16 julho 2024, 09:41
Enzo mostra jogadores argentinos a entoar cântico racista
Enzo Fernández 'descai-se' durante direto nas redes sociais no autocarro; cântico foi criada no Mundial 2022
Começam esta sexta-feira os quartos de final do futebol olímpico masculino; franceses têm assobiado, em quase todas as provas, o hino argentino; ainda não esqueceram o «eles jogam pela França, mas são de Angola»
Jogam-se esta sexta-feira os quatro jogos de apuramento para as meias-finais do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos e, pelo meio do Egito-Paraguai (Marselha), Marrocos-Estados Unidos (Paris) e Japão-Espanha (Lyon), há um escaldante França-Argentina (Bordéus).
Escaldante porque, mais de ano e meio após a final do Mundial-2022, no Catar, entre ambas as seleções (vitória dos sul-americanos no desempate por grandes penalidades), houve a comemoração do triunfo na Copa América por parte da Argentina.
16 julho 2024, 09:41
Enzo Fernández 'descai-se' durante direto nas redes sociais no autocarro; cântico foi criada no Mundial 2022
E a comemoração, como se sabe, não foi, propriamente, a mais bonita e elegante. Tudo começou quando o argentino Enzo Fernández, após o sucesso frente à Colômbia por 1-0, na final da prova, começou uma transmissão ao vivo dentro do autocarro, na qual filmou os seus companheiros de seleção. Felizes pela vitória na Copa América, os jogadores começaram a entoar cânticos contra os franceses, os mesmos que adeptos argentinos tinham inventado no Catar para insultar as origens africanas de diversos internacionais gauleses.
«Eles jogam pela França, mas são de Angola» foi, como em 2022, um dos principais cânticos dos argentinos, tentando, de forma racista, relembrar a alegada falta de pureza de nacionalidade de alguns gauleses. Mandanda (nascido no Zaire), Camavinga (Angola) e Thuram (Itália) foram, indiretamente, os principais visados.
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A transmissão de vídeo de Enzo enfureceu e indignou diversos jogadores franceses, entre os quais alguns dos seus companheiros no Chelsea. O argentino pediu desculpa, mas os insultos racistas não foram esquecidos, sobretudo por Wesley Fofana, que classificou o ato como «racismo sem complexos». Outros jogadores franceses, como Nkunku, Disasi, Badiashile, Sarr, Gusto ou Ugochuwku, por exemplo, deixaram de seguir Enzo das redes sociais.
A ministra do Desporto de França, Amelie Oudea-Castera, pediu a intervenção da FIFA, que iniciou uma investigação, a pedido igualmente do presidente da Federação Francesa de Futebol, Philippe Diallo.
A Argentina tornou-se, assim, no país mais odiado pelos franceses,os quais, por diversas vezes, assobiaram o hino dos sul-americanos. Veremos como vai decorrer o jogo de Bordéus entre as duas seleções, com início marcado para as 20 horas de Portugal Continental.