Tour: Pogacar e Evenepoel criticam Vingegaard e Visma

Tour: Pogacar e Evenepoel criticam Vingegaard e Visma

CICLISMO07.07.202423:53

O esloveno, camisola amarela, e o belga, segundo classificado, ficaram descontentes com a atitude defensiva do dinamarquês, vencedor das duas últimas edições da Volta a França

Tadej Pogacar e Remco Evenepoel uniram-se nas críticas à Visma-Lease a Bike, com o camisola amarela a acusar a equipa neerlandesa de subestimar os outros candidatos e o ciclista belga a criticar Jonas Vingegaard pelas táticas defensivas.

«Os da Visma só olham para mim e subestimam os outros. Acredito que podem pagar por isso», defendeu o ciclista esloveno da UAE Emirates. Pogacar atacou repetidamente nos setores de gravilha da nona etapa, que teve início e final em Troyes, mas a equipa neerlandesa respondeu a todos os seus ataques, embora Vingegaard tenha ficado distanciado numa ocasião, com Matteo Jorgenson a ter de deixar o camisola amarela seguir para ajudar o seu líder dinamarquês.

O duas vezes vencedor do Tour (2020 e 2021) e segundo das duas últimas edições foi ainda mais longe, mencionando o momento em que ele e Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) conseguiram uma vantagem de cerca de 40 segundos para os adversários da geral, a mais de 70 quilómetros da meta, e engataram num grupo em fuga, antes de abdicarem da iniciativa, perante a falta de colaboração do chefe de fila da Visma-Lease a Bike.

«Podíamos ter ganhado tempo e consolidar o pódio. A Visma está fixada em mim e isso pode sair-lhes caro», insistiu, antes de defender o seu arquirrival. «Creio que se não tivesse havido ordens da equipa, teria sido diferente. Ele tinha companheiros no pelotão, mas só pensam na minha roda, não na do Remco ou do Primoz [Roglic]».

Também Evenepoel, que já tinha mostrado todo o seu descontentamento na estrada, criticou a postura do bicampeão em título, defendendo que foi «uma pena» que Vingegaard não tivesse colaborado com ele e Pogacar.

«A corrida pode ter terminado ali. É a sua tática, não podemos fazer nada. Eles [Visma] vão correr na defensiva e há que aceitar, mas foi estranho. Estávamos juntos os três favoritos e uma vantagem de uns 40 segundos. Se tivéssemos, juntávamo-nos ao grupo da frente e teria sido letal», acrescentou o jovem belga.

O líder da Soudal Quick-Step, que é segundo na geral, a 33 segundos do camisola amarela, acabou também por beneficiar da atitude da equipa neerlandesa, uma vez que Vingegaard escusou-se a colaborar com Pogacar num dos seus ataques, quando Evenepoel tinha ficado para trás.

«Sabia que me iam atacar e, num dos setores, não me colocaram bem e acabei por ser surpreendido», admitiu, considerando ainda assim que foi «uma boa jornada».

Alvo das críticas dos homens que o precedem na geral, Jonas Vingegaard, terceiro classificado explicou qual era o plano da sua equipa. «Não pensávamos em puxar nos ataques, era melhor para nós recuperar mais companheiros para o caso de haver algum imprevisto. O nosso objetivo nesta etapa era não perder tempo, por isso era melhor esperar”, esclareceu o dinamarquês, que fez parte da etapa na bicicleta de Jan Tratnik, depois de o esloveno lha ter dado quando furou.

Vingegaard, que está a 1.15 minutos de Pogacar, insistiu que este tipo de etapas, com estradas por asfaltar, são mais favoráveis ao camisola amarela, que por isso «se distanciou em vários momentos».

«Mas estou satisfeito por ter podido alcançá-lo e não ter perdido tempo nesta jornada que era perigosa para mim», completou, antes de considerar que tiradas como esta são um «risco desnecessário» numa corrida como a Volta a França.