Reveladas as escutas que tramaram a W52-FC Porto

Ciclismo Reveladas as escutas que tramaram a W52-FC Porto

CICLISMO23.02.202309:07

Foi em abril do ano passado que rebentou a chamada operação ‘Prova Limpa’, que levou à apreensão de diversas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu rendimento desportivo. A W52-FC Porto foi suspensa e impedida de alinhar na Volta a Portugal.

Foi o resultado de uma investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária ao longo de um ano, incluindo escutas telefónicas, algumas agora reveladas pelo jornal Correio da Manhã.

Nas centenas de conversas mantidas ao telefone, os suspeitos falavam da utilização de substâncias dopantes. «Branca», «riscos», «dipro», «força», «insu», «tb» e «feminina» eram alguns dos códigos usados para se referirem às substâncias que tomavam de forma a aumentarem o rendimento desportivo.

O Ministério Público acusou recentemente 26 arguidos, entre os quais 10 corredores (João Rodrigues, Rui Vinhas, Ricardo Mestre, Samuel Caldeira, Daniel Mestre, José Neves, Joni Brandão, Ricardo Vilela, José Gonçalves e Jorge Magalhães, assim como o patrão da equipa W52-FC Porto (Adriano Quintanilha), tal como o seu diretor desportivo (Nuno Ribeiro).

A acusação visa ainda três técnicos de farmácia, que forneciam algumas das substâncias. «Aquilo está tudo orientado? A branca e isso?», questionava Nuno Ribeiro numa das conversas intercetadas pela PJ. O então diretor desportivo da W52-FC Porto referia-se a Betametasona. O processo refere que os corredores administravam ainda Eprex, TB-500 e Somatropina.