Águia quer roubar ‘fator-casa’ ao dragão
Jogo 3 da final do campeonato este domingo (15 horas) na Dragão Arena. FC Porto e Benfica empatados 1-1, após vencerem jogos nos seus rinques. Protagonistas unânimes sobre importância dos sucessos caseiros
O terceiro jogo da final do play-off do Campeonato Nacional de hóquei em patins, este domingo (15 horas), entre FC Porto e Benfica, o segundo na Dragão Arena, colocará um dos arquirrivais em vantagem, após a prevalência do fator casa nas primeiras partidas (1-1).
Os dragões venceram o clássico de abertura, por 5-3 no prolongamento, e as águias igualaram a final – que se decide à melhor de cinco jogos, ao terceiro triunfo de uma das formações - ganhando por 5-2 na Luz. Os azuis e brancos procurarão, a partir das 15 horas, manter a vantagem do fator-casa, de disputar três partidas no seu recinto, a derradeira (a quinta da série) se necessário em caso de empate – e os encarnados anulá-la, revertendo-a em benefício próprio, que lhe permitiria, ao quarto duelo, no seu pavilhão, em caso de vitória, revalidar o título.
Começando o discurso precisamente pelo reconhecimento da preponderância que o fator-casa tem tido nesta final, o treinador do Benfica, Nuno Resende, considera, todavia, que a sua equipa mostrou mais argumentos no primeiro jogo na Dragão Arena, do que o adversário na Luz, e crê na possibilidade de materializar esse ascendente na quebra, ainda inédita, dessa vantagem. «Não há forma de negar que [o fator casa] dá uma força extra às equipas, mas temos de combater isso com mais rigor, tentando tirar-lhes o registo em que eles são fortes, e, o contrário também, ou seja, aproveitar aquilo em que eles podem ter alguma fragilidade. Sabemos que eles em casa valem mais, da mesma forma que nós também, embora eu ache que fizemos um jogo extremamente interessante no Dragão. E a replicar, sendo mais competentes na forma como reagimos à perda e controlamos as transições», refere o técnico dos encarnados, que recuou à partida na Invicta para sustentar, com detalhe, a sua perceção que o Benfica fez boa exibição.
«Foi na transição ofensiva deles que ganharam o jogo no Dragão, embora tivéssemos feito um trabalho excelente na contenção, na forma como perdemos a bola e na forma como chegámos à baliza. Mas temos de ainda ser mais fortes. E depois, na transição ofensiva, principalmente – porque o jogo está a ser discutido muito nisso –, sermos mais eficazes. Criámos muitas situações, tivemos mérito na forma como saímos, e bem, no Dragão Arena, mas não fomos eficazes na finalização. Temos de ser muito mais competentes. Se o conseguirmos e aumentarmos a eficácia, podemos discutir o jogo», sublinhou Nuno Resende, em declarações à BTV, que fala em bom momento dos campeões nacionais.
«Estamos a passar um bom momento neste play-off. Temo-lo provado ao nível da qualidade de jogo e dos resultados, mas acredito que até ao jogo iremos aumentar principalmente os níveis de energia, que é fundamental. Em termos motivacionais estamos serenos, tranquilos. Sabemos da dificuldade, sabemos que estamos numa final com um adversário extremamente competente, estamos felizes, mas não excitados. Acho que o facto de ser a terceira final seguida dá-nos a consistência e a experiência que também são muito necessárias nestes momentos. Mesmo nos jogadores mais jovens, tem-se visto esse crescimento que eles têm tido, que tem sido fundamental, e é este equilíbrio que eu espero que no domingo tenhamos, porque certamente vamos passar dificuldades, vamos passar momentos difíceis e a serenidade vai ser fundamental», frisa o treinador, de 48 anos.
Carlos di Benedetto: «FC Porto quer fazer ‘match point’»
O portista Carlo Di Benedetto enfatiza a importância de a sua equipa «passar novamente para a frente» da série da final. «Sabíamos desde o início da época que era muito importante ficarmos em primeiro na fase regular para termos o fator casa a favor. Como estamos a ver, é muito importante», declarou o internacional francês aos canais de comunicação do FC Porto.
«Entramos em todos os jogos para ganhar, seja em casa ou fora. Agora o jogo é em nossa casa e queremos muito ganhar, queremos fazer o 2-1. Sendo o jogo em nossa casa, temos ainda mais vontade de passar novamente para a frente da eliminatória. Sabemos que temos de deixar tudo na pista em todos os jogos», referiu o avançado, de 28 anos.
«Antes de mais, é muito importante recuperar física e emocionalmente. Já levamos 10 ou 11 meses de temporada e isso é muito importante. Depois, quando acaba um jogo, temos de pensar logo em preparar o próximo. Já sabemos o que eles fazem e eles já sabem o que nós fazemos, por isso o que faz a diferença é a vontade e quem quer mais este título. Em nossa casa, temos de ser sempre nós a querer mais e isso tem de fazer a diferença», acrescenta o mais velho do clã Di Benedetto nesta final, em que defronta o irmão Roberto di Benedetto, do Benfica.
«Eles sabem que, se perdem aqui, ficamos nós com o match point, mas o inverso também pode acontecer. Mas só temos de pensar em fazer o 2-1 e não ter medo de nada, nem de ninguém e só focados em vencer. Estamos conscientes dos nossos pontos fortes e nos deles», concluiu o hoquista, que já marcou dez golos em nove jogos em que participou neste play-off.