PARTE 2 - Neemias Queta confirmou a paixão do treinador dos Celtics quanto ao 'desporto rei' (no resto do mundo) e revela como o técnico, que visitou o Manchester City e Pep Guardiola, costuma integrar vídeos nos treinos. Sempre que pode, o poste português tenta acompanhar a liga portuguesa de basquetebol e os jogos da Seleção
— Soube-se, recentemente, que o treinador Joe Mazzulla é um apaixonado por futebol e quando, em fevereiro, houve a paragem do All-Star Game de Indianápolis foi a Inglaterra visitar o Manchester City porque admira imenso o Pep Guardiola, o estilo de jogo e por causa dos sistemas táticos da equipa. Já lhe contou, por exemplo, que no Benfica o Jorge Jesus achava o mesmo do basquetebol e era ao basquete que ia buscar esses sistemas para adaptar, como os bloqueios defensivos e ofensivos, para usar no futebol? Referiu-lhe alguma coisa sobre isso e costuma conversar com ele sobre futebol?
— Sim, costumamos falar de futebol, mas não lhe cheguei a contar esses detalhes. O Joe adora ver futebol, percebe imenso de futebol. Nota-se que também joga. Costuma mostrar-nos imensos vídeos de como mexer a bola no futebol e é daí que conseguimos tirar algumas dicas sobre isso. Acho que todos os desportos estão interligados em termos de aprender uns com os outros e creio que aqui conseguimos fazer isso da melhor maneira aqui.
— É também um apaixonado do futebol e pensou em ser jogador de futebol. Já disse alguma vez a Joe Mazzulla que, antes de ser basquetebolista, sonhava ser futebolista?
— Não, mas temos um monte de bolas de futebol lá na ‘facility’ [The Auerbach Centre, centro de treino dos Celtics, em Boston] e estou sempre por ali aos toques. Acho que toda a gente percebe que o futebol foi um dos meus primeiros amores
— E já lhe disse que melhor que o Manchester City é o Benfica?
— Não, não… [risos] ainda não lhe disse, mas penso que isso é óbvio.
— Há alguém mais apaixonado por futebol nos Celtics? Algum jogador?
— Creio que [Kristaps] Porzingis [poste letão] também gosta imenso de ver futebol, o Jaylen Brown também aprecia futebol, até acho que também é fã do Arsenal. Deve haver outros mas agora não me estou a recordar.
— O futebol já não é uma modalidade estranha entre os jogadores da NBA, sente isso?
— Penso que nunca foi.
— Quais são as diferenças quando está a viajar e tem de andar a alternar entre os Main Celtics [G League] e os Boston Celtics? É como mudar de executiva para a classe turística, comparado o que encontra numa e noutra equipa?
— É mais ou menos isso, mas não me cabe a mim mandar um baixo ou elogiar o outro. É o que é, o que tem de ser, e não há comparações.
— Mas existe uma diferença muito grande entre o que encontras numa liga e outra?
— Sim.
— Os jogos da Seleção de basquetebol para a qualificação do Europeu— 2025, conseguiu ver as partidas deste ano?
— Sim, mas só consegui ver o primeiro porque no segundo, enquanto eles estavam a jogar, eu também me encontrava a disputar outro encontro, mas estive a acompanhar de perto e a pedir aos nossos treinadores [de Portugal] se conseguiam mandar os jogos ou dizer o resultado a qualquer momento que pudessem.
— Portanto, viu o jogo de Israel, não é? O que é que achou da Seleção?
— Tenho estado a jogar bem, ultimamente temos vindo a jogar um basquete mais consistente. Não diria mais coletivo, mas temos vindo a envolver muita mais gente em todas as componentes e penso que estamos no bom caminho para que, no futuro, possamos fazer um brilharete.
PARTE 1 - BOSTON - Após dois anos nos Sacramento Kings, o primeiro português na NBA, de 24 anos, está agora nos Boston Celtics, melhor conjunto da fase regular, mas diz que os principais candidatos ao título são os campeões Nuggets. Bastante reservado a tudo o que seja conversas de balneário, está satisfeito com a vida em Boston, o clube e os fãs da equipa que considera ser a melhor em que já jogou .
— Portugal vai qualificar-se para o Eurobasket-2025?
— Não tenho aqui uma bola do futuro, não consigo dizer sim, mas esse é o objetivo.
— Quando estás a ver aqueles jogos pensa: e se eu estivesse ali…, uma vez que não pode lá ir devido à época da NBA?
— Claro, quero estar sempre presente e apoiar a minha equipa onde quer que estejam, mas por agora não se pode fazer muito mais.
PARTE 3 -Neemias Queta analisa vantagens e desvantagens que o português do Juventut de Badalona terá para se mostrar à NBA se for para uma universidade americana ou se ficar a jogar na Europa. Confirma que gostaria que as empresas que fazem os cromos também incluíssem jogadores com contratos de duas-vias, e fala sobre as diferenças de viver em Boston e Sacramento... não esquecendo Utah, onde estudou
— Sei que viu a final da Taça de Portugal de basquetebol entre o Benfica e o FC Porto. É uma situação regular, procura sempre assistir a estes momentos importantes. Procuras ver as competições portugueses, como é?
— Sim, na maior parte das vezes costumo ver os jogos, sendo eu embaixador da Liga Betclic, acho que é algo que é sempre bom poder continuar a manter o contacto e ainda por cima tenho montes de amigos que ainda jogam lá na liga portuguesa e gosto de manter contacto com eles para saber como é que estão, como é que está a correr a carreira deles.