Um dragão autodestrutivo que não sabe como parar (crónica)
Famalicão festeja golo no Dragão (Foto: Grafislab)

FC Porto-Famalicão, 2-2 Um dragão autodestrutivo que não sabe como parar (crónica)

NACIONAL13.04.202420:43

Primeira parte para esquecer abriu caminho a mais um resultado negativo; mudanças de Conceição ao intervalo resgataram um ponto; Jhonder Cádiz bisou e foi perigo à solta

Foco na falta de foco, por favor. A crise é profunda, não só de resultados ou emotiva, e a explicação tem de ser mais racional do que qualquer questão arbitral que tenha ou não penalizado a equipa. O FC Porto foi tudo menos contundente no ataque e talvez a defesa famalicense nem sequer merecesse a traição do desvio de Zaydou após insistência de Francisco - a construção portista foi sôfrega, fruto mais do coração do que da razão - que igualou a partida pela primeira vez aos 17’.

Sérgio Conceição apostou novamente na versão mais recente do seu modelo, com Grujic a ser ainda mais 6 do que Varela (começou no banco) e Pepê e Nico a tentarem preencher o espaço entre linhas, à procura de superioridades que ainda beneficiavam da tendência de Iván Jaime vir para dentro. Já na direita a ideia era promover o 1x1 de Francisco com o lateral. E esses duelos, bem mais do que a divisão do espaço interior, bem vigiado por Zaydou e Topic (que descia com Pepê ou Jaime até passar o testemunho ao colega do eixo defensivo ou integrava mesmo uma linha de 5 temporária), eram o único caminho pelo qual os dragões conseguiam chegar perto de Luiz Júnior.

Por outro lado, a equipa de Armando Evangelista nem sempre transitou rápido para o ataque, mas quando o conseguia o perigo era real e, em dois cruzamentos da direita, chegou ao golo, sublinhando a forma horrível como os portistas defenderam.

No primeiro, aos 9’, Cádiz recuperou a bola a meio do meio-campo e finalizou ele próprio alguns segundos depois.Wendell demorou uma eternidade a cobrir o cruzamento de Puma Rodríguez, que encontroucom facilidade o companheiro na área. Sorriso tinha atraído a atenção de Zé Pedro (Sánchez não estava) e permitiu assim a antecipação do venezuelano para o cabeceamento imparável.

No segundo, na compensação, foi Gustavo Sá quem recuperou em terrenos semelhantes, combinou com Nathan e surgiu mais à direita para o cruzamento rasteiro que bateu todo o último reduto dos visitados. A bola passou Sorriso, que falhou, apesar de ter ganhado  a posição a Otávio, porém Cádiz já não perdoou, com a tapinha para o 1-2.

Galeno, Varela e Taremi entraram ao intervalo para montar o 4x4x2 de outros tempos, e o FC Porto cresceu ao ponto de empatar. Mexeu bem Conceição. O iraniano emendou aos 82’ para as redes após Galeno capitalizar má abordagem de Nathan. Chegara a vez de o Famalicão resistir, ajudado por Evanilson.