Atleta paralímpico assume homossexualidade: «Sim, sou pequeno, mestiço, perneta e gay»
Dimitri Pavadé
Foto: IMAGO

Atleta paralímpico assume homossexualidade: «Sim, sou pequeno, mestiço, perneta e gay»

ATLETISMO08.09.202412:29

Dimitri Pavadé deixou longa mensagem nas redes sociais

Dimitri Pavadé, quarto colocado na prova de salto em comprimento T64 nos Jogos Paralímpicos de Paris, deixou uma longa mensagem nas redes sociais, assumindo a homossexualidade.

«Na minha vida, por mais banal que tenha sido, nunca um projeto, uma ambição ou um objetivo, apenas deixei-me levar e viver o presente. Desde o meu início no mundo do desporto, posso dizer que certas coisas amadureceram em mim, como o pensamento ou sonho de fazer parte de uma equipa francesa. Hoje posso dizer com muito orgulho que o consegui alcançar», começou por escrever, no Instagram.

«Hoje consegui encontrar o meu caminho e dar sentido ao que faço todos os dias. Querer ser uma referência para as pessoas com deficiência. Outra luta me espera agora e esperava impacientemente por esse momento. Aqui estou eu, pronto mais uma vez para enfrentar, superar e seguir em frente sem ter em conta o que os outros possam dizer ou pensar de mim», prosseguiu.

«Sim, sou pequeno, mestiço, perneta, e dito de outra forma, gay. A pessoa que sou, tal como outros, nunca teve de fazer uma escolha, por isso parem com os vossos discursos lamentáveis e com os vossos julgamentos sem raciocínio, porque nunca vão mudar o mundo. O mais importante é que as pessoas mais importantes me amem pela pessoa que sou e não pela imagem que eu possa ter criado nesta sociedade demasiado julgadora. Se algumas pessoas não nos aceitam pelo que somos, então não merecem o nosso amor», atirou, falando da «segunda batalha» que tem agora para travar.

«A vida é demasiado curta para dar importância a este tipo de pessoas. Agora, tenho uma segunda batalha para travar com a comunidade LGBTQIA+ e espero dar força e coragem aos desportistas de alta competição que ainda não se atrevem a viver às claras e a desfrutar livremente da liberdade que é nossa por direito. A deficiência não é algo que deva ser escondido e o mesmo se aplica à orientação sexual. Crianças e adultos continuam a suicidar-se ou a ser mortos. Não se esqueça de que as pessoas à sua volta também podem ser afetadas um dia», acrescentou.