A capital francesa está em sobressalto para o arranque dos Jogos Olímpicos
As mãos nos ouvidos e um grito mudo, mas tão sentido.
O desespero daquele senhor com cerca de 50 anos, com quem a reportagem de A BOLA se deparou ao fim de poucos passos fora do Metro, até pareceu exagerada.
Mas bastaram poucos minutos a caminhar no centro de Paris para a entender.
Na capital francesa, a tensão além de se sentir, vê-se e, sobretudo, ouve-se.
A banda sonora daquela que é considerada a cidade do amor é tudo menos romântica por estes dias. É estridente. É impossível estar cinco minutos a circular pelas ruas sem ouvir sirenes. E mais sirenes. E ainda mais sirenes.
Mas afinal, trata-se do maior evento desportivo do Mundo. Os Jogos Olímpicos arrancam nesta sexta-feira de forma oficial e com uma extravagância sob a forma de cortejo das comitivas ao longo de seis quilómetros do Rio Sena.
E para tentar garantir que tudo corre bem, vão estar diariamente mais de 50 mil agentes da autoridade, entre polícias e militares, a patrulhar as ruas de Paris e a assegurar a segurança dos locais onde vão decorrer as provas das 32 modalidades.
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Por isso, além da Torre Eiffel, dos Campos Elísios, dos jardins de Versalhes ou da Catedral de Notre Dame, a paisagem parisiense vai estar repleta de fardas.
Nas próximas semanas, portanto, espera-se que o desespero vá aumentando, sobretudo naqueles que vivem na cidade. Porque muitos deles, até para entrar nos seus bairros têm de mostrar uma autorização e são, muitas vezes, revistados antes de poderem seguir para as suas casas…
E depois lá seguem, por entre fardas, e ao som de sirenes. As mãos nos ouvidos em sinal de desespero devem mesmo continuar.