Portugal vence França e está nas meias finais do Mundial
Seleção Nacional impõe-se por 4-2 em jogo complicado e defronta Espanha no sábado
Portugal está nas meias-finais do Campeonato do Mundo em Novara, após vitória sobre França, por 4-2, nos quartos da competição, esta sexta-feira, e defrontará Espanha (17.45 horas) no sábado.
Como se antevia, jogo difícil, complicado, para Portugal, frente a França. Apesar de ter estado em vantagem após o quinto minuto, a Seleção Nacional nunca controlou o jogo e muito menos esteve em ascendente perante adversário bem organizado e coeso, rápido na circulação de bola e nas transições. A equipa das quinas foi criando algumas oportunidades - não maior número ou mais flagrantes do que a francesa -, mas faltou-lhe consistência, sempre suscetível à oposição defensiva e aos golpes ofensivos contrários.
Na segunda parte, Portugal melhorou substancialmente e foi acima de tudo mais cínico e calculista nas suas ações, marcando em momentos cruciais e fechando melhor o seu último reduto, amparado na inabalável fiabilidade do guarda-redes Ângelo Girão.
A primeira vantagem, sempre importante, foi de Portugal. Aos cinco minutos de jogo, grande jogada de Zé Miranda e concretização de Gonçalo Pinto! Mas não foi estímulo suficiente. França tarda a reagir, e os 10 minutos beneficia de penálti, por falta de João Rodrigues (empurrão da Roberto di Benedetto) após perda de bola a meio rinque. Rimi Herman remata, mas Ângelo Girão faz grande defesa.
Numa fase incaracterística do jogo, que levou o selecionador português Paulo Freitas a solicitar desconto de tempo para pedir maior mobilidade aos seus jogadores, de muitas faltas de França, que já somava cinco faltas aos 10 minutos, a seleção gaulesa empata. Remate de Carlo, defesa de Girão e Roberto a recargar com êxito.
Logo a seguir, os franceses dispõem de livre direto e de exclusão por dois minutos de Rafa, mas Girão voltou a ser enorme e impediu a vantagem do adversário. Período de jogo difícil para Portugal, sob pressão de França, que João Rodrigues alivia um pouco com oportunidade de golo. A cinco minutos do intervalo, foi a vez do selecionador francês dirigir-se aos seus jogadores na língua de Camões (!) para requerer-lhes maior rotação.
Mais um desconto de tempo na reta final da primeira parte do encontro, para Paulo Freitas queixar-se: «Estamos a oferecer. Mais paciência. Nada de ataque demasiado rápidos!». O selecionador exige mais solidariedade na equipa. Mas até ao intervalo nenhum indício de melhoria portuguesa e o descanso não chegou sem mais uma oportunidade flagrante francesa.
Portugal ressurge no reatamento com maior rapidez e aos três minutos chega outra vez à vantagem. Remate de Rafa, com o guarda-redes francês infeliz após a defesa, deixando escapar a bola por trás das costas.
França passa a fazer pressão homem a homem, chega à 9.ª falta ainda a 17 minutos do final, mas consegue roubar várias vezes a bola a Portugal com que lançou perigosos contra-ataques. Por esse motivo, a equipa lusa começa a acautelar-se, deixando um ou dois jogadores mais recuados em ações ofensivas, o que lhe retira coesão e acutilância.
Aos 13 minutos, 10.ª falta para França, mas Gonçalo Alves não consegue marcar o respetivo livre direto, desaproveitando oportunidade para dilatar a vantagem, importante em contenda tão equilibrada. Mas foram mais as ocasiões em Portugal voltou a estar perto do golo, incluindo de penálti (sempre por Alves), mas mais amiúde em contra-ataque, explorando o adiantamento do adversário. De tal modo, que o selecionador, em desconto de tempo, estimula os seus jogadores afirmando que as oportunidades de golo desperdiçadas por Portugal poderão influir psicologicamente nos atletas lusos...
Todavia, aos 21 minutos, João Rodrigues marca o terceiro golo de Portugal, culminando contra-ataque - e ainda dois minutos em vantagem numérica por exclusão de Bruno di Benedetto por palavras ao árbitro. Carlo di Benedetto não se conformou com o afastamento do seu irmão e reduziu para França, e a 33 segundos do final teve ensejo de empatar o jogo, mas falhou. Logo a seguir, Portugal não perdoou. Hélder Nunes atirou para a baliza deserta em situação de power play de França e decidiu a complicada eliminatória.