Basquetebol Jogadora detida na Rússia quebrou o silêncio
A basquetebolista Brittney Griner, que esteve dez meses presa na Rússia, assumiu que vai lutar pelos direitos dos presos no estrangeiro, numa conferência de imprensa nesta quinta-feira. A jogadora, de 32 anos, foi detida em fevereiro de 2022 num aeroporto na Rússia, ao ser intercetada com cartuchos com vestígios de canábis para um cigarro eletrónico que tinha e foi condenada a nove anos de prisão.
Griner, que vai voltar a jogar pelas Phoenix Mercury, afirmou que tinha «consciência do esforço e do que se passava» durante o longo processo da sua libertação. «Saber e ser consciente disso deixou-me mais cómoda, deu-me esperança, o que é uma coisa dura de se ter, e realmente perigosa, quando não funciona», acrescentou. A bicampeã olímpica prometeu ajudar «todos os que estão injustamente detidos em todo o mundo», por quem vai continuar a lutar e fazer campanhas de consciencialização.
Os EUA e a Rússia chegaram a acordo para a libertação de Brittney, em dezembro passado, com a troca do traficante de armas Viktor But pela jogadora. A norte-americana, que tem estado fora do foco mediático desde que foi libertada, fez as primeiras aparições públicas neste mês e deu nesta quinta-feira a sua primeira conferência de imprensa, onde relembrou todo o incidente.
Fez questão de agradecer a Joe Biden, presidente norte-americano, à liga de basquetebol norte-americano (WNBA) e ao clube, bem como à esposa, jornalistas e todos os que a apoiaram. Emocionada, admitiu que quer agora distanciar-se daqueles «momentos duros». A jogadora revelou-se entusiasmada e «cheia de vontade» para voltar a jogar com as Mercury, com quem foi campeã em 2014, apesar de estar a sentir dificuldades em recuperar da situação «extenuante» em que se encontrava.
Não deixou de criticar a desigualdade salarial vivida no basquetebol, que obriga muitas jogadoras a jogar no estrangeiro para pagar as contas, algo que revelou «nunca mais» vir a fazer. «Vamos fora pela desigualdade salarial, e muitas precisam desse dinheiro para ajudar as famílias», atacou a atleta, fazendo uma comparação entre o seu salário anual, bem abaixo do meio milhão de dólares, e o de Stephen Curry (Golden State Warriors), o mais bem pago da NBA, de 48 milhões de dólares.