Young Boys, ausências e prioridades da época: tudo o que disse Rúben Amorim
Rúben Amorim (EPA/PETER SCHNEIDER)

Young Boys, ausências e prioridades da época: tudo o que disse Rúben Amorim

NACIONAL14.02.202418:19

Técnico abordou o forma de vários jogadores, deixou avisos sobre o adversário e voltou a reafirmar o principal objetivo da temporada

A partir do Estádio da Suíça em Berna, Rúben Amorim fez esta quarta-feira a conferência de imprensa de antevisão da 1.ª mão dos play-off de acesso aos oitavos de final da Liga Europa, frente ao Young Boys. 

— Sobre a estratégia do Young Boys, que jogava em 4x4x2 e mudou depois para um 4x3x3, o que é que espera da estratégia desta equipa, vai pressionar ou deixar o Sporting jogar?

— Vai ser uma equipa pressionante. A identidade da equipa é ser muito pressionante. Vendeu alguns jogadores e teve de equilibrar a equipa de outra forma em 4x3x3 e não perde em casa para o campeonato há dois anos. Aqui recentemente só perdeu com o Manchester City e o Leipzig. Esperamos uma equipa difícil, muito perigosa, com dois extremos perigosos, médios muito talentosos, centrais experientes. São a equipa suíça que joga mais com o guarda-redes e estamos preparados difíceis. Em relação ao relvado, vamos fazer a adaptação, mas estaremos preparados para um jogo que será muito difícil.

— Sobre a questão do sintético, para o jogo de amanhã poderá haver risco para Daniel Bragança ou Nuno Santos, que já tiveram lesões complicadas, estes jogadores poderão não ser utilizados para mitigar o risco de lesões? E poderemos ver a estreia do Koba Koindredi e o que tem a dizer sobre a chamada do Rafael Nel?

— Começando pelo Nel, de todas as vezes que foi chamado à equipa principal, demonstrou capacidade, qualidade e muita humildade. E dada a recaída do Paulinho, continuamos assim o seu desenvolvimento. É um jogador que foi crescendo dentro da equipa B, mesmo com as dificuldades de jogar contra o Rodrigo Ribeiro ou o Chermiti. Mostrou espírito de sacrifício e vai sentir o que é ir para o banco e dar continuidade a esse crescimento.

Sobre o sintético, só o Coates não viajou. Todos os outros estão aptos. Se disserem ao Nuno Santos que é melhor descansar, vejam o que ele responde. Daniel Bragança está recuperado da lesão. Temos de vencer e não podemos usar o relvado como desculpa. O importante é perceber como rola a bola.

O Koba é uma opção. Não vos vou dizer nenhum dos titulares, mas estamos a ter atenção à sua capacidade física, à forma como está a jogar. A estreia poderá ser amanhã ou não, vamos ver.

— Se tiver de escolher, continua a dar prioridade ao campeonato e isso dará proteção a alguns jogadores para o jogo com o Young Boys? E vai dizer ao Gyokeres para parar de vez em quando?

— Isso depende dos jogadores. Temos um departamento de performance para estudarmos os jogadores, que vamos conhecendo ao pormenor. Avaliamos cada jogo e o jogo seguinte e temos três dias de jogos esta semana. A nossa grande prioridade é o campeonato, mas não deixaremos este jogo de lado. Em caso de dúvida, por não controlarmos todas as nuances do que pode acontecer, podemos deixar, por exemplo, o Coates de fora. Agora, queremos vencer todos os jogos, mas o campeonato é algo que mexe com o nosso clube e terá sempre preferência.

— O sintético muda a abordagem da equipa para o jogo? E sobre as últimas prestações de Francisco Trincão, que tem seis golos e duas assistências nas últimas cinco jornadas – a que se deve esta mudança de rendimento e estará a bater à porta da seleção?

— Está perto do potencial que tem e o selecionador lá saberá. O que mudou tem a ver com a concentração, a confiança e o acreditar dos jogadores. Digo o mesmo sobre o Eduardo Quaresma, depende mais deles fazerem essa mudança do que do treinador. O mérito é dos jogadores e dos companheiros, que não os deixam cair. O mérito é todo deles.

Sobre a abordagem, a nossa saída de bola não vai mudar. As equipas normalmente esperam um pouco por nós e isso dá-nos tempo para pensar, mas neste jogo temos de nos adaptar mais rápido. Vamos ter pressão constante, mas os jogadores sabem o que fazer porque vimos isso em vídeo e trabalhamos nisso há algum tempo. Temos de pensar mais rápido e esquecer um pouco do que vimos a fazer. Sabemos que o Young Boys vai esticar um pouco a equipa e aí teremos outras coisas para fazer para podermos atacar.

Rúben Amorim fez também uma antevisão da partida em declarações à Sport TV, onde explicou melhor a ausência de Coates da partida e o ambiente que espera encontrar o estádio na partida de quinta-feira.

— Este é um jogo que lhe provoca cautelas. A questão de Coates não ter viajado, é uma gestão que o preocupa?

— Tentamos sempre precaver, conhecendo os jogadores. Não quero que o Coates faça os jogos todos e com o sintético não sabemos as consequências que esse impacto pode ter. Se ele jogar aqui, não sabemos a consequência que terá para a sequência de jogos que temos. Temos outros jogadores preparados para colmatar essa ausência do Coates.

— Conseguiu treinar na Academia em sintético e fazer essa adaptação?

— Não tivemos tempo. Costumamos viajar à noite e faríamos esse treino na Academia para trabalharmos taticamente e acabámos por não o fazer. Não faremos hoje o treino tático para não revelarmos nada, fizemos ontem esse treino a andar e hoje os jogadores só sentiram o relvado e isso não será desculpa para nada, porque com a adaptação de hoje eles estarão preparados.

— O Sporting será favorito por jogar com um adversário que vem da Liga dos Campeões?

Quando olhamos para a Suíça, as pessoas não conhecem o Young Boys, por isso, somos sempre os favoritos para os portugueses e os adeptos do Sporting. Sabemos que em casa eles ganham quase todos os jogos, têm uma média de três golos por jogo. O Manchester City e o Leipzig tiveram aqui dificuldades para vencerem, portanto temos de estar preparados.

— Espera que os adeptos do Sporting emigrantes, espalhados pela zona central da Europa, façam com que o Sporting “jogue em casa”?

— É verdade que em Portugal temos dificuldade em saber se estamos em casa ou fora porque os sportinguistas têm comprado os bilhetes bem cedo. Sabemos que aqui os adeptos do Young Boys enchem o estádio sobretudo em casa. Só queremos fazer um jogo que faça os sportinguistas e os portugueses orgulhosos.