Supertaça volta a Alvalade após 32 anos
Fotografia FPV

Supertaça volta a Alvalade após 32 anos

Tal como acontecera na final da Taça Ibérica, Sporting volta a bater o Benfica por 3-1. Quarta vez que os leões ganharam o troféu. Edson Valência arrasador

Uma semana depois de terem derrotado o Benfica na final da 2.ª Taça Ibérica por 1-3, disputada em Matosinhos, o Sporting voltou a levar a melhor em mais um dérbi lisboeta disputado a norte, desta feita em Santo Tirso, para conquistar a 28.ª Supertaça, quarta no historial do clube, por 1-3, pelos parciais de 23-25, 25-19, 22-25 e 19-24.

Há 32 anos que os leões não conquistavam o troféu após o terem ganho três vezes seguidas entre 1991 e 1993.

Quanto aos encarnados, que haviam vencido a competição em 2023 contra a Fonte do Bastardo (3-1) e já levaram para casa a Supertaça 12 vezes, as últimas 11 em 13 temporadas entre 2011 e 2023, apesar de se terem sagrado tetracampeõs nacionais de 2023/34, nos passados nove embates contra os rivais da capital detêm uma desvantagem de 3-6.

O Sporting está agora a uma Supertaça de igualar o palmarés de Castêlo da Maia e SC Espinho (5) na prova, onde as águias lideram destacadas e figuram ainda Leixões e Fonte do Bastardo, com uma cada.

«Este início foi aquilo que idealizámos e sonhámos. Entrámos [na época] motivados e galvanizados para discutir estes troféus [Taça Ibérica e Supertaça]. Nunca há garantias de vitória, mas fizemos por merece-las. Fomos a melhor equipa nos dois fins de semana. Estou felicíssimo, porque era um dos objetivos. Temos de continuar a trabalhar com seriedade para nos mantermos a este nível», afirmou os treinador dos verdes e brancos João Coelho, naturalmente satisfeito com o arranque da temporada.

«Estou felicíssimo porque há 32 anos que o Sporting não levantava a Supertaça. Mérito inteiro a toda uma equipa que está nas minhas costas, muito mais importantes do que eu, e a uns jogadores fantásticos que dão tudo todos os dias para chegarem onde querem e, se tudo correr bem vão lá chegar», vai comentando já apontando ao título na Liga Una.

«Hoje ganhámos com justiça. Sei que há 18/20 meses levávamos duas dúzias de derrotas consecutivas [contra o Benfica], agora é continuar a inverter essa tendência e confirmar. Mas não é fácil. Ainda temos muitas dores de crescimento, o campeonato vai-nos apresentar obstáculos difíceis de transpor. Há ainda muitas afinações por fazer», ressalvou Coelho que não estará satisfeito no final da época se a o grupo não chegar ao título que foge aos leões desde 2017/18.

Quanto ao encontro em si, apenas no 2.º set é que os homens de Marcel Matz elevaram com consistência do principio ao fim o nível do serviço, com destaque para Japa e Pablo Natan, o que complicou o side out do adversário e a capacidade de resposta na rede, onde também se foi juntando Felipe Banderó. Com dois decisivos parciais de 5-0: o primeiro para o 17-10; e depois para o 23-14, conseguiram resolver facilmente as coisas e igualar a 1-1.

Nos restantes, Edson Valência foi o maior culpado pelos momentos de desequilíbrio dos sets a favor dos de Alvalade. Ora através de um serviço que complicava a melhor preparação do ataque do Benfica, ora surgindo nas alas, a partir da segunda linha, enquanto o bloco dos companheiros se foi revelando outro obstáculo para os campeões.

«Tivemos um serviço agressivo, e estivemos unidos e solidários em termos defensivos, nunca deixámos de lutar por qualquer bola, mesmo quando a nossa agressividade nos levava a cometer erros. O adversário também não deixou de lutar. No segundo parcial, dispusemos de oportunidades para reagir, mas ficámos de fora do set, pois o adversário tem armas poderosíssimas. Disputámos os outros três parciais olhos nos olhos e decidimo-los a nosso favor. Fomos melhores no bloco e no ataque», analisou ainda João Coelho que teve no cabo-verdiano Kelton Tavares outra das figuras e em Yurii Synytsia e nos zona 4 checos Jan Galabov e Martin Micek jogadores que foram crescendo e fazendo o marcador funcionar sem a equipa ter de recorrer a Valência.

No 4.º set, quando o Benfica não podia falhar para levar a decisão à negra, o encontro ainda se manteve equilibrado até ao 7-7, só que uma sequência de 1-8 (8-15), que começaram com 0-4 (7-11), foi revelando demasiado cedo para quem iria a Supertaça face a nova inconstância dos encarnados no serviço, side out e finalização.