Vizela luta contra os próprios demónios na vitória do Chaves (crónica)
O jogador do Vizela, Jota Gonçalves, reage no fim do jogo. (Foto: ESTELA SILVA/LUSA)

Vizela-Chaves, 0-1 Vizela luta contra os próprios demónios na vitória do Chaves (crónica)

NACIONAL15.04.202422:47

Chaves vence (1-0) e troca de lugar com o Vizela, que é agora último classificado com 21 pontos, enquanto os flavienses têm mais um

O Vizela entrou muito bem na partida, determinado a, de uma vez por todas, a afastar o azar – segundo Rubén de la Barrera – que tem assolado a formação minhota. Dinamismo foi o que se viu dentro de campo por parte dos jogadores da casa, com boas jogadas de envolvimento, muito bem conduzidas pela batuta do maestro Samu e canalizadas no corredor esquerdo, com Lebedenko e Matheus Pereira muito envolvidos nos lances.

Mas, o futebol tem destas coisas. Completamente contra a corrente do jogo, o Chaves chega à vantagem perto da meia hora, quando nada o fazia prever. E até no golo dos flavienses o azar bateu à porta, ou melhor, à baliza de Ruberto. Após remate de Kelechi Nwakali, a bola sofreu um desvio em Jota e acabou por trair o guarda-redes italiano. A Liga acabou mesmo por atribuir o golo ao defesa-central do Vizela.

Até ao final do primeiro tempo houve mais contratempos para Rubén de la Barrera. Busnic lesionou-se e, com mais gravidade Sava Petrov, que teve de sair de maca com queixas severas no joelho direito.

Verdade é que Hector Hernández teve uma oportunidade muito boa para sair em maior vantagem ao intervalo, num lance em que Ruberto estava batido, mas o Chaves pouco fez nos primeiros 45 minutos.

Também é verdade que coube ao Chaves a melhor oportunidade no arranque do segundo tempo. Grande corrida de João Correia, isolado perante Ruberto, e a obrigar o guardião italiano a fazer uma grande defesa. Não se enganem, o Chaves teve três ou quatro oportunidades para marcar mais um golo – o que sentenciaria a partida – perante um Vizela que foi perdendo toda a gasolina à medida que o tempo ia passando, revelando deficiência técnica e física.

O Estádio do Vizela tem sido um palco inimigo, quase demoníaco, para a equipa da casa. O nervosismo proveniente dos pouco mais de dois mil adeptos nas bancadas ouviu-se na tribuna de imprensa, logo no relvado também.

O Vizela está neste momento a lutar contra os próprios demónios: maus resultados, azar e nervosismo compreensível dos adeptos, que não querem ver o seu clube descer de divisão. E este purgatório aproxima-se de um final, que pode ser o espelho do que se viu hoje em campo.