Rui Costa e as acusações de egoísmo: «Eu corro para ganhar»
Rui Costa no Tour de França (IMAGO / Sirotti)

Rui Costa e as acusações de egoísmo: «Eu corro para ganhar»

CICLISMO18.07.202419:51

Ciclista português concedeu uma entrevista onde falou da sua fama de «velha raposa»

O ciclista português Rui Costa concedeu uma entrevista ao Relevo, publicada esta quinta-feira. Sendo um dos portugueses atualmente a competir no Tour de França 2024, Rui Costa foi descrito como uma «velha raposa» por Thomas Voeckler, ciclista, motociclista e comentador do Tour de França na France Télévisions.

Já lá vão 18 anos de carreira profissional para o ciclista português, que, segundo o Relevo, ostenta um dos piores rótulos que se pode ter no ciclismo profissional: o de ser egoísta, e até mesmo mau companheiro, num desporto onde, por norma, reina o espírito de equipa.

Neilson Powless, o seu atual colega de equipa na EF Education-EasyPost, disse que não queria correr contra Rui Costa e, por isso mesmo, deveriam ser da mesma equipa: «Precisamente porque não gosto de me cruzar com ele nas fugas, digo-lhe que ele seria uma grande aquisição», afirmou Powless quando questionado pelo chefe de equipa se deveria contratar Rui Costa.

«Corro para ganhar», afirmou o ciclista português «Não me basta estar na fuga, ou ser segundo ou terceiro. E é verdade que sou muito frio nas fugas». É, precisamente, este espírito de Rui Costa que lhe confere a má fama de ninguém querer entrar numa fuga com ele.

Questionado se ficava afetado pelo facto de outros ciclistas não gostarem de entrar em fugas contra si, Rui Costa respondeu: «Nos meus primeiros anos, eu estava nas fugas e estava no gancho. Depois entrei no ritmo comecei a puxar. Mas se vemos que não estamos a ir bem, é normal pouparmos as forças. E, se na parte final eu tivesse pernas para lutar, lutava. Eu joguei o meu jogo, os outros não eram obrigados a jogar. Se não quisessem puxar, não puxavam. A corrida é feita por quem quer. E já aconteceu antes: se alguém não quer puxar, não puxa e não chega lá.»

Ainda assim, Rui Costa admite uma mudança de mentalidade: «É verdade que nos últimos anos alguma coisa mudou. Entro numa fuga e tenho consciência de que tenho de trabalhar como toda a gente, porque senão não vale a pena. Porque as pessoas olham para nós e dizem: 'entras na fuga e depois não trabalhas'. E a minha sensação é que não estou a ser honesto com o grupo.»