Vitamina K

Benfica Vitamina K

NACIONAL23.07.202300:06

Di María tem resgatado para si as luzes mais incandescentes na pré-época, mas há outro reforço que tem permitido ao campeão do mundo ter a liberdade para criar. Nos quatro jogos em que participou, Orkun Kokçu assumiu-se como o patrão do meio-campo, não apenas na iniciativa, mas fundamentalmente na forma como o faz.


A «grande qualidade de passe» que faz a equipa «ganhar superioridade a meio-campo», tal como destaca Vítor Manuel, tem sido uma das valências evidenciadas e aquilo que fez o Benfica pagar €25 milhões (mais €5 milhões em objetivos) ao Feyenoord, tornando-se o jogador mais caro da história do clube e do futebol português.


O internacional turco começou «discreto», como atesta o experiente treinador (ver entrevista à parte), mas mostrando rápida adaptação aos novos colegas. No primeiro encontro, frente ao Southampton, procurou várias associações com Aursnes, ex-colega na equipa de Roterdão (e sempre atuando como falso ala), o que ajudou ao bom desempenho na estreia. Na verdade, porém, o médio de 22 anos parece dar-se bem com todos, sendo que parece cada vez mais óbvio que são os outros centro campistas que giram em torno dele e não o contrário.


Kokçu já fez dupla com os três médios do plantel. Começou com Chiquinho (Southampton), tendo a equipa marcado dois golos nos 45 minutos em que atuaram (e nenhum sofrido); seguiu-se Florentino em Basileia (três golos marcados, nenhum sofrido), João Neves com o Al Nassr (três golos marcados, um sofrido) e novamente com Florentino, nos segundos 45 minutos frente ao Celta, período em que os encarnados marcaram dois golos (e nenhum sofrido).


Ainda foram apenas quatro jogos, mas pode querer dizer alguma coisa o facto de Florentino ter sido o único jogador que repetiu a titularidade com Kokçu, podendo já antever-se uma possível hierarquia: João Neves como o terceiro na lista, com a capacidade de substituir quer Florentino quer o próprio Kokçu, e Chiquinho como quarto médio. Outra conclusão também se retira: Aursnes parece fixar-se como jogador de corredor (preferencialmente o esquerdo), deixando definitivamente a zona central.


«O facto de o Benfica ter sido campeão obriga ao dobro do esforço», assinala Shéu a A BOLA. Sem querer individualizar a análise,  considera que a contratação de Kokçu se enquadra na necessidade de «dar mais equilíbrio». «Os sinais são bons. Tão importante como os titulares são os que ficam no banco, pois eles aumentam a exigência para os que jogam», lembra o histórico médio das águias. Com a «subida global» da qualidade, à qual não é alheia a inclusão do turco, o Benfica «está no bom caminho».