Uruguai versão 'murderball' e reduzido a dez elimina Brasil nos penáltis
Douglas Luiz falha penálti perante Sergio Rochet
Foto: IMAGO

Copa América Uruguai versão 'murderball' e reduzido a dez elimina Brasil nos penáltis

INTERNACIONAL07.07.202405:09

Vinicius Júnior falhou o jogo por acumulação de amarelos

O Uruguai está de volta a uma meia-final da Copa América 13 anos depois. A Celeste Olímpica venceu e eliminou o Brasil em Las Vegas no desempate por penáltis e vai agora defrontar a Colômbia.

O argentino Marcelo Bielsa, selecionador charrúa, transportou para um jogo oficial o famoso murderball, o treino de elevada intensidade que criou ao longo da sua carreira, e impôs um ritmo vertiginoso, que mal deu tempo para respirar aos brasileiros.

As duas seleções montaram uma toada tremenda de parada e resposta, que não abrandou com o intervalo, depois de Darwin Núñez e Raphinha terem desperdiçado as oportunidades mais flagrantes para cada lado. O antigo avançado do Benfica, sem marcação, cabeceou ao lado após grande cruzamento da direita, enquanto o extremo do Sporting apareceu isolado perante Sergio Rochet, permitindo a intervenção do guarda-redes, na sequência de uma finalização com o seu pior pé, o direito.

O Uruguai pareceu sempre a equipa mais confortável no relvado do Allegiant Stadium, com o árbitro argentino Dario Herrera a ser complacente com algum excesso de virilidade de parte a parte. Não aconteceu, no entanto, quando o juiz foi chamado pelo VAR para rever uma entrada duríssima de Nahitán Nández sobre o tornozelo de Rodrygo e anulou o cartão amarelo inicial para transformá-lo em vermelho.

Com mais um em campo, o Brasil assumiu finalmente o domínio da partida, mas Bielsa abdicou de Darwin por De Arrascaeta e fechou as portas para a baliza de Rochet.

Sem prolongamento nesta fase da competição, o encontro foi decidido de imediato no desempate por grandes penalidades. O Uruguai acertou quatro (Giménez falhou, o ex-Sporting Manuel Ugarte apontou o quinto e decisivo) contra apenas dois do Escrete (Éder Militão e Douglas Luiz desperdiçaram os respetivos pontapés), e garantiu o apuramento pela primeira vez desde 2011, ano em que venceu a competição, para as meias-finais.

O Brasil, que estreava Dorival Júnior no banco numa grande competição e não teve hoje Vinícius Júnior por acumulação de amarelos, ficou fora do top 4 pela primeira vez em 8 anos. Em 2016, também nos Estados Unidos, tinha sido eliminado ainda na fase de grupos.

O guarda-redes Franco Israel, do Sporting, não foi utilizado, ao contrário de Manuel Ugarte, também antigo menino querido das bancadas de Alvalade, que jogou toda a partida, e Darwin, ex-Benfica, que saiu aos 78 minutos. No conjunto canarinho, Evanilson entrou aos 82 minutos, já os colegas de FC Porto Wendell e Pepê não saíram do banco. O mesmo aconteceu com Yan Couto, que passou pelo SC Braga.

Também ex-portistas, Danilo e Éder Militão mereceram a confiança de Dorival durante todos os minutos.

O Uruguai-Colômbia promete ser mais uma meia-final escaldante. Na outra, estarão frente a frente Argentina e Canadá.