PARTE 2 - Maior figura da vitória dos tricampeões contra o Sporting há uma semana, o extremo das águias é ainda 'youtuber', tem uma mão como o Homem de Ferro e quer que as tatuagens na perna direita lhe dêem recordações dos países onde jogou e o que alcançou. Também filma tudo para que os filhos venham a saber que foi um bom basquetebolista. Sonha em jogar na ACB, se possível no Real Madrid, e hoje defronta (18h00) a última equipa, V. Guimarães, que os derrotou na Liga Betclic há quase um ano.
— Tem um canal no YouTube: Live Atypical, com Trey Drechsel, onde vai mostrando às pessoas, mais ou menos todas as semanas, um pouco da sua vida de basquetebolista nos treinos, preparação para os jogos, analisa a suas performances… Quando é que teve esta ideia, começou a gravar e porquê?
— Acho que, como qualquer empreendedor ou alguém que constrói algo, normalmente o primeiro objetivo não vem a ser o final. Quando criei o canal, foi porque tive uma lesão muito grave. Lembro-me de ter vivido muitas coisas e pensar: 'Ninguém sabe pelo que estou a passar. Sei que há muitos outros atletas que estão a passar pelo mesmo. Por isso, talvez se não me ralar com o que as pessoas pensem e publicar vídeos do que estou a fazer e da recuperação, talvez isso tivesse importância para algum miúdo'. Queria que as pessoas ouvissem as histórias. Vivo tão longe de casa [Woodinville, estado de Washington] e da família que eles não fazem ideia do que está a acontecer e de algumas das coisas pelas quais passo diariamente. Foi aí que tudo começou.
Quero que os meus filhos saibam que joguei basquetebol, que fui um bom jogador, e que tivemos algumas experiências incríveis enquanto éramos jovens. Ainda não temos filhos, mas quero que eles possam olhar e dizer: ‘O meu pai jogou contra o Sporting’. Isso seria uma coisa fixe.
Mas, também porque jogava basquetebol e a minha mulher [Carlie] vivia comigo — nessa altura ainda não éramos casados — e sempre tive a ideia de criar uma família muito grande. Quero que os meus filhos saibam que joguei basquetebol, que fui um bom jogador, e que tivemos algumas experiências incríveis enquanto éramos jovens. Ainda não temos filhos, mas quero que eles possam olhar e dizer: ‘O meu pai jogou contra o Sporting’. Isso seria uma coisa fixe. Foi assim que começou. No entanto, não como se tratasse de um movimento, está a transformar-se numa outra coisa. Há muitas pessoas que se sentem inspiradas pela forma como encaro as as situações, a vida, e tento melhorar em tudo. Transformou-se em algo ainda mais fixe do que imaginei e agora faço-o apenas por diversão e porque ajuda as pessoas.
Parti seriamente a mão [direita]. Foi mesmo mau. Tive de colocar 13 parafusos e duas placas. A mão é basicamente de metal, tipo Homem de Ferro
— E essa lesão foi quando?
— Há cinco anos, na minha segunda época [na Europa], está na minha mão. Tinha assinado um contrato no início da temporada com o Partizan de Belgrado e acabei por ser emprestado. No segundo jogo parti seriamente a mão [direita]. Foi mesmo mau. Tive de colocar 13 parafusos e duas placas. A mão é basicamente de metal, tipo Homem de Ferro ou algo do género.
Levo o meu trabalho bastante a sério e faço tudo o que é necessário para desempenhá-lo, mas também sou um homem de família, que aprecia estar com a mulher e os meus cães. Gostamos de nos divertir. Queria mostrar mais essa vida. Slice of Life é um conceito que anima, onde se mostra o dia a dia.
— Reparei que, esta época, tem um título novo no canal de YouTube: Trey's Slice of Life [Fatia da Vida de Trey]. Foi porque começou a revelar mais da sua vida fora do campo e dos treinos? É esse o pedaço de vida que também quer mostrar, que não é apenas um basquetebolista?
— Sim, acho que, como americano a viver no estrangeiro, há muito mais para além de jogar basquetebol. A razão pela qual quis alterar um pouco é porque algumas pessoas estavam a ficar com uma impressão errada. A pensar que sou um tipo muito sério e é só basquetebol, basquetebol… Levo o meu trabalho bastante a sério e faço tudo o que é necessário para desempenhá-lo, mas também sou um homem de família, que aprecia estar com a mulher e os meus cães. Gostamos de nos divertir. Queria mostrar mais essa vida.
Slice of Life é um conceito que anima, onde se mostra o dia a dia. Tive a ideia e a minha pequena equipa de YouTube também gostou. Esperamos apresentar mais cultura portuguesa e coisas do género e expandir. Mas é difícil, o público adora basquetebol, por isso, tenho de lhes dar basquete durante algum tempo e, em simultâneo, ir introduzindo coisas portuguesas.
