AG do FC Porto: Villas-Boas abordado sobre a derrota na Luz

AG do FC Porto: Villas-Boas abordado sobre a derrota na Luz

14 horas: Está aberto o período de discussão de assuntos de interesse do clube.

Francisco J. Marques, ex-diretor de comunicação, foi um dos sócios a pedir a palavra.

O cantor Alberto Índio já usou da palavra, queixando-se que as suas músicas afetas ao FC Porto deixaram de passar no Estádio do Dragão desde a eleição de Villas-Boas. Terminou a sua intervenção a cantar.

Questionado sobre o vencimento de Andoni Zubizarreta e Jorge Costa, membros da direção desportiva, por não estarem no Portal da Transparência, Villas Boas respondeu que, para isso, teria de dizer também o de Pepê, Galeno, Diogo Costa. «Se queremos qualidade, temos de a pagar», vincou, depois de aplausos dos associados.

Rui Pedroto sobre a Fundação FC Porto:

«É um honra estar aqui, um privilégio, estar aqui neste palco a apresentar as linhas gerais do que pretendemos que venha a ser a Fundação FC Porto.Quer os nossos mais diretos rivais de Portugal, quer os clubes mais representativos da vizinha Espanha, quer os maiores clubes de Inglaterra, quer os clubes italianos e alemães, certamente países com quem nos queremos comparar, todos eles têm fundações. Portanto, se há matéria pela qual devemos refletir é que já estamos a partir atrasados relativamente ao que é o movimento nacional e europeu. Esta Fundação será instituída exclusivamente pelo FC Porto e será sem fins lucrativos»

Villas-Boas foi questionado por um associado sobre as operações de financiamento:

«Pagar a clubes, fornecedores, despesas, salários de jogadores de futebol, salários de atletas de modalidades, com que dinheiro? Como? Pagar 12 M€ até ao final de maio como? 95 M€ para pagar até ao final de dezembro, pergunto como poderíamos pagar se não temos tesouraria. Estes são os problemas que o FC Porto enfrenta para cumprir os requisitos mínimos da UEFA, para que o FC Porto continue a competir nas competições europeias. Se o FC Porto não for capaz de competir nas competições europeias, temos um desafio ainda maior financeiro pela frente. 93 M€ até ao final de dezembro, vamos pagá-los como? Por isso é que concluímos as operações que fizemos»

Ouviram-se alguns assobios antes da intervenção de Rui Pedroto, que ficará encarregue da Fundação FC Porto. António Tavares volta a apelar à calma dos associados para se ouvir a intervenção do vice-presidente.

Com as contas discutidas, a ordem de trabalhos avança para o ponto 2, que se relaciona com a criação e dotação da Fundação FC Porto.

Resultados em campo, nomeadamente o jogo com o Benfica, refletidos na AG: Durante a sua intervenção aquando da explicação das contas, André Villas-Boas ouviu algumas vozes contestatárias entre os associados «levámos quatro», referência à derrota no último clássico na Luz com o Benfica, e «o que interessa é ganhar». Simultaneamente e com ênfase após terminar, o discurso do presidente foi bastante aplaudido pela generalidade da sala.

«No indicador de estabilidade, tem que ver com o equilíbrio financeiro de contas da SAD, que leva a que em termos de défice acumulado não possa ultrapassar os 5 M€ negativos. As notícias dos últimos dias mostram que houve mais um incumprimento deste indicador de estabilidade. Nos últimos dois exercícios vamos com um défice acumulado de 55 M€ negativos. É importante que este incumprimento não tem que ver com o indicador da solvibilidade. Portanto, o facto de estarmos a incumprir com o da estabilidade, não faz perigar a nossa participação nas competições europeias. É uma situação de preocupação, mas estamos otimistas de que com o acordo com Ithaka, que já possibilitou uma injeção de 50 M€, que vai ajudar a mitigar este défice de 50 M€, quer com os resultados de 2024/25, venhamos a cumprir este indicador de estabilidade»

Pereira da Costa, CFO da SAD, fala das contas - «Cumprimentar em primeiro lugar todos os associados presentes aqui e dar uma nota relativamente às contas. Esta realidade das contas consolidadas reflete em grande medida os resultados da SAD de futebol, com uma importância de 97/98% nas contas. Nos principais destaques das contas deste exercício 23/24, dar nota positiva ao crescimento das receitas operacionais e em particular às comerciais, referir que o resultado operacional está equilibrado e a importância dos resultados com transações de passes de jogadores, que apesar de positivos, foram insuficientes para compensar as hipérboles financeiras, que fizeram com que o resultado líquido fosse negativo»

João Borges, vice-presidente do FC Porto, apresentou as contas do clube, e José Pedro Pereira da Costa, na qualidade de CFO da SAD, foi convidado a apresentar as contas consolidadas do grupo. Entretanto, há já associados a votar os dois pontos da ordem de trabalhos sujeitos a decisão.