Dinamarquês admite estar impressionado com o desempenho de Tadej Pogacar e já está a trabalhar para vencer o esloveno na Volta a França do próximo ano
Jonas Vingegaard tem caminho a percorrer. De certo modo, é o mesmo que o seu rival Tadej Pogacar trilhou entre as edições da Volta a França de 2023 e 2024 para recuperar de uma derrota inequívoca, por desvantagem superior a 7 minutos (7.29) em relação ao dinamarquês, vencedor naquele primeiro ano, e batê-lo nas estradas do Tour praticamente pelo mesmo tempo de diferença (6.17 minutos) este ano.
Em ambas as edições, o vencido chegou à Grand Départ da grande Volta francesa após longo tempo de inatividade devido a lesões provocadas por queda, sendo que as sofridas por Jonas Vingegaard na Volta ao País Basco de 2024 (múltiplas fraturas e pneumotórax) foram mais graves do que a do esloveno (fratura de pulso), contraída na Liège-Bastogne-Liège em 2023.
Dinamarquês antecipou a pré-temporada para recuperar massa muscular e a condição física geral perdidas devido à grave queda em abril e que lhe prejudicou a preparação para o Tour, em que foi claramente batido pelo rival esloveno
A cedência do trono do Tour a Pogacar não impede Vingegaard de ser positivo sobre o seu desempenho na última temporada. «É o melhor ano que já tive, ao nível dos dados de performance», afirmou o corredor da Visma-Lease a Bike ao jornal dinamarquês Ekstrabladet.
Todavia, apesar de ter vencido a Volta à Polónia e a Tirreno-Adriático, Vingegaard não alcançou o principal objetivo da temporada, o Tour de França, batido inapelavelmente por Pogacar, ainda que tenha vencido uma etapa (11.ª) e terminado em segundo na geral, atrás do esloveno.
Esloveno anunciou o programa de corridas para 2025: «sem loucuras», afirma. O n.º 1 mundial estabeleceu os principais objetivos para a próxima época.
«Quando olho para o meu desempenho este ano no Tour, em comparação com o dos anos anteriores, foi muito melhor, no Plateau de Beille, por exemplo, atingi valores de potência que não atingira antes. Lembro-me que no primeiro ano em que ganhei o Tour [2022], os valores não comparam com os que atingimos este ano», destacou Vingegaard.
Perante isso, o nórdico inclina-se perante a superioridade de Pogacar. «Vi os números que eu estava a fazer e ele estava sempre a distanciar-se de mim. Por sso, mereceu vencer o Tour», reconhece Vingegaard. «Para vencer Pogacar, tenho de subir mais um nível no no Tour do próximo ano e creio que serei capaz de o fazer», afirmou o corredor de 28 anos.
O esloveno nem a estagiar dá tréguas à concorrência e já a assusta com performances arrebatadoras. A mais recente: pulverizou o recorde do Coll de Rates, no sul de Espanha, palco de testes de forma de inúmeros corredores profissionais
A superioridade do esloveno em 2024 fê-lo motivar-se para a preparação da próxima temporada este inverno. ««Viu-o a ganhar todas aquelas corridas e estou fascinado com ele, como ciclista», admitiu Jonas Vingegaard. «Creio que é um corredor fantástico, mas é claro que no dia a dia concentro-me em mim. Estou a trabalhar para melhorar, por isso antecipei a pré-temporada, para recuperar o tempo perdido devido à minha lesão. Tenho de ser o melhor possível nas corridas que tenho de fazer e torcer para que isso seja suficiente para vencer Pogacar», concluiu vencedor do Tour em 2022 e 2023.