E de Gales tudo Milkins levou: taça, título e uma pipa de massa!

Snooker E de Gales tudo Milkins levou: taça, título e uma pipa de massa!

SNOOKER19.02.202322:28

O inglês Robert Milkins, de 46 anos, 16.º da hierarquia, conquistou este domingo o seu segundo título da carreira em provas de ranking (após o Open de Gibraltar-2022), o Open de Gales, prova da época 2022/23 da World Snooker Tour em Llandudno, ao bater na final do torneio o compatriota Shaun Murphy, de 40 anos, 11.º da tabela (e campeão mundial em 2005), por 9-7.

Milkins sucede ao compatriota Joe Perry como campeão do torneio galês, disputado no Venue Cymru, e que fechou os quatro das Home Nations Series – Opens da Irl. Norte, Escócia, Inglaterra e Gales.

‘The Milkman’ (‘O Leiteiro’) Robert Milkins, além do Troféu Ray Reardon (hexacampeão mundial galês, nos anos 70 do século XX) embolsou as 80 mil libras (90.001 euros) destinadas ao vencedor, garantiu lugar na Champion of Champions e, ao chegar ao 'top 16' do ranking, isso também lhe vale, a manter a posição, a entrada direta no Mundial, privilégio reservado aos melhores 16 da hierarquia: os outros 16, de 32, têm de passar três a quatro rondas de qualificações para chegar ao Crucible, a 15 de abril.

Mas o prémio real de Milkins pela vitória sobe a £230 mil (quase €260 mil), pois ao prémio de ganhar a prova junta o bónus de £150 mil (€168.762) pela vitória nas BetVictor Series, conjunto de vários torneios – Open’s de Inglaterra, Irl. Norte, Escócia e Gales, mais 'Shoot Out', Championship League e German Masters – em que o jogador que mais dinheiro amealhasse tinha este prémio suplementar -, pois com a vitória na final deste domingo suplantou o compatriota Ali Carter no topo dessa lista.

Além disso, o veterano 'leiteiro' garantiu lugar no Players Championships, que se inicia já segunda-feira, dia 20 do corrente mês - o que conseguira ao atingir as meias-finais em Gales - e, muito provavelmente, também, depois, no Tour Championship, reservado ao 'top 8' da hierarquia do último ano.

Para Murphy, as £35 mil (€39.375) de vice-campeão do Welsh Open – que distribuiu total de 427 mil libras (480.380 mil euros) em prémios, começou no dia 13 no corrente mês e terminou neste dia, no Venue Cymru, de Llandudno - mais o bónus de £5 mil (€5.600) pela melhor entrada do evento, a máxima (147 pontos) ante Daniel Wells, nos ‘oitavos’.

Uma final em que Murphy cumpriu a palavra e na entrada na arena imitou o ‘Moonwalk’ de Michael Jackson, e que até liderava confortavelmente, ao intervalo da primeira sessão, durante a tarde, por 3-1. Mas viriam para a sessão noturna olhos nos olhos, após Milkins lhe devolver a graça na segunda parte e igualar 4-4, após ter estado, pela primeira vez, na frente a 4-3. Um sinal para o que aí viria: o menos favorito e pior cotado dos dois ingleses ganharia.

Robert entrou melhor na decisão, à noite (5-4), entrada de 70 pontos de Shaun deu-lhe nova igualdade, mas o intervalo da sessão decisiva atingiu-se já com 7-5 para Milkins no marcador, através de ‘breaks’ de 62 e 60 pontos, respetivamente e por esta ordem.

O ‘Mágico’, com entrada de 64 pontos, encostou no reatamento a 6-7, mas ‘break’ de Robert de 64 pontos no 14.º parcial deixou-o a um da meta (8-6).

Altura para resposta à campeão de Shaun – que venceu o seu nono e último título em provas de ranking precisamente há três anos, no Welsh Open-20220 - com a única centenária da final, 114 pontos, para o 7-8. E poderia, no 16.º ‘frame’, ter forçado a ‘negra’, após enorme bola de felicidade na azul, só que claudicou numa vermelha para um buraco do meio e Milkins aproveitou para entrada de 64 pontos, o 9-7 e a glória, em fase adiantada de já longa carreira, começada em... 1995.

