Xavi Hernández: «Oxalá tenhamos noite mágica!»
Treinador do Barcelona sacode a pressão, diz ter a confiança do presidente e de Deco, mas assume que jogo contra o FC Porto pode ser ponto de viragem; elogios ao trabalho de Conceição
Xavi Hernández sente estar sob forte pressão na véspera do jogo contra o FC Porto. Reconhece que o momento do Barcelona não é aquele que desejava, mas afasta o cenário de saída e diz ter a confiança do presidente e do diretor desportivo, Deco. Contudo, ganhar ao FC Porto aliviará muito a pressão que o treinador e a equipa têm sentido nos últimos dias: «Para nós é uma partida importante e vital. No caso de vitória, garantimos o primeiro lugar depois de dois anos sem nos apurarmos para os oitavos. Abordamos este jogo com muita ilusão, esperamos o apoio dos nossos adeptos, precisamos disso mais que nunca e oxalá tenhamos uma noite mágica.»
«Sinto-me apoiado pelo clube em todos os sentidos. Falo diariamente com o responsável, que é o presidente, e tenho total confiança. Com o Deco tenho total confiança, temos uma amizade, e eles sabem como trabalhamos. Noto que tenho total confiança deles. Estou bem, sinto-me com energia, mais positivo do que nunca e tenho que estar porque sou eu quem lidera esta equipe e acredito muito nos jogadores. ganhei títulos e tenho fé cega nos jogadores. Há sempre há críticas, é uma lembrança do que vivi no passado como jogador de futebol», atira.
A pressão, essa «é a mesma de sempre.» «Os resultados vão marcar o futuro da temporada. Daqui a um mês chegará a Supertaça e irão falar da mesma coisa. É o Barça e a pressão de estar aqui. Não muda nada, é planear bem os jogos. Temos muito em jogo porque é uma partida muito importante para esta competição», reforça, deixando elogios a Sérgio Conceição: «O trabalho do Conceição fala por ele, ganhou títulos, tem uma equipa muito bem trabalhada taticamente, eles sabem perfeitamente o que devem fazer. Pressionam alto, nunca dão uma bola por perdida, é um rival de alto nível. Sofremos no Porto, sobretudo na última meia hora. É um opositor muito forte», reconhece.
O que tem falhado para não haver um Barça superlativo? «Há uma ligação entre o meu plano de jogo e o que os jogadores traduzem em campo. Há dias e dias. Em Vallecas fizemos um bom jogo, um jogo para vencer, fomos uma equipa mais agressiva no segundo tempo. O plano está funcionar, mas não é este tipo de jogo que queremos. Falta muita continuidade, como nos 60 minutos do Clássico [frente ao Real Madrid]. Estamos felizes com o plano, nesse domínio não há problema… Muitas coisas têm que ser ditas aos jogadores, até ao nível da mentalidade deles. Temos que entrar fortes para os jogos desde o primeiro minuto, é isso que nos falta, só reagimos quando há urgência, como sucedeu no último [contra o Rayo Vallecano]. Temos que reagir, isso faz parte do processo e sabemos o caminho, temos que competir e amanhã pode ser um ponto de viragem, temos a possibilidade de nos classificarmos no quinto jogo como primeiros do grupo da Champions. O diagnóstico é claro, é sempre claro, e transmitimos isso aos jogadores. Falhámos na pressão alta, na intensidade, na mentalidade, mas acredito firmemente que voltaremos a jogar bem e a alcançar resultados, caso contrário eu não estaria aqui», garante Xavi.