«Quem vem de fora pode prometer tudo a todos, a mim são-me exigidos predicados»
Fotografia JPedro Martins

ENTREVISTA A BOLA «Quem vem de fora pode prometer tudo a todos, a mim são-me exigidos predicados»

NATAÇÃO13.11.202411:38

PARTE 2 - Candidato a presidente da federação de natação nas eleições do próximo sábado depois de 12 anos como vice-presidente, Rui Bettencourt Sardinha, fala sobre o que gostaria de manter, renovar e não gostou de ver na candidatura adversária, mas também sobre o que falhou nos Jogos de Paris, a equipa técnica nacional, que pode ser o futuro desta e sobre o apoio a dar a Diogo Ribeiro e outros nadadores, assim como os CAR de Lisboa, Coimbra e Rio Maior.

Tendo em conta o que disse, ao contrário do que as pessoas possam pensar, ter um presidente da federação que também o é da European Aquatics, nem sempre ajuda?

 — É uma moeda de duas faces. Pode haver sinergias positivas - tenho a certeza que já houve e irão haver -, principalmente por ele ser presidente da EA e também por ser vice-presidente da World Aquatics, mas sinto que o tempo que tinha disponível para pensar na natação portuguesa, de alguma forma poderá ter sido menos bom a ida para a Liga Europeia. Ainda assim a federação sobreviveu de maneira bastante positiva, os programas estavam praticamente todos lançados e toda a estratégia não se desalinhou daquilo que foi a base montada pelo presidente.

Fiz parte da direção que triplicou o número de praticantes, duplicou o orçamento, organizou o maior número de competições internacionais com qualidade inegável e reconhecida a nível mundial e obteve os melhores resultados desportivos da história.

É mais difícil ser candidato sendo vice-presidente do que alguém que vem de fora?

— Sem dúvida. Quem vem de fora pode prometer tudo a todos e depois não concretizar as promessas com a desculpa que foi encontrado um cenário pior do que o esperado. A mim são-me exigidos predicados, até por mim próprio, como a responsabilidade e o realismo no projeto que tenho colocado à apreciação dos agentes da natação.

Não significa com isso que seja menos ambicioso, antes pelo contrário. Fiz parte da direção que triplicou o número de praticantes, duplicou o orçamento, organizou o maior número de competições internacionais com qualidade inegável e reconhecida a nível mundial e obteve os melhores resultados desportivos da história da natação portuguesa. 

Particularmente, nestes últimos quatro anos, período em que fui vice-presidente para o alto rendimento da natação adaptada, começamos a colher os frutos do trabalho que foi sendo feito aos longo destes três mandatos, com uma medalha em Jogos Paralímpicos, quatro em campeonatos do Mundo e quatro em campeonatos da Europa.

«É preciso repensar todo o modelo de gestão»

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PARTE 1 - Candidato a presidente da federação de natação nas eleições do próximo sábado depois de 12 anos como vice-presidente, Rui Bettencourt Sardinha, fala sobre o que gostaria de manter, renovar e não gostou de ver na candidatura adversária, mas também sobre o que falhou nos Jogos de Paris, a equipa técnica nacional, que pode ser o futuro desta e sobre o apoio a dar a Diogo Ribeiro e outros nadadores, assim como os CAR de Lisboa, Coimbra e Rio Maior.

Sou vice-presidente da FPN há 12 anos e é natural que haja algum desgaste de imagem e pessoas que tomariam outras opções. Mas estou convicto que as que tomámos foram as melhores possíveis. É por isso que acho que sou o candidato com melhores condições.

Os saltos para a água começaram a ter a nossa atenção com algum investimento e pensamento estratégico que tem sido trabalhado com a federação de ginástica e no polo aquático os clubes estão a mostrar que há investimento numa boa parte deles e que, nessa base, merecem um olhar mais atento por parte do executivo federativo. A arbitragem tem tido um desenvolvimento enorme, nas diferentes disciplinas, com os nossos árbitros a serem cada vez mais reconhecidos a nível internacional.

Neste cenário, é apetecível a quem nunca contribuiu em nada vir tomar conta dos destinos da FPN. Acredito que o caminho para levar a natação portuguesa cada vez mais longe é o da estabilidade e o da rejeição de uma rutura com uma estratégia que está a dar resultados.

