia de uma transferência mais estrondosa na Fórmula 1 em décadas.
Os fãs entraram em frenesim incendiando as redes sociais. Durante dias não se falou noutra coisa. Ainda se fala. E vai falar-se durante a temporada, e com implicações imprevisíveis no seu normal desenvolvimento. Estará o britânico totalmente empenhado em fechar com sucesso a sua brilhante carreira na Mercedes? Desconfiará a marca da estrela do compromisso pleno do piloto? E Carlos Sainz, a quem Hamilton sucederá na Ferrari, que conduta adotará na Scuderia em situações em que puder sentir-se acossado?
Questão que os próximos meses — dez! — darão certamente resposta. Mas há mais dúvidas. E essas começam a ser desvendadas já a partir de hoje, no Bahrein, onde a temporada mais longa da história da disciplina máxima do desporto automóvel arranca, na primeira de 24 Grandes Prémios e um total de 30 corridas, incluindo seis de Sprint. Onde se posicionam as forças em compita? Continuará a Red Bull hegemónica — esmagadoramente! — ou haverá rivais que a poderão superar ou, pelo menos, ameaçar? Entre estes, Ferrari e Mercedes na primeira linha (ou será segunda?).
Curiosa igualmente as evoluções, trocas e alterações de conceitos dos novos carros destes principais contendores. Ferrari e Mercedes decidiram, sem espanto, seguir na direção das soluções de design, essencialmente de aerodinâmica, da Red Bull, a referência, numa temporada em que os regulamentos técnicos não foram modificados. Quando as equipas italiana e alemã apresentaram os monolugares viram-se cópias aproximadas da máquina ganhadora de 2023, o RB19 de Max Verstappen e Sergio Pérez. Ninguém as pôde criticar. Os adeptos da Fórmula 1 e destas marcas terão esfregado as mãos, de esperança.
Mercedes abandonou o conceito mal-sucedido do monolugar de 2023 e imitou o da Red Bull. Mas esta decidiu adotar o antigo da rival alemã...
Mas eis senão quando… a Red Bull, a última das equipas a revelar o bólide, surpreende! Mais do que surpreende, choca, ao fazer uma espécie de retrocesso no conceito. Ao invés de desenvolver o sublime produto de Adrian Newey de 2023, este genial engenheiro/projetista britânico decide basear-se no conceito malsucedido do Mercedes W14 do ano transato, que tantas dores de cabeça (entendam-se críticas) deu a Hamilton e a Russell. Justificaram os responsáveis da Red Bull, que viram virtude em desalinhar com o conceito que sabiam que os rivais imitariam, e ainda que admitindo a ousadia e o desconhecimento dos proveitos dessa irreverência, levaram-no adiante.
E o resultado foi… Aguarde-se pelos próximos dias, talvez semanas e as primeiras corridas, para aferi-lo. Todavia, os indicadores deixados no teste no Bahrein são auspiciosos. O RB20 voa! Pelo menos com Verstappen aos comandos. Isso basta. Como em 2023. Resta saber se a concorrência fez bluff.