Ciclismo Strade Bianche para classicómanos em terra batida
Com 16 edições já realizadas, poderá afirmar-se que a Strade Bianche que se corre no sábado, é uma corrida relativamente jovem, mas pelo prestígio já conseguido há quem afirme que dentro de alguns anos a corrida poderá ser considerada o sexto monumento do ciclismo mundial. Desde sempre que as corridas italianas costumam ter algo de nostálgico, no caso da Strade Bianche percorrida em grande parte por estradas de terra batida “Sterrato”, obriga muitas das vezes os ciclistas e espetadores a recuarem até aos primórdios da modalidade.
Por estas estradas já se escreveram muitas histórias do ciclismo, que transportam a competição para a eternidade, porque já vem de longe as corridas pelas estradas de terras brancas da Toscana. Desde 1997 que se realizavam passeios para cicloturistas e corridas para amadores com a designação “L’Eroica”, até que em 2007 se realizou a primeira competição para ciclistas profissionais. A corrida que se iniciou em Gaiole in Chianti e finalizou em Siena depois de percorridos 180 km, teve como vencedor o russo Alexandr Kolobnev da CSC, seguido de Marcus Ljungqvist (CSC) que gastou mais três segundos, prova na qual participou Hugo Sabido que corria pela Barloworld, classificando-se em 18.º lugar, no dia em que apenas 42 dos 111 ciclistas que alinharam à partida chegaram ao fim.
Após a primeira edição em 9 de outubro as datas foram alteradas, a corrida passou a realizar-se alguns dias antes do Tirreno – Adriático, para poder contar com as principais figuras. Em 2008 venceu Fabian Cancellara (CSC), que viria a ganhar de novo em 2012 e 2016, recorde que ainda hoje se mantém. Nos últimos anos venceram Tadej Pogaçar (2022), Mathieu Van der Poel (2021), Wout Van Aert (2020), Julian Alaphilippe (2019), Tiesj Benoot (2018) e Michal Kwiatkowski (2017 e 2014).
O percurso deste ano é idêntico ao das ultimas quatro edições com partida e chegada a Siena na distância de 184 km, dos quais 63 km são feitos por estradas de terra batida divididos em onze troços, em que cada um tem a sua própria historia. Os ciclistas vão encontrar alguns troços de curta extensão, outros com maior quilometragem, nos quais o risco de quedas é uma constante, porque o perigo pode surgir a qualquer instante. Por tradição a passagem pelo troço de Monte Sante Marie com a extensão de 11,5 km, faz a seleção dos melhores, seguem-se três troços mais curtos nos últimos 30 km, Monteaperti com 800 metros, Strade di Colle Pinzuto com 2,4 km e Le Tolfe com 1,1 km, seguindo-se 10 km ondulados até Siena, com a meta na Piazza del Campo, com um final para corredores explosivos que têm de ultrapassar rampas de 16 por cento.
Com as ausências confirmadas de Tadej Pogaçar e Wout Van Aert, surgem Mathieu Van Der Poel, Tom Pidcock, Julian Alaphilippe, Tim Wellens, Tiesj Benoot, Pello Bilbao, David Formolo, Quinn Simmons, Alberto Bettiol e Matej Mohoric com potenciais candidatos à vitória.
Rui Costa (Intermarché), Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro (Movistar) serão os representantes portugueses, o antigo campeão do mundo corre pela quarta vez, depois de ter sido 47.º em 2012, desistido em 2019 e 39.º em 2020, o bairradino também vai para a quarta presença, foi 46.º em 2018, 25.º em 2019 e 33.º em 2022, o pegonense estreou-se em 2019 com o 22.º lugar e foi 15.º o ano passado, o melhor resultado pertence a José Gonçalves que foi 11.º em 2017.