Villas-Boas: «Não tive resposta da SAD às perguntas que fiz»
Villas-Boas (Imago)

Villas-Boas: «Não tive resposta da SAD às perguntas que fiz»

NACIONAL20.04.202418:55

Antigo treinador do FC Porto, candidato da lista B, foi entrevistado pelo Observador; enviou 33 questões à estrutura diretiva; critica os acordos já fechados por Pinto da Costa e insiste na questão do ‘Fair Play’ Financeiro da UEFA; defende tomada de posse mais curta que os 15 dias estipulados

André Villas-Boas concedeu entrevista ao Observador na qual, entre muitos temas, abordou o atual momento financeiro do clube. O candidato da lista B não recebeu resposta às 33 perguntas que enviou à SAD sobre o atual quadro financeiro, os acordos já fechados com parceiros e a questão do Fair Play financeiro da UEFA. «Não, nenhuma. Não tive resposta», confirmou.

Apesar disso acredita na vitória nas eleições de 27 de abril: «Sou muito convicto, obstinado. Sei que este é o caminho e tenho muita confiança que esta candidatura vai ganhar as eleições e que serei eleito. Apesar de haver reflexões que em família se fazem tendo em conta o momento.»

Outros temas abordados na entrevista ao Observador.

O acordo para a venda de 30 por cento dos direitos comercias de exploração do Estádio do Dragão à sociedade de investimento Ithaka, por 25 anos:

«O que pedimos foi que o FC Porto pudesse colocar em ‘stand by’ a negociação destes acordos mais estruturantes, tendo em conta a proximidade das eleições. Evidentemente que o que me dá a entender é que para este ‘due diligence’ que foi feito por estas empresas ou fundos detidos por outros podia ser feito mas que dessem a este Direção a oportunidade de olhar para esses contratos e decidir se seria o caminho a seguir. É claro que a Direção está em plenos poderes para executar todas as decisões e naturalmente não fez caso deste pedido porque entende também que é o melhor para o FC Porto na sua visão. Há uma questão importante para nós: no nosso entendimento, se tivesse havido muito maior dinâmica da parte da Direção do ponto de vista comercial do FC Porto nos últimos anos, estas receitas comerciais valeriam agora muito mais dinheiro do que o valor que está a ser atribuído para o futuro. Agora, custa-nos porque sim, há um investimento na parte da infraestrutura do Estádio para criar mais receitas futuras, com bilhética e corporate hospitality a serem exemplos disso, mas não deixa de ser vender algo para ter entrada de capital. Parece-nos que é mais um indicador…»

O incumprimento do ‘Fair Play’ financeiro da UEFA, as multas de €200 mil e €2,6 milhões aplicadas pelo organismo e uma possível pena suspensa por um período de três anos:

«Penso que não porque estamos a falar de um incumprimento anterior dentro desta época desportiva. Há questões que faltam responder, até no comunicado. Há ou não há coima? O FC Porto vai ou não pagar ou já pagou? É verdade ou não que há possibilidade de uma pena suspensa durante um período de três anos por incumprimento relativamente às obrigações financeiras do clube? Todas estas questões não estão por responder…»

Primeiras ações que vai tomar se for eleito:

«A tomada de posse tem de acontecer num prazo de 15 dias, temos de ver se antecipamos ou não, nos nossos rivais é quase de forma imediata para facilitar processos. As primeiras ações, sem estar a querer antecipar-me, é reunir os funcionários do FC Porto e as pessoas que influem diretamente no seu dia a dia, e aqui estou a falar de funcionários e das suas equipas. Sentar-me, perceber motivações, tentar terminar a época da melhor forma em todos os sentidos e depois reunirmos internamente para estabelecer este plano a curto prazo, imediato, tendo em conta as análises extensas que temos de fazer em várias áreas. Na bilhética, nas transferências, na criação de valor, no cash flow… Estabelecer de imediato zonas de intervenção para que possamos estruturar rapidamente o que é o nosso plano a médio e longo prazo. Há um intocável: no curto prazo, o FC Porto tem de ser campeão nacional de futebol em todas as épocas e tem de construir equipas competitivas para tal, é uma obrigação presente.»