É o segundo título de 'Rob' em 28 anos - verdadeiro conto de fadas, ode à resiliência -, e cerca de 400 (!) torneios em quase três décadas. Antes de se estrear em Llandudno, a sua vitória no Welsh Open pagava 125 para 1 (!) nas casas de apostas britânicas, o que resume tudo sobre o grau de favoritismo que à partida lhe era atribuído.

16 melhores à mesa já segunda-feira em Wolverhampton

O snooker continua sem pausas e segue-se desde já na segunda-feira, e até domingo – de 20 a 26 do corrente mês - na Aldersley Leisure Village, em Wolverhampton (Inglaterra), reservado ao ‘top 16’ do ranking a um ano (o ranking normal é feito com os ganhos monetários dos últimos dois anos), o Players Championship, que distribui £385 mil (€433.129) de prémios, das quais £125 mil (€140.626) ao campeão – Neil Robertson ganhou em 2022, 10-5 a Barry Hawkins na final, mas o australiano estará ausente - e £50 mil (€56.251) ao vice-campeão.

Um torneio que, na presente temporada, contará ‘apenas’ com três dos campeões mundiais do último quarto de século, desde 1998 (25 anos): os ingleses Shaun Murphy (2005), Judd Trump (2019) e Mark Selby (2014, 2016, 2017 e 2021).

Um virar de página geracional que se anuncia no snooker profissional, com a nova geração a reclamar afirmação e espaço. Além dos três campeões mundiais, no lote de favoritos está o norte-irlandês Mark Allen, atual terceiro do ranking, após vencer três dos seus nove títulos nesta temporada.

Dos campeões mundiais desde 1998, se o inglês Peter Ebdon (campeão mundial em 2002) já se retirou, já o escocês Graeme Dott (triunfador no Crucible em 2006), mas também os heptacampeões mundiais Ronnie O’Sullivan (Inglaterra) e Stephen Hendry (Escócia), a par do tetracampeão mundial escocês John Higgins, do tricampeão mundial galês, Mark Williams, e do australiano Neil Robertson (vencedor em Sheffield em 2010) não estão no ‘top 16’ a um ano e falham a prova… como o inglês Stuart Bingham, ganhador no Crucible Theatre em 2015.

O acasalamento dos oitavos de final foi confirmado apenas após a final do Welsh Open, em Llandudno, pois só então se soube quais as posições exatas de Murphy e Milkins, numa prova em que não há sorteio: o líder do ‘top 16’ joga com o 16.º da hierarquia, o segundo joga com o 15.º, o terceiro com o 14.º e assim sucessivamente.

Até às ‘meias’ (inclusive) todas as rondas do Players Championship, também transmitido em direto para Portugal, tal como o Welsh Open (EuroSport) são jogadas à melhor de 11 ‘frames’, até um vencer seis (de 6-0 a possíveis 6-5), e a final, domingo, dia 26 do corrente mês, à melhor de 19 parciais, em duas sessões: é campeão o primeiro a vencer dez (de 10-0 a possíveis 10-9).

Final do Welsh Open, este domingo (campeão a negro):

Shaun Murphy (Ing) - Robert Milkins (Ing), 7-9

Marcha do marcador: 2-0; 2-1; 3-1; 3-4; 4-4; 4-5; 5-5; 5-7; 6-7; 6-8; 7-8; 7-9;

‘Oitavos’ do Players Championship, 2.ª a 4.ª feira:

Mark Allen (IrN, 1) - Joe O’Connor (Ing, 16) 2.ª feira, 19 horas

Ryan Day (Gal, 2) - Chris Wakelin (Ing, 15) 2.ª feira, 19 horas

Kyren Wilson (Ing, 3) - Zhou Yuelong (Chn, 14), 3.ª feira, 13 horas

Mark Selby (Ing, 7) - Shaun Murphy (Ing, 10), 3.ª feira, 13 horas

Ali Carter (Ing, 5) - Judd Trump (Ing, 12), 3.ª feira, 19 horas

Robert Milkins (Ing, 4) - Tom Ford (Ing, 13), 3.ª feira, 19 horas

Luca Brecel (Bel, 8) - Jack Lisowski (Ing, 9), 4.ª feira, 13 horas

Ding Junhui (Chn, 6) - Gary Wilson (Ing, 11), 4.ª feira, 13 horas