«Os Celtics têm cultura única e mentalidade que ajudou a vencer campeonatos»
Fotografia Ivo Martins/A BOLA

ENTREVISTA A BOLA «Os Celtics têm cultura única e mentalidade que ajudou a vencer campeonatos»

BASQUETEBOL01.04.202411:36

PARTE 1 - BOSTON - Após dois anos nos Sacramento Kings, o primeiro português na NBA, de 24 anos, está agora nos Boston Celtics, melhor conjunto da fase regular, mas diz que os principais candidatos ao título são os campeões Nuggets. Bastante reservado a tudo o que seja conversas de balneário, está satisfeito com a vida em Boston, o clube e os fãs da equipa que considera ser a melhor em que já jogou .

Este é um dos seus raros dias de folga total nos Celtics. Ontem, depois do jogo no TD Garden, notei que quando disse que seria dia de folga e não tinha nada para fazer, fê-lo com um sorriso na cara. Entre viagens e treinos sabem bem estes dias e num calendário tão preenchido como o vosso são poucos?

— Sim, nesta altura do ano já há muito desgaste de todos os jogadores e acho que compensa sempre um dia de folga. Trabalhamos todos os dias com vontade de ganhar campeonatos, mas também vale a pena, compensa ter um dia de folga, saber estar apenas a descansar, dormir um bocadinho mais ou simplesmente ficares deitado na tua cama, por vezes, dá um jeito diferente.

— O seu dia de folga é sobretudo isso, total descanso ou aproveita para fazer outras coisas para as quais, normalmente, não tem tempo?

— Depende, pode ser uma mistura de tudo, a maior parte das vezes é mais para descanso e ficar em casa.

— Os Boston Celtics, são a melhor equipa de sempre onde jogou?

— Sim, sim…

— Porquê?

— Creio que tem uma cultura única, muito de si própria. Dá para perceber que aqui têm um orgulho diferente e que também têm uma mentalidade que nos ajudou a vencer imensos campeonatos até hoje.

Fotografia Ivo Martins/A BOLA

— O Celtic pried não é só chavão de preciosismo, ele existe mesmo, sentes isso?

— Sim, nota-se isso.

«O Joe Mazzulla adora ver futebol. Percebe imenso, nota-se que também joga»

1 abril 2024, 12:18

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PARTE 2 - Neemias Queta confirmou a paixão do treinador dos Celtics quanto ao 'desporto rei' (no resto do mundo) e revela como o técnico, que visitou o Manchester City e Pep Guardiola, costuma integrar vídeos nos treinos. Sempre que pode, o poste português tenta acompanhar a liga portuguesa de basquetebol e os jogos da Seleção

— O que tem sido melhor de tudo nesta época para si?

— Tem sido a maneira como temos adquirido confiança uns nos outros ao longo da época, a maneira como encaramos todos os desafios com uma boa oportunidade de ser melhor como equipa e como podemos usar isso no futuro quando estivermos com adversidades nos momentos mais importantes do ano. Por isso acredito que temos vindo a criar uma boa química de equipa e de grupo para quando estivermos em momentos maus sentirmo-nos mais confiantes em nós mesmos.

— Há duas semanas, no 25.º aniversário do basquetebol masculino na conferência, foi eleito um dos 25 melhores jogadores da Mountain West Conference, da NCAA. Já sabia que isso ia acontecer, foi apanhado de surpresa, como é que foi?

— Não, não estava mesmo nada à espera que isso fosse anunciado, ainda por cima nesta altura do ano, mas foi algo que deixou contente. E ainda por cima ter o Sam [Merrill, que jogo nos Cleveland Cavaliers e também atuou em Utah State] na mesma equipa deixou-me ainda mais satisfeito. Fiquei muito contente porque a Mountain West é uma conferência que já teve muitos jogadores importantes no basquete, portanto é uma grande honra.

Fotografia Ivo Martins/A BOLA

— Vem de uma importante universidade, Utah State, mas que não é uma das super-universidades do país. Sentiu da própria universidade esse orgulho pela nomeação, teve algum um feedback deles?

— Sim, acho que desde que cheguei lá ao campus em 2018 sempre fui muito acarinhado pela massa adepta de Utah State e desde então tenho feito o meu máximo para poder ajudar a colocar o nome dos Aggies no mapa e deixá-los orgulhosos ao mesmo tempo.

— Recentemente o Gilbert Arenas, ex-jogador da Liga, afirmou que o problema dos muitos pontos que existem atualmente nos jogos da NBA é porque não se defende e a culpa deve-se aos jogadores europeus. Concorda?

— Não, acho que não é para mim debater isso...

— Mas, por exemplo, não foi tema de discussão nos Boston Celtics essa afirmação do Gilbert Arenas, que os jogadores europeus é que têm essa culpa de haver muitos pontos na NBA?

— Não, isso não chegou a nós. É também a primeira vez que ouvi falar.

«Dá para perceber que o Rúben Prey tem imenso potencial»

1 abril 2024, 12:56

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PARTE 3 -Neemias Queta analisa vantagens e desvantagens que o português do Juventut de Badalona terá para se mostrar à NBA se for para uma universidade americana ou se ficar a jogar na Europa. Confirma que gostaria que as empresas que fazem os cromos também incluíssem jogadores com contratos de duas-vias, e fala sobre as diferenças de viver em Boston e Sacramento... não esquecendo Utah, onde estudou