Vlachodimos: «Conversa com Schmidt...»

Guarda-redes revela o que falou com o treinador mas não guarda rancor pela forma como saiu; conta qual foi segredo da época anterior: «Mesmo sofrendo primeiro, tínhamos capacidade de dar a volta»; elogia Trubin

Quase quatro meses depois de ter trocado o Benfica pelo Nottingham Forest, por €4,9 milhões, mais €4,4 milhões dependentes de bónus, Odysseas Vlachodimos revisitou a saída do Benfica, motivada pelo que já tinha qualificado de incidente, mas do qual não guarda rancor.

O guarda-redes de 29 anos foi questionado, no podcast Final Cut, sobre o que realmente aconteceu com Roger Schmidt. Como se sabe, o treinador, depois da primeira jornada, sublinhou que o internacional grego não esteve bem no jogo com o Boavista. Os dois, antes do jogo com o E. Amadora, a 19 de agosto, da segunda ronda, discutiram depois de o técnico ter revelado que Samuel Soares seria titular. Vlachodimos não mais voltou a jogar pelas águias.

«Essa foi uma conversa entre mim e o treinador e acredito que deve ficar entre nós», disse Vlachodimos, preferindo valorizar os bons momentos: «O que posso dizer é que nos cinco anos em que estive no Benfica senti-me mais do que feliz, senti-me em casa. O Benfica estará sempre no meu coração. Só quero lembrar-me das coisas boas porque só aconteceram coisas boas nesses cinco anos. Claro que tivemos momentos altos e baixos, como em todo o lado, mas, se olhar para trás, vejo que foi um período maravilhoso. Benfica e Lisboa estarão sempre no meu coração. Os meus dois filhos nasceram em Lisboa, têm passaportes portugueses. Vou lembrar-me sempre do Benfica e estarei sempre grato por tudo.»

Vlachodimos sentiu que «tinha chegado o momento certo para dar o próximo passo e estar na melhor Liga do mundo». Salienta que também deu «muito ao Benfica» e quis «aproveitar a oportunidade» quando surgiu a oferta do Nottingham Forest, no fim de agosto.

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007 em Lisboa... uau

Vlachodimos recordou que a primeira vez que esteve em Lisboa, em outubro de 2017, foi «como o 007», referindo-se ao secretismo da operação. Ainda era jogador do Panathinaikos e só assinaria em maio de 2018. «Era um grande europeu interessado, queria ir. É um clube gigantesco. Quando vemos o estádio do avião, depois o centro de treinos dizemos... uau», recorda, partilhando que, em cinco anos, criou boas relações com todas as pessoas, mas, especialmente, com Seferovic, Svilar, Musa ou Ristic.

Nesta viagem ao passado recente, falou ainda da última época, na qual conquistou o seu segundo título de campeão. «Estávamos muito unidos, conhecíamo-nos bem, sabíamos o que o companheiro do lado fazia. Acreditávamos nas nossas forças. Poderíamos sofrer um golo primeiro, mas sabíamos que tínhamos capacidade de dar a volta. O ambiente na equipa era muito bom, fizemos muitas coisas fora de campo», partilhou.

Impossível perder o campeonato

Questionado sobre se a equipa alguma vez sentiu que o título poderia escapar, depois das derrotas com FC Porto e Chaves, em abril, não hesitou na resposta: «Não, nunca tive essa sensação na época passada e acredito que o mesmo se passou com todos na equipa. Falámos, claro, recordámos aquela boa série antes desses jogos e concluíamos que tínhamos de fazer o mesmo. Era impossível perder o campeonato, isso não passou pelas nossas cabeças.»

Em Inglaterra, Vlachodimos continua a acompanhar a antiga equipa, na qual reconhece «muito talento, como nas temporadas anteriores». 

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«Tem excelentes jogadores. Tiveram um pouco falta de sorte na Liga dos Campeões, mas os últimos resultados foram bons. Têm de continuar a trabalhar para colocar a equipa onde ela tem de estar: no topo da Liga», argumenta.

Estou muito feliz com Trubin. É um guarda-redes muito talentoso

A baliza do Benfica, agora, tem novo dono, Anatoliy Trubin, contratado pelas águias quando Vlachodimos ainda estava na Luz. «Estou muito feliz com ele. É um guarda-redes talentoso, faz bem o trabalho dele e tem de continuar a fazer isso por esse grande clube», rematou.