ENTREVISTA A BOLA «Voltar a Portugal para jogar no Benfica é um sonho»

Fábio Jaló, avançado, de 18 anos, é a joia da coroa dos ingleses do Barnsley; cobiçado na Premier League e Serie A, o nome do Sporting também surgiu no lote de interessados; esquerdino não esconde que tem o Benfica no coração

— Jogou seis anos no Benfica e há quatro mudou-se para Inglaterra. Como surgiu a oportunidade de jogar no Barnsley, da segunda divisão? 

— Estava no Benfica desde os seis anos, vivia no centro de estágio e os meus pais já estavam em Inglaterra, há quase dois anos que não vivia com eles e tomaram a decisão de me trazer e surgiu a hipóteses de vir para o Barnsley. 

— Que memórias guarda do tempo que passou no Benfica?

— Boas. Joguei com jogadores que agora estão a fazer muitas coisas boas, como por exemplo, Ivan Lima, João Neves, João Félix , João Veloso e o Fábio Carvalho. 

— A passagem pelo Seixal contribuiu para o jogador que é hoje? 

— Com certeza, aprendi muito, todos os treinadores ajudaram-me, quando me mudei para Inglaterra vi logo que o futebol era diferente, mas a experiência que trazia do Benfica, a adaptação foi mais fácil. 

Portugal tem jogadores em muito bom a nível internacional, quando veem que se trata de um jogador português, associam logo a qualidade 

— Como se define como jogador? Avançado ou extremo? 

— Sempre fui extremo, mas com a mudança para o Barnsley, como eles não jogam com extremos, tive de me adaptar a outras posições, como avançado e até como médio, mas mais na frente, na esquerda. Quando vou à Seleção [camadas jovens de Portugal] jogo a extremo. Quero é jogar [risos].

— Esta época já participou em todas as competições do clube pela equipa principal. O que é que isso significa para si?

— É sinal de confiança por parte do clube e do treinador [Neill Collins] e também mérito meu, pelo trabalho que estou a fazer. 

— Deu uma ajuda aos sub-18, na presente temporada, e marcou um póquer, um hat trick e um bis! 

— [Risos] Foi uma boa experiência, porque já não jogo com tanta frequência com eles, estou mais nos sub-21 e na principal, mas estou sempre pronto para dar o meu máximo e trabalhar. 

Entre clube e Seleção já marque esta época 25 golos. É uma boa marca? O Gyokeres tem mais um do que eu [risos].

— Quantos golos desde o início desta época?

— Entre clube e Seleção são 25. É uma boa marca? O Gyokeres tem mais um do que eu [risos]. 

— Continua a acompanhar o campeonato português? 

— Sim, todas as semanas. O Benfica é o clube do meu coração, sempre. 

— É o sexto jogador mais jovem a estrear-se na equipa principal do Barnsley. 

— Vai ficar para a história e espero bater mais recordes aqui.

— Sente-se um diamante? 

- Muitos adeptos chamam-me de diamante, mas não ligo muito a isso, estou focado no trabalho e naquilo que tenho de fazer.

— Renovou até 2027 e o seu valor de mercado está ficado nos 150 mil euros. Vale isso? 

— Acho que até um valor mais alto [risos]. Tenho de continuar a trabalhar e atingir os objetivos. 

— Durante o mercado de transferências falou-se que clubes da Premier League, nomeadamente, Everton, Fulham de Marco Silva, Brighton, os italianos do Lecce e até o Sporting estariam interessados em contratá-lo. 

— Sim, ouvi muitas coisas, foram feitas propostas, mas aqui o Barsnely dá muitas oportunidades, é o meu primeiro clube em Inglaterra, que me ajudaram muito, desde os 13/14 anos que estou aqui e, portanto, acho que tenho de continuar aqui e o progredir.

Jogar no Sporting? Nunca se sabe, no mundo do tudo pode acontecer, mas o Benfica é a minha prioridade

— Ser português confere-lhe mais credibilidade? Tendo em conta a influência de Rúben Dias, Bernardo Silva e Bruno Fernandes na Premier League. 

— Sim, Portugal tem jogadores em muito bom a nível internacional, quando veem que se trata de um jogador português, associam logo a qualidade.

— Faz parte dos seus planos voltar a jogar no Benfica? 

- Sim, voltar a Portugal para jogar no Benfica é um sonho e um objetivo.

— E se for no Sporting?

— Nunca se sabe, no mundo do tudo pode acontecer, mas o Benfica é a minha prioridade.

Ídolo? Messi e... Ronaldo

Instado a revelar quem é o seu ídolo, ou um jogador referência, a resposta de Fábio Jaló foi curiosa: «O Messi, por também jogar com o pé esquerdo, mas a minha referência é o Cristiano Ronaldo.» 

Golos: imagem de marca

Foi eleito jogador da Academia do Barsnley em 2021/2022, com 27 golos. É essa a sua imagem de marca? «Sim, principalmente a jogar a avançado, tenho mais facilidade em estar mais perto do golo, enquanto a extremo tanto posso dar a marcar como marcar.»

Supersticioso....

Fábio Jaló tem um ritual antes de cada jogo: «Pego na camisola e beijo a parte da frente e o número atrás. Jogo com o 12, mas na próxima época espero conseguir o 11. Era o número com que jogava na Academia e marquei muito.» 

Nas Quinas ou Três Leões?

Soma 14 internacionalizações por Portugal (6 nos sub-18 e 8 pelos sub-19), mas é selecionável para Inglaterra. «Sim, já tive propostas, mas o meu principal foco é a Seleção de Portugal.» 

Patins em linha e bacalhau

Eis o desafio de pergunta e resposta rápida. Hobby? Patins em linha. Prato preferido? Bacalhau, de qualquer maneira [risos ]. Bebida preferida? Ice tea de pêssego. Cor preferida? Vermelho. Clube do Coração? Benfica. Série preferida? Prision break.