Snooker ‘Miguéis’ brilham no Euro: Santos promovido, Ruivo assinou único triunfo luso
ST. PAUL’S BAY – O lisboeta Miguel Santos, de 48 anos, até esta quinta-feira árbitro internacional de snooker de Classe 3, ascendeu neste dia, em Malta, à categoria acima (Classe 2) após conseguir aprovação no exame, efetuado pelo presidente da Comissão de Árbitros, o polaco Kazimierz Olejniczak, durante os Campeonatos da Europa, a decorrerem desde dia 6 e até dia 19 no país do Mediterrâneo.
«É um objetivo que perseguia há imenso tempo, no âmbito da minha dedicação e paixão pelo snooker e pela arbitragem. Espero poder continuar a prestigiar a modalidade e o País o melhor que sei e posso. Há quase uma década que ando nisto, investi muito tempo, dinheiro e sacrifícios, mas tudo compensa pelo prazer de ajudar os jogadores à mesa», disse a A BOLA Miguel Santos, que segue as pisadas, entre outros, de João Leão Correia (Classe 2) e André Santos (Classe 1) a subir a hierarquia da arbitragem.
Enquanto continua em curso a prova de Absolutos – o campeão da Europa, que sucederá ao estónio Andres Petrov, e será nomeado pela European Billiards & Snooker Association (EBSA) à World Snooker para que esta o convide a jogar o circuito profissional durante duas épocas –, mais se reforça coincidência ter sido ser Miguel Santos o árbitro da única vitória de Portugal em 11 jogos da dupla lusa à mesa nestes Europeus, que englobam sub-16, sub-18 e sub-21.
Se o bicampeão nacional, Tiago Silva (AD Sanjoanense InLine) se despediu da prova de Absolutos na fase de grupos com quatro desaires – tal como de resto, Miguel Ruivo (Ericeira Snooker Clube) -, foi também na fase de grupos, mas em sub-21 que Ruivo, ao terceiro jogo, e já sem chances de qualificação, também, para a fase seguinte nesta categoria, somou o único triunfo de Portugal… e com reviravolta, de 0-2 para ganhar na ‘negra’ (3-2), ante o escocês Brendan Langan, de 14 anos.
Após desaires, nos sub-21, ante o polaco Antoni Kowalski, de 19 anos, por 0-3 (parciais de 0-86, 19-91 e 20-66) e perante o fenómeno ucraniano de 12 anos, Matvei Lagodzinschii, por idêntica margem – 0-3, parciais de 0-68, 16-82 e 8-71 -, Miguel Ruivo, em jogo arbitrado por Miguel Santos, levantou o ânimo da delegação lusa ao vencer o escocês 3-2, com parciais de 11-57,49-54, 69-24, 73-54 e 63-15).
«Foi uma boa experiência, ganhar um jogo. Nunca me considero derrotado mesmo ante desvantagem tão confortável. Foi bola a bola, jogo a jogo. Fico contente por poder dar um motivo de orgulho ao meu país. Estou melhor, sinto que evoluí, é a jogar com os melhores que se aprende. Quero continuar, amo jogar», disse-nos Miguel Ruivo, que está já de regresso a Portugal juntamente com o pai, Filipe Ruivo, seu treinador e credenciado pela WPBSA como monitor da mais mediática variante do bilhar.
«A evolução do Miguel [Ruivo] é palpável. Tem de continuar a investir tempo, dedicação e esforço em mais e mais treino. Está muito melhor, tivemos aulas com o treinador irlandês PJ Nolan, que confirmou estar ele muito melhor e ir no caminho certo. Agora é continuar, assim a disponibilidade de tempo e económica o permita», disse-nos Filipe Ruivo, um pai incansável e inspiração a levar (e custear) o filho na busca do seu sonho a cada prova internacional.
O Europeu de sub-21 de 2023 concluiu-se com a vitória do escocês Liam Graham, de 18 anos, por 5-2 na final diante do seu grande amigo ucraniano Iulian Boiko, de 17 anos. Graham, que sucede ao belga Ben Mertens, recebeu, também, a nomeação da EBSA à World Snooker para jogar no circuito profissional as próximas duas temporadas (2023/24 e 2024/25) e irá estar em Sheffield, nas qualificações para o Mundial, em abril.