Villas-Boas fala sobre Zubizarreta e Gasperini
André Villas-Boas confiante na vitória nas eleições (IMAGO)
Foto: IMAGO

Villas-Boas fala sobre Zubizarreta e Gasperini

NACIONAL11.04.202421:11

Candidato voltou a falar do falhanço da Champions e de Sérgio Conceição

No final da cerimónia em que apresentou os três nomes para a Comissão Executiva, André Villas-Boas falou sobre vários temas da atualidade, entre os quais a possibilidade de Zubizarreta assumir o cargo de diretor-desportivo dos dragões caso seja eleito.

Gostaria de voltar a trabalhar com Zubizarreta? «O anúncio na Direção Desportiva é no dia 18, eu trabalhei com o Andoni [Zubizarreta], é uma pessoa que tenho o máximo respeito e elevação, passou por um dos melhores períodos do Barcelona, como vocês sabem, o Barça também tem um pouco deste vínculo e ADN como FC Porto, e é um clube cheio de valores e de cultura, portanto, vamos aguardar pelo dia 18 para as respostas finais.»

Há plano B se Sérgio Conceição não continuar? «Não há plano B. Não teria necessidade de o fazer, mas aproveito para desmentir em absoluto as notícias que saíram. Gasperini? Sim, eu não tive contacto com nenhum treinador, irei utilizar o dia 28 de Abril, é FC Porto-Sporting evidentemente, mas vou aproveitar os dias seguintes para perceber quais são as intenções do treinador.»

Impactos da possível ausência da Liga dos Campeões: «Nesta fase, há várias considerações a ter. O FC Porto perde a Liga dos Campeões, muito por culpa da queda de Portugal no ranking de coeficiente da UEFA, que é um primeiro sinal de alerta de perda de valor do produto, muito por conta dos pontos atribuídos na Liga Conferência, antes que os clubes estivessem atentos ao coeficiente que estava a ser atribuído à Liga Conferência, onde o FC Porto, o futebol português e os clubes portugueses perderam competitividade e acabou por se refletir na perda de ranking da UEFA. Esse é o primeiro problema, que é um problema de qualidade, de competitividade, de produto, onde temos que nos voltar a colocar. É um desafio enorme, evidentemente, estamos a falar numa perda significativa de valor, por volta dos 40 milhões de euros entre a Liga dos Campeões e a Liga Europa. O FC Porto, como vocês sabem, já se encontra em situação de tesouraria limite, portanto, a situação operacional no seu limite tem que recorrer frequentemente à antecipação de receitas para poder operar no seu dia a dia. Portanto, isto são tudo problemas que se levantam e daí que nós não estamos a perder tempo do ponto de vista dos estabelecimentos e contactos exploratórios já para novas parcerias comerciais e para a renegociação da dívida do FC Porto. Outros modos do FC Porto se financiar. Por fim, dizer que estamos atentos a esta mudança estrutural da venda de receitas comerciais, que pode realmente impactar o futuro do clube. Evidentemente, estamos confiantes que o parceiro possa ser um parceiro de elite, tendo em conta a sua experiência. No entanto, a falta de informação não nos permite ter uma opinião mais vincada sobre o assunto e temos pena de não termos visto a resposta por parte do FC Porto às perguntas que lhes colocámos. São negócios estruturantes que estão a ser tomados a poucos dias das eleições, temos muita pena que isso possa acontecer porque hoje foram vistas aqui três pessoas que têm competências para elevar também do ponto de vista comercial e operacional e jurídico o FC Porto.»

Perdas: «A perda é significativa, é mais um desafio, esperemos que não seja pior que isso, o FC Porto tem que se focar absolutamente em concluir bem o seu campeonato, sonhar ainda com levantar a Taça de Portugal, que é sempre um troféu e que garante de forma direta também a qualificação para a Liga Europa. Há desafios que ainda se levantam, que irão ser propósitos da direção eleita, da nova direção eleita, a perda é significativa e significa mais um desafio».

Apoio: «São tudo sinais de crescimento importante desta candidatura e é isso que traz algum conforto. Evidentemente, ainda hoje passou aqui na sede uma pessoa que por razão da data escolhida já tinha planeado estar fora do país e não consegue ver a sua viagem alterada. Há um grande universo votante que se perde, evidentemente para as três candidaturas, para os três candidatos, mas é pena que assim seja porque nós queremos que estas sejam mesmo as eleições mais votadas de sempre na história do clube e que dobrem o valor de 1988, se possível, porque é um sinal de vitalidade e um sinal de interesse por parte dos sócios. Tem sido uma onda crescente, amanhã estaremos em Famalicão, terminaremos as visitas pelas casas porque já estamos a avançar do ponto de vista da apresentação de todos os membros que estão vinculados a esta candidatura. Esse é um aspeto importante que eu gostava de referir aqui, a qualidade das pessoas que têm vindo a ser apresentadas, as suas zonas de intervenção, as suas competências. Espero que os sócios do FC Porto também entendam que é uma oportunidade que podem vir a não ter mais tarde. Este é um momento de mudança, agradecemos muito ao legado de Pinto da Costa, é único, é histórico, será para sempre elevado, mas este é um momento de mudança e o FC Porto precisa desta mudança.»

Eleições: «Há muitas questões de operação que nos preocupam, evidentemente, não só as questões que já foram bem clarificadas relativamente ao cartão de cidadão e ao cartão de associado, mas sobretudo aos cadernos eleitorais. A consulta, se possível, de cadernos eleitorais, porque parece-nos algo infeliz que não os possamos consultar e tocar diretamente com essas pessoas e incentivá-las a vir votar no dia 27. Mas sobretudo questões de operação, de fiscalização, de delegados às mesas, de composição das urnas, de superdelegados que andem à volta de um perímetro tão grande como é o Estádio do Dragão e de tantas urnas que irão estar disponíveis. E sobretudo das pessoas que irão liderar essas mesas de voto. Foi-nos dito por parte do clube que o clube estaria a lançar aos seus funcionários, em primeiro lugar, um voluntariado para liderar essas mesas e depois, mais tarde, uma proposta para colaborarem nesse dia das eleições, o que me parece que podem não ter tido a adesão que esperavam, o que poderá implicar, normalmente, que todas as listas deveriam ter pessoas também a presidir a mesa, não só enquanto delegados, mas também a presidir as mesas. São questões que se levantam do nível da operação que urgem, que obrigam a respostas rápidas e diárias.»