Rainha Marta em perigo de cair
É a melhor jogadora de todos os tempos e aos 38 anos continua a ser a grande esperança dos brasileiros. Com a derrota canarinha frente ao Japão (1-2), o sonho de conquistar o primeiro ouro está cada vez mais longínquo. Obrigatório bater superfavorita Espanha, que bateu a Nigéria por 1-0
O Brasil entrou no minuto 90 do jogo com o Japão a vencer por 1-0, mas já com a estrela Marta fora de campo (saiu aos 85 minutos), as nipónicas deram a volta e deixam a seleção canarinha em risco de cair já na fase de grupos, o que seria uma tremenda desilusão. Para se manter em prova é obrigatória derrotar a superfavorita Espanha, que no duelo com a Nigéria teve de sofrer, mas uma das suas estrelas, Aléxia Putellas, resolveu e marcou o golo da vitória aos 85 minutos.
Se no torneio olímpico de futebol masculino as grandes estrelas estão ausentes, até porque os clubes podem recusar a sua presença por não de tratar de uma data FIFA, tudo muda no feminino. Desde logo porque lutam pelo ouro três jogadoras que já ganharam a Bola de Ouro para a melhor jogadora do Mundo – Marta, Bonmati e Alex Putellas, uma brasileira e duas espanholas – e terão duelo já no Grupo C, num escaldante Espanha-Brasil que se realiza na próxima quarta-feira.
Nos últimos anos, Espanha tem dominado o futebol feminino, tendo em equipas como seleções. Consequência do crescimento, as últimas três Bolas de Ouro para melhor jogadora do mundo foram para futebolistas. Bastará esta evidência para se perceber com o será complicada para o Brasil a terceira e última jornada do grupo C do torneio olímpico feminino. É preciso que a rainha Marta esteja perto de perfeição e que o Brasil trave as tais bolas de ouro nos últimos anos, Bonmati e Putellas, esta última que foi decisiva no segundo triunfo de Espanha.
SEXTOS JO PARA MARTA
Marta foi o primeiro fenómeno global do futebol feminino. Se Pelé será sempre o rei, Marta é a sua versão feminina, a mulher que revolucionou o jogo e que durante anos foi incontestavelmente rainha. Ganhou a Bola de Ouro para melhor jogadora do Mundo cinco vezes consecutivas, entre 2006 e 2010 e voltou a vencê-la em 2018.
Na temporada seguinte, venceu outro fenómeno de popularidade, a norte-americana Megan Rapinoe, segui-se a britânica Lucy Bronze. Até que Espanha passou a arrebatar tudo o que é título individual devido a duas futebolistas com um talento incrível: Putellas venceu duas vezes seguidas e a última Bola de Ouro foi entregue a Bonmati.
Volte-se ao fenómeno Marta, que em Paris participará nos seus sextos Jogos Olímpicos e terá a última oportunidade de conquistar o ouro, que sempre lhe escapou. Foi Prata em Atenas (2004) e Pequim (2008).
Além disso, Marta quer quebrar mais um recorde: com 13 golos, está a um tento de melhor marcadora em Jogos Olímpicos, a compatriota Cristiane, que não está em Paris e se fosse sinal de a canarinha seguir em frente certamente não se importaria de ser ultrapassada. No jogo de estreia, frente à Nigéria, Marta não marcou, mas fez a assistência para o golo solitário de Gabi Nunes. Com o Japão não fez o último passe nem marcou, mas quando saiu estava a sua equipa na frente.
A estrela maior pode cair e abandonar os últimos Jogos Olímpicos da sua carreira sem glória. Mas nem isso a fará perder a coroa, Marta será sempre Rainha.