O MISTER DE A BOLA Vitória justa e saborosa do FC Porto
Vítor Vinha analisa a vitória do FC Porto em Vizela
1. Plano de ataque
O Porto iniciou o jogo ao ataque, assente num sistema de jogo em 1x4x4x2, faminto por resolver rapidamente o desafio. Vizela, anfitrião, não surpreendeu no onze, nem no habitual 1x4x3x3. A construção ficou a cargo dos centrais Pepe e David Carmo que procuraram ligar com os médios Alan Varela e Eustáquio, ou então com Pepê e Taremi, que trabalharam mais à frente, entrelinhas, em zonas interiores. Desta forma, o Porto Nnha vantagem no miolo: 4 vs 3. O goleador “europeu” Evanilson fixou os centrais do Vizela, realizando constantes movimentos à profundidade. O endiabrado Francisco Conceição, do lado direito, e João Mário do lado esquerdo, deram largura e criaNvidade ao ataque. Jorge Sanchez auxiliou a construção e o equilíbrio de jogo: na grande parte das vezes em que a bola chegou a Francisco Conceição, iniciou movimentos de rotura entre central e lateral (underlap), para receber, depois, o esférico mais à frente, e cruzar ou isolar, ainda mais, Conceição no 1x1 ofensivo.
2. Dominar para depois gerir
Agressivo e compeNNvo, rapidamente o Porto mostrou ao que ia. Conceição, numa iniciaNva individual, deu os primeiros sinais, com um remate cruzado ao lado. Circulando bem a bola, tanto em largura como em profundidade, o primeiro golo surgiu naturalmente. Taremi converteu penalty sobre Evanilson. Pouco tempo depois, remate ao poste por Conceição. Pepê e Taremi procuraram bem os espaços entrelinhas, tanto a receber a bola no pé para depois acelerar, ou com movimentos à profundidade intra linha defensiva do Vizela. Numa destas iniciaNvas, Evanilson desperdiçou o segundo. O FC Porto conNnuou a carregar, mas foi após uma recuperação de bola alta, imagem de marca da equipa de Sérgio Conceição, que Eustáquio fez um belo golo. 2-0 ao intervalo. Na segunda parte, geriu o jogo. Não correu riscos e, salvo remate de Samu por cima, não senNu a sua baliza ameaçada.
3. De menos a pouco mais
No início, o Vizela não teve argumentos para contrariar o caudal ofensivo adversário. Não conseguiu pressionar e, quando teve a bola, não ligou o seu jogo. Na sequência de um canto, Nuno Moreira rematou ao poste. Na segunda parte, dispôs da melhor oportunidade para marcar. Perda de bola de David Carmo em zona proibida e, Samu, perante Diogo Costa, rematou por cima.
4. A Figura
Francisco Conceição não foi autor de qualquer golo, mas foi um quebra cabeças para a linha defensiva adversária. Assumiu inúmeras iniciaNvas ofensivas, com momentos incisivos, rematou ao poste e fez uma exibição que reclama por mais minutos.Pepe liderou a equipa do FC Porto em mais uma vitória. Nem parece a idade que tem. Exibição imaculada do central azul e branco a defender, sempre extremamente seguro e com uma leitura perfeita dos lances. Os jovens centrais que aprendam, pois, Pepe, infelizmente, não irá durar para sempre.