19 março 2024, 10:49
«Não nos podemos esquecer o que o Neemias fez por nós no começo do ano»
Treinador dos Celtics mantém confiança no poste português e diz que este sabe ter paciência e que o seu tempo irá chegar.
Poste português não saiu do banco na vitória dos Celtics sobre os Pistons no TD Garden, mas, no final, conversou com A BOLA sobre o momento em que a melhor equipa do campeonato se encontra e o que a diferencia dos adversários, que a atual situação contratual não o preocupa e que sempre foi apoiado pelo clube e adeptos
BOSTON – Mantendo-se como a única equipa já qualificada para o play-off e a ter atingido a meia-centena de vitórias na fase inicial (54 v-14 d), ao baterem os Pistons por tranquilos 119-94 (31-28, 28-18, 33-28) no regresso ao TD Garden, os Celtics somaram o sexto triunfo consecutivo.
Após na véspera, em Washington, contra os Wizards, ter atuado oito minutos, Neemias Queta voltou a ser convocado por Joe Mazzulla mas, desta feita, não foi chamado a entrar em campo. A BOLA teve oportunidade de falar com o poste português no final.
«Cada dia é diferente. Hoje foi um jogo mais bem conseguido da nossa parte. Defendemos melhor, mas, mesmo assim os Pistons são uma equipa muito difícil de defrontar. O seu registo [12-56] não mostra a qualidade que têm, por isso temos de respeitá-los da mesma maneira», referiu Neemias depois de recordado que, em dezembro, também em casa, os Celtics haviam necessitado de um prolongamento para evitarem a derrota (128-122).
19 março 2024, 10:49
Treinador dos Celtics mantém confiança no poste português e diz que este sabe ter paciência e que o seu tempo irá chegar.
Encontro em que Queta, com 5 pontos, 2 ressaltos e 1 roubo de bola, foi utilizado 20 minutos e Luke Kornet, um dos postes da rotação, não saíra do banco enquanto Jaylen Brown estava lesionado.
Desta feita foi a outra estrela maior, Jayson Tatum, a não atuar por se encontrar com um problema no tornozelo direito, Jrue Holiday e, face à também ausência do poste Al Horford, Kornet (4 pts, 10 res, 2 ass), alinhou no cinco inicial ao lado Kristaps Porzingis (20 pts, 8 res) enquanto Brown (31 pts, 7 res, 3 ass), Payton Pritchard (23 pts, 7 ass) e Derrick White (22 pts, 10 res, 10 ass), respetivamente com 5/9 e 6/12 em lançamentos de três pontos, assumiram definitivamente a liderança do marcador a 4.13m (18-16) do fim do quarto inaugural, precisamente num lançamento de White que viria registou o primeiro triplo-duplo da carreira. Com 21 pontos, Jaden Ivey (5 res, 5 ass) cotou-se como o melhor dos visitantes.
Únicos já qualificados para o play-off, com apenas duas derrotas nos últimos 19 jogos, é este o registo que está a mostrar a qualidade dos Celtics e a candidatura ao título? «Sim, esse é o nosso estandarte. Aqui queremos ganhar todos os jogos e entrarmos com a mesma fome. Acho que temos vindo a fazer um trabalho consistente durante o ano inteiro. Está a chegar a fase final em que tudo importa, por isso temos de realizar o que temos feito até agora para no termo da época sermos a equipa mais feliz», responde Queta, recordando também que Boston apenas tem três desaires no TD Garden.
Faltam-lhes 14 jogos para começarem o play-off, qual é que é a sua expectativa para esses encontros e se tem a esperança do contrato que lhe permita atuar na segunda fase, porque toda a gente quer jogar um play-off, não é? «A expectativa é de realizar os jogos todos com a mesma mentalidade, sabendo que temos de vencer cada partida para não evitar passos para atingirmos o nosso objetivo no final do ano e isso nunca me passou pela cabeça até agora».
«O que tenho feito é trabalhado para jogar todas as vezes que o meu nome seja chamado e não é por não atuar nos play-offs que tenho menos valor ou não continue a trabalhar para isso. Tenho os pés bem assentes na terra. [O contrato de duas-vias, que atualmente tem] Foi o que me foi dado no início da temporada e é o que tenho até agora», diz, tranquilo, num dia em teve uma claque particular no pavilhão de 22 portugueses, entre os quais a atriz Rita Pereira e o marido Gillaume Lalung, ambos ex-jogadores de basquete, o apresentador da rádio e televisão Pedro Fernandes, assim como os influencers Carina Caldeira e Daizer, aos quais se juntou a ex-estrela da WNBA Ticha Penicheiro que, a par de Neemias, é embaixadora dos campeonatos portugueses de basquete Liga Betclic.
Há um ano Neemi encontrava-se nos Sacramento Kings, que também realizaram uma boa época regular, terminando em 2.º no Oeste. Qual é a principal diferença entre as duas equipas? Os Celtics dão maiores garantias de que pode lutar pelo título? «Acho que sim. Tanto temos mais opções no cinco inicial como no banco. Somos uma formação completa, conseguimos jogar de diferentes maneiras quer no ataque como na defesa. Trocar da posição 1 à 5, colocar a bola no ataque dentro do pintado, lançar triplos… Temos muitas opções no reportório. Penso que a essa versatilidade é o que nos ajuda a separar dos restantes adversários», analisa.
Questionado na conferência de imprensa sobre Neemias, Joe Mazzulla voltou a elogiar o empenho do português ao longo da temporada, recordou o percalço da lesão há cerca de duas semanas e salientou que deve ser recompensado. Mas será que o internacional luso sente essa confiança? «Foram sempre honestos comigo e deram-me muita confiança desde que cá cheguei. Tenho feito o meu trabalho desde então e não tenho dúvidas de que continuam a acreditar no meu potencial», responde de imediato.
E também sente esse reconhecimento dos adeptos, que dizem que quando entra é com toda a energia? «Sim. Isso sempre foi algo que soube fazer. Desde que comecei a jogar basquete em menino sempre fui um jogador que entrava com energia, com tudo, e creio que os fãs têm feito o seu trabalho. Têm-me apoiado desde que cheguei e feito sentir-me como se estivesse em casa», salientou.
O próximo embate, quarta-feira, será contra os Milwaukee Bucks, um dos principais candidatos a lutarem com os Celtics pelo título da conferência Este. É habitualmente um confronto animado, o que espera dele? «É sempre um jogo interessante, especialmente porque podemos vir a encontrá-los nos play-offs, por isso temos de estar com os pés bem assentes na terra. Saber que é um confronto complicado, têm uma equipa muito dinâmica com o Giannis [Antetokounmpo], o Damian [Lillard]. Tal como nós possuem muitas opções. Apesar de estarem numa fase não tão boa, têm o nosso respeito e vamos com tudo», promete.
Fazendo um top-3, quem é que vê, neste momento, no Este para lutar com os Celtics pela vitória na conferência? «Não quero estar a dizer quais são os melhores. Aqui cada dia é um dia e em todos temos de estar prontos para lutar porque quando se é favorito e não se está preparado viramos alguém com um alvo nas costas. E não há muita complacência na Liga. Não é por aí que temos de pensar», concluiu.