'Upload' Gyokeres
Gyokeres voltou a ser decisivo nos leões. FOTO IMAGO
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O MISTER DE A BOLA 'Upload' Gyokeres

NACIONAL05.12.202316:10

Hugo Falcão analisa a vitória do Sporting diante do Gil Vicente

1. Sustentação

Rúben Amorim exigiu aos seus jogadores, a reconquista da liderança no campeonato. Durante os minutos iniciais, a intensidade e o ritmo de jogo foram coerentes com a proposta apresentado pelo treinador leonino. No entanto, nas zonas críticas de finalização, a apatia ou falta de eficácia nas ações de jogo foram determinantes. O Gil Vicente expressou em Alvalade, uma organização defensiva arrojada, com as linhas miuto subidas, o que possibilitou ao Sporting, explorar a profundidade curta em diversas ocasiões. Uma das razões para este acontecimento ocorrer com frequência foi o entendimento e leitura de jogo por parte os elementos da linha média dos gilistas, que procuraram ser proativos na pressão defensiva, quer em termos individuais, a Morita e Huljmand, como também em zonas específicas, nas quais utilizaram o método de zona pressionante. A equipa de Vítor Campelos, ao contrário do que se previa, acabou por chegar à vantagem através de um esquema tático ofensivo, exponenciando a atitude competitiva que os jogadores do Sporting, apresentaram desde o início da partida.

2. Gil Vicente

Numa caracterização geral, foi possível verificar que o plano estratégico tático do Gil Vicente, não resultou. A equipa em termos defensivos não teve a perícia para cobrir o espaço nas costas em situações de bola descoberta, o que levou o Sporting a dominar as ações de jogo durante todo o encontro. Em termos ofensivos, o Gil Vicente transfigurava-se em estruturas utilizadas anteriormente, porém não impressionou no regresso aos confrontos com equipas de elevado nível. Os destaques vão para Rúben Fernandes e Murilo, os dois protagonistas do golo solitário da equipa

3. Emergência

A emergente necessidade de ganhar, levou Rúben Amorim a explorar alternativas para um melhor desenvolvimento do ataque, referenciando dinâmicas intersetorais que promoveram desequilíbrios. Os primeiros minutos da segunda parte foram demolidores para os gilistas, nos quais os leões fecharam a partida em cinco minutos --  estes foram cruciais para a equipa voltar a ganhar confiança e respirar ar puro no topo da tabela classificativa. Geny, St. Juste e Matheus Reis foram os escolhidos para potenciar e aperfeiçoar a circulação da bola, a tomada de decisão, e por fim a criatividade, um dos aspetos fulcrais nas equipas de elevado rendimento. Após o Sporting atingir o equilíbrio emocional, o jogo passou para um estado de auto-controlo, com a intensidade e o ritmo a desacelerarem inconscientemente, face ao calendário competitivo.

4. Final

O Sporting é um justo vencedor, pois mesmo estando a perder inicialmente, foi sempre a melhor equipa em todas as componentes. A qualidade individual de Gyokeres foi novamente decisiva no resultado final. Infelizmente, será um dos jogadores que terá de lidar com o mercado de transferências, isto é, a sua performance estará a ser acompanhada por vários clubes europeus, e face à incapacidade económica dos clubes portugueses, Gyokeres será um dos próximos ativos a ser vendido. Quanto ao Gil Vicente, foi uma equipa que procurou equilibrar a partida, mas sem argumentos válidos para competir num contexto difícil.