Nadal: «Quero ser lembrado como boa pessoa e o menino que seguiu os seus sonhos»

TÉNIS19.11.202423:50

Maiorquino despediu-se em lágrimas de uma carreira de 20 anos onde ganhou 22 Grand Slams

Nadal quer ser conhecido como «uma boa pessoa». Pela mão do tio chegou a Málaga e recordou no último dia que jogou profissionalmente «o pequeno miúdo que seguiu os seus sonhos e que alcançou mais do que tinha sonhado.

Rafa Nadal falou sereno, agradeceu a toda a gente e à família. Foi aplaudido, aplaudiu e voltou a agradecer no final da eliminatória da Taça Davis que encerrou uma carreira de 20 anos. E só no final começou a soltar as emoções. Quando começou a ser exibido o vídeo que percorreu os 20 anos de uma vidadedicada ao ténis, o mairquino não resistiu mais e as lágrimas apareceram.

A paixão pela modalidade, da qual prometeu continuar embaixador, nunca morrerá, jurou. «Não estou cansado, o corpo é que não quer jogar mais ténis. Sinto-me um privilegiado, fiz coisas que jamais poderia imaginar, dar graças à vida, à minha família, equipa, amigos. Não quero personalizar, posso esquecer-me de alguém. Sou uma pessoa que não gosto de mudanças, gosto de estar com aqueles que fazem com que a vida seja melhor, por isso, fiz sempre poucas mudanças, foi sempre uma relação profissional e também pessoal. Sem vocês nada disto seria possível», disse o tenista de 38 anos, que conquistou 92 títulos de singulares.

O mercado negro oferecia bilhetes a 70 mil euros para assistir à última partida de Rafael Nadal e Málaga vestiu-se a rigor e encheu-se de gente para a despedida de uma das maiores lendas do ténis mundial. «Tenho de agradecer. Agradecer, a tanta gente, que está um pouco por todo o lado. Ao público, aos que aqui estão, aos que me acompanharam nos momentos bons e maus, empurraram-me sempre que precisei. Sou um felizardo por ter tanto carinho de todo o mundo e, sobretudo, de Espanha», disse Rafa. «Obrigada por me deixarem viver o sonho de jogar a Davis, dei o que tinha e obrigada por me terem dado a oportunidade de estar aqui e passar os últimos dias como profissional, em equipa. Foi um privilegio incrível, conseguimos muitas coisas boas juntos», disse olhando em volta para os seus companheiros de Seleção.  

Contudo, nunca tirou os pés do chão: «O importante é ser boa pessoa, o resto virá com o trabalho. Quero ser lembrado como o menino que seguiu os seus sonhos e chegou aqui.»