«A federação estará disponível para ajudar a melhor solução para o Diogo Ribeiro»

13 novembro 2024, 12:44

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PARTE 3 - Candidato a presidente da federação de natação nas eleições do próximo sábado depois de 12 anos como vice-presidente, Rui Bettencourt Sardinha, fala sobre o que gostaria de manter, renovar e não gostou de ver na candidatura adversária, mas também sobre o que falhou nos Jogos de Paris, a equipa técnica nacional, que pode ser o futuro desta e sobre o apoio a dar a Diogo Ribeiro e outros nadadores, assim como os CAR de Lisboa, Coimbra e Rio Maior.

Claro que toda esta trajetória que vem a ser feita há 12 anos pressupôs fazer escolhas e, quando se faz escolhas, há sempre quem não goste delas. Sou vice-presidente da FPN há 12 anos e é natural que haja algum desgaste de imagem e pessoas que tomariam outras opções. Mas estou convicto que as que tomámos foram as melhores possíveis. É por isso que acho que sou o candidato com melhores condições para liderar os destinos da FPN nos próximos quatro anos.

Acrescido a isto conto com uma excelente equipa de trabalho. Tenho muito orgulho de ter pessoas tão competentes e conhecedoras da natação a confiarem em mim para, em conjunto, construirmos um projeto vencedor.

Agora que falou das pessoas com que pretende contar, circularam rumores que o António José Silva esteve para ser um dos seus vice-presidentes. É verdade?

— Não, garantidamente que não e diria mesmo que obviamente que não. O António José Silva foi um excelente presidente da federação nos últimos 12 anos e, apesar do seu tempo à frente da FPN ter chegado ao fim por imposição da lei de limitação de mandatos, continua a servir a natação enquanto presidente da European Aquatics e vice-presidente da World Aquatics.

Assim como formámos uma equipa bem-sucedida nos últimos 12 anos, espero vir a formar uma boa equipa com ele no próximo ciclo olímpico. Ele à frente da natação europeia e eu da natação portuguesa. Tenho a certeza que esta combinação originará uma era de maior evolução.

Fotografia JPedro Martins

Qual é então a equipa que o acompanhará na Direção e direções técnicas? 

— É uma equipa que equilibra experiência com renovação, com elementos que transitam da anterior Direção como o Alexsander Esteves, alguém muito competente na organização de competições, e o Tiago Barbosa, considerado o melhor investigador do mundo em desportos aquáticos. 

O Daniel Marinho foi o responsável pelas camadas jovens nos últimos anos e quero contar com ele na Direção porque a formação será uma das grandes apostas para o novo ciclo. O Henrique Neiva e a Susana Soares são professores universitários e prestigiados formadores de treinadores, com um pensamento estratégico forte, adveniente do excelente trabalho que têm realizado também no terreno.

Pretendemos ter um elemento de ligação entre a Direção e as direções técnicas, o diretor desportivo, que organize toda a parte logística de apoio às diferentes disciplinas,

O Carlos Oliveira já foi membro do Comité Técnico dos Masters na LEN e tem vasta experiência federativa em dois mandatos anteriores. A Marília Andrade regista uma carreira dedicada à gestão desportiva. A Zara Cardoso é uma profissional credenciada na área da administração pública na área administrativa/financeira e o João Bastos tem colaborado muito com a FPN no âmbito da divulgação da modalidade. 

O Paulo Marques, muito experiente na área de arbitragem e que fará a ligação com este setor. Posso adiantar que vai ser feita uma grande aposta nos recursos internos, porque tem sido gente inexcedível no trabalho ao longo destes anos. Nos outros órgãos haverá gente de grande capacidade experiência nas suas áreas específicas.

Pretendemos ter um elemento de ligação entre a Direção e as direções técnicas, o diretor desportivo, que organize toda a parte logística de apoio às diferentes disciplinas, desde deslocações e equipamentos, até acompanhamento médico, psicológico, biomecânico, etc...

Desta forma, os diretores técnicos focar-se-ão no essencial e a Direção terá um elemento transversal que ajudará a tomar decisões mais parcimoniosas para todas as disciplinas.

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