Vitória do coletivo
Raya bem voou, mas foi incapaz de travar o remate de Galeno para o 1-0 (Foto: IMAGO)

O MISTER DE A BOLA Vitória do coletivo

NACIONAL22.02.202417:24

Vítor Vinha analisa o FC Porto-Arsenal (1-0) da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões

No passado, na Champions, Sérgio Conceição já tinha demonstrado ser um bom estratega na preparação e na abordagem a este tipo de jogos, de grau de dificuldade elevadíssimo, e este jogo foi mais uma boa prova dessa qualidade. O FC Porto teve pela frente um adversário com grandes mais valias individuais e alicerçado num coletivo tremendo, que está construído para lutar pelo título na liga inglesa e, quiçá, pela Champions. Assim sendo, o golo de Galeno, aos 90+4’, que deu a vitória aos azuis e brancos, tem um valor acrescentado e recompensa um plano bem elaborado. Mas, mais do que isso, premeia um plano muito bem executado pelos seus jogadores.

Solidez defensiva

Bukayo Saka, pela direita, e Martinelli, pela esquerda, são extremos fortíssimos e que podem decidir um jogo a qualquer momento. Odegaard, Havertz e Trossard, pela zona central, são jogadores que, tanto jogam bem em espaços reduzidos, como são fortes a atacar a profundidade, conseguindo causar dano a qualquer equipa. Como tal, o FC Porto teve a árdua tarefa de defender a largura e a profundidade, assim como blindar a zona central do terreno, para impedir o tricotado inglês. O bloco azul e banco esteve, durante todo o encontro, extremamente compacto. Assente num sistema de 4x2x3x1, habitual neste FC Porto, as linhas estiveram sempre muito próximas, com os jogadores a revelarem um espírito de entreajuda muito forte. Prova disso, foi a constante disponibilidade de Galeno e Francisco Conceição, na protecção a Wendell e João Mário, respetivamente. Grande jogo defensivamente, onde os dragões mantiveram um nível de energia elevadíssimo, não concedendo qualquer remate enquadrado à equipa de Arteta.

Dragões ao ataque

Concentrados nas tarefas defensivas, mas sempre com os olhos postos na baliza dos londrinos, o FC Porto conseguiu sair com perigo para o contra-ataque. Com Galeno, Pepê e Francisco Conceição a serem os principais transportadores da bola, na hora de levar o jogo para a frente. Galeno podia ter inaugurado o marcador na primeira parte; Evanilson teve um remate cruzado para defesa de Raya e, na segunda parte, teve um remate desviado para canto, após excelente arrancada de Pepê. Não correndo muitos riscos na construção, o FC Porto foi mais perigoso que o adversário e teve as melhores oportunidades. Mereceu a vitória.

Destaques

Galeno foi o homem do jogo. Marcou um golaço que dá vantagem na eliminatória ao FC Porto. Teve outra grande oportunidade, acertando com uma bola no poste e, na recarga, atirou ao lado: as suas investidas colocaram em sobressalto os londrinos.

Francisco Conceição está cada vez mais influente, nos dragões. Corajoso, assumiu muitas vezes o 1x1 e 1x2, ultrapassando os seus opositores. Numa destas iniciativas, ofereceu a Galeno a possibilidade de inaugurar o marcador.