«Um golo por acaso, mas vitória não foi por acaso», a crónica do Casa Pia-SC Braga
Festa do SC Braga por três vezes repetida em Rio Maior (Foto Carlos Barroso/Lusa)

«Um golo por acaso, mas vitória não foi por acaso», a crónica do Casa Pia-SC Braga

NACIONAL30.12.202323:47

Golo caricato de João Moutinho e entrada de Zalazar decisivos na sorte do jogo, mas o SC Braga fez por merecer a sorte

Diz-se que a sorte protege os audazes. Neste jogo, podemos dizer que protegeu quem mais porfiou. O SC Braga não estava a ser audaz — mas estava a ser persistente — quando o cabeceamento de João Moutinho deixou de ser um balão para a confusão da grande-área e se transformou em golo. Estava aberto o marcador (51’) no segundo remate realmente perigoso do jogo — o primeiro de Felippe aos 40’ — e começava um outro jogo, onde a lei dos mais forte acabou por ditar sentenças. 

A entrada de Zalazar em campo acabou por ser o tónico que os arsenalistas precisavam, arsenalistas que contaram também com quem mais precisavam no momento certo. Salazar deu a rapidez e fluidez que o SC Braga precisava e o goleador Banza, que não estava nos seus jogos, precisou apenas de uma cabeçada certeira para ser decisivo. 

Isto porque o Casa Pia tinha chegado ao empate num lance algo fortuito — uma entrada descuidada de Victor Gomez a dar penálti para os gansos e golo aos 74’ — e antes mesmo que o Casa Pia acreditasse em algo mais do que a conquista de um ponto, Banza demorou três minutos a repor a ordem natural de um jogo cujos principais indicadores conferiam a superioridade do SC Braga

Zalazar, que já tinha feito a assistência para o segundo dos arsenalistas, acabou com as dúvidas de livre direto e tornou-se ele próprio num bom exemplo da riqueza deste plantel comandado por Artur Jorge, que pode ir à cartola sacar de um coelho que mude não só o ritmo como, mais importante a história do jogo. 

A vantagem pode ter surgido num acaso, mas a vitória não aconteceu por acaso... 

Tempo útil para quê?

Como se percebe, houve um jogo até ao golo de Moutinho que caiu do céu, e outro depois, onde o SCvBraga quis ir até ao céu quase como uma obrigação de merecer a sorte. É que até ali o jogo tinha sido mesmo muito pobre em termos de oportunidades. Uma em toda a primeira parte e para o Casa Pia

Depois sim, o SC Braga engrenou a terceira e foi aumentando sempre a velocidade, o Casa Pia foi respondendo a dois ritmos: tentar não se desorganizar e procurar ferir. No final, um jogo com poucas faltas, tempo útil bem acima da média, mas a prova de que tempo útil nem sempre é aproveitado de forma... útil.