PARTE 1 - Maior figura da vitória dos tricampeões contra o Sporting há uma semana, o extremo das águias é ainda 'youtuber', tem uma mão como o Homem de Ferro e quer que as tatuagens na perna direita lhe dêem recordações dos países onde jogou e o que alcançou. Também filma tudo para que os filhos venham a saber que foi um bom basquetebolista. Sonha em jogar na ACB, se possível no Real Madrid, e hoje defronta (18h00) a última equipa, V. Guimarães, que os derrotou na Liga Betclic há quase um ano.
Recebo muitas mensagens de jogadores estrangeiros, jovens das universidades, que perguntam como filmo. É todo um lado que nunca imaginei. Então, eventualmente, quero começar a fazer isso, inspirar outros criadores.
— Prometeu que haveria surpresas para breve. Pode revelar-nos algumas? E qual é o sonho com o YouTube?
— Ah, está a fazer boas perguntas porque, quando houve alturas em que não sabia qual era o sonho. Tenho alguns grandes objetivos. Quero começar a fazer campos [de treino], clínics, a criar grupos onde as pessoas possam realmente conversar e crescer juntas. Começar a construir uma comunidade real, que faça crescer e seja uma mudança, assim como trabalhar com outros criadores para partilhar vídeos. Com essa imagem maior inspirar outros atletas para compartilharem as suas histórias. Recebo muitas mensagens de jogadores estrangeiros, jovens das universidades, que perguntam como filmo. É todo um lado que nunca imaginei. Então, eventualmente, quero começar a fazer isso, inspirar outros criadores.
A surpresa é que fiz a primeira aposta no mercado, onde criei t-shirts que têm uma mensagem importante para mim e para a minha marca. Chamei-lhe Atypical Principals [Princípios Atípicos]. São princípios em que me vou apoiando na vida e que fazem parte de como cresço como jogador. A primeira aposta foi no verão. Não sabia o que fazer, então resolvi vender algumas t-shirts. Achei que o meu público queria mostrar o seu comprometimento em viver de uma certa forma. Só que foi terrível. Demorou seis semanas para entregarem as t-shirts. Foi uma dor de cabeça. Desta vez correu melhor, deu bastante trabalho, mas tinha uma equipa atrás de mim. Fizemos uma sessão fotográfica em Paris, havia intenção atrás do design e já temos cá as t-shirts. O primeiro drop vai ser agora, em janeiro.
Obviamente que aspiro ao melhor. O Real Madrid seria incrível…, mas tenho que ser realista. É difícil escolherem um nome para uma equipa de topo, como o Real Madrid, sem experiência. Mas estou totalmente aberto a trabalhar pelo caminho.
— E o sonho de fazer esses novos vídeos é em que clube da Liga ACB espanhola?
— Ah, man... Obviamente que aspiro ao melhor. O Real Madrid seria incrível…, mas tenho que ser realista. É difícil escolherem um nome para uma equipa de topo, como o Real Madrid, sem experiência. Mas estou totalmente aberto a trabalhar pelo caminho. A crença em mim tem crescido ano após ano, mês após mês, semana após semana. É o que a comunidade Atypical também acredita e os inspira. Idealmente, seria o Real Madrid, o Málaga... São equipas incríveis, mas iria para qualquer uma da ACB. Só sei que iria ajudá-los a tornarem-se um clube melhor e então talvez os maiores notassem.
— Desde que está a viver em Portugal, há ano e meio, sempre usou câmaras e gravou imagens. Foi uma surpresa para a equipa?
— Oh yeah!
Na época passada, o primeiro dia em que trouxe a câmara lembro-me do Tony Douglas ficar a olhar para mim e o TC [Terrell Carter] tipo: o que é que estás a fazer? Ficaram nervosos com a câmara, tornou-se estranho e eu também não sabia se os podia filmar. Foi muito engraçado.
PARTE 3 - Maior figura da vitória dos tricampeões contra o Sporting há uma semana, o extremo das águias é ainda 'youtuber', tem uma mão como o Homem de Ferro e quer que as tatuagens na perna direita lhe dêem recordações dos países onde jogou e o que alcançou. Também filma tudo para que os filhos venham a saber que foi um bom basquetebolista. Sonha em jogar na ACB, se possível no Real Madrid, e hoje defronta (18h00) a última equipa, V. Guimarães, que os derrotou na Liga Betclic há quase um ano.
— Mas, atualmente, às vezes até já o ajudam a gravar e tudo. Ainda se queixam muito?
— Não, agora é como um jogo. Cada vez que trago a câmara dizem: lá vem ele outra vez. Mas é uma coisa bastante ousada de fazer. Na época passada, o primeiro dia em que trouxe a câmara lembro-me do Tony Douglas ficar a olhar para mim e o TC [Terrell Carter] tipo: o que é que estás a fazer? Ficaram nervosos com a câmara, tornou-se estranho e eu também não sabia se os podia filmar. Foi muito engraçado. Só que, no ano passado, gravava tudo com um iPhone. Só tinha o meu telemóvel. Agora tenho mesmo uma câmara e é muito melhor. Mas também mais chato. Quando têm uma câmara grande à frente da cara digo: 'Vá lá pessoal…' Só que os meus companheiros de equipa são ótimos parceiros e tem sido divertido.
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