Estoril Open: João Sousa termina carreira em singulares com derrota
Confirma-se o adeus do vimaranense. O português foi esta quarta-feira eliminado na primeira ronda do Estoril Open, depois de perder encontro contra Arthur Fils, por 0-2, 5/7 e 4/6
Por volta das 15.25 H, entrou em campo João Sousa de 35 anos, número 272 do ranking mundial ainda sem vitórias no circuito ATP em 2024, registo simbólico do último ano e meio do tenista, período repleto de lesões que o impediram de jogar ao mais alto nível de forma consistente.
Passado uma hora e 50 minutos de jogo saiu de court o melhor jogador de ténis da história portuguesa, com 220 triunfos na carreira, 27 das quais em provas do Grand Slam, legado que o vimaranense deixa na memória coletiva de Portugal, bem mais vincada do que as pegadas na terra batida, prontamente apagadas pelo vento e chuva que com a qual a tarde desta quarta-feira contou.
«São muitos anos de emoção. Terminar aqui [Estoril Open] foi muito especial», contou ainda em court. «Não podia ter escolhido melhor palco para acabar a carreira. Nenhum dos meus resultados fazia sentido sem o vosso apoio. Têm sido incríveis. Queria-vos agradecer pelos bons momentos. Estas pessoas que aqui estão [família e treinador] são as pessoas mais importantes da minha vida. É aqui que começo a chorar… Tudo o que fizeram por mim para eu poder realizar os meus sonhos, agradeço imenso. Muito obrigado por tudo», concluiu, visivelmente emocionado.
O último ponto da brilhante carreira de João Sousa:
Não foi a derrota contra Arthur Fils, por 2-0 (5/7 e 4/6), que apagou o facto de Sousa ter sido o único português a levantar um troféu ATP, sendo o primeiro arrancado a ferros a Julian Benneteau, em Kuala Lumpur (2013) encontro em que esteve a um ponto da derrota e numa prova que derrotou o n.º 4 mundial, David Ferrer. Foi a melhor vitória de João Sousa. Até essa altura.
Família de João Sousa e treinador entram em campo para homenagear o tenista:
Não foi a surpreendente subida à rede de Fils, a primeira do encontro, para fechar o primeiro set, que deixou cair em esquecimento a conquista do ATP 250 realizado em Valência, em 2015, muito menos o triunfo contra Frances Tiafoe no mesmo Estádio Millennium onde Sousa se despediu do público tenístico. Esse dia sim, foi o pináculo da carreira do vimaranense, também numa prova na qual salvou dois match points contra o compatriota Pedro Sousa, na segunda ronda. Na final, contra um adversário teoricamente mais complicado, o norte-americano admitiu que o comportamento dos fãs presentes, que se fizeram ouvir ao entoar A Portuguesa, o intimidou.
E não foi a bola na rede, no último ponto, que menorizou o feito de ter sido o primeiro português a atingir os oitavos de final de um major (US Open 2018 e Wimbledon 2019), antes de Nuno Borges ter repetido a proeza no Open de Austrália 2024.
Quando muito, foi o ponto que fez a 4/4, 40-40 que fez lembrar o quarto e último título ATP que levou para casa, quando Sousa, fugindo muitas vezes à pancada de esquerda para comandar os pontos com a sua potente e afinada direita, superiorizou-se a Emiil Ruusuvuori na final do ATP 250 de Pune.
João Sousa despede-se com corredor de honra e forte ovação: