Na League One, o autointitulado «guardião» do Barnsley, o indiano Neerav Parekh (56%), forjou a sua fortuna na empresa da família, uma das maiores na área dos adesivos e selantes, sediada em Mumbai. Parte do clube, cerca de 9,2 %, pertence ao chinês Chien Lee, antigo proprietário do Nice, e que conta com participações no Thun (Suíça), Oostende (Bélgica), Nancy (França), Esbjerg (Dinamarca), Den Bosch (Países Baixos), Kaiserlautern (Alemanha) e Tychy (Polónia).
Doze clubes da Premier League dominam pelo menos um outro emblema além fronteiras; império do Manchester City é já vastíssimo; só a Red Bull tem projeção mais ou menos semelhante
O indonésio Erick Tohir, antigo dono do DC United e do Inter de Milão, é agora o proprietário do Oxford United, cargo que acumula com o de dono do Persis Solo, emblema do seu país, e o de presidente da federação de futebol local. Em Inglaterra, detém em conjunto com o compatriota e também empresário Anindya Novyan Bakrie, 51 por cento dos The U's.
O jordano Wael al-Qadi, ligado ao setor bancário e ao turismo, é o proprietário do Bristol Rovers desde 2016. Depois de ter estudado em Londres, foi vice-presidente do Projeto para o Desenvolvimento do Futebol Asiático e membro da direção da federação da Jordânia, e participou ativamente como apoiante da campanha do príncipe Ali bin Hussein’s à presidência da FIFA em 2016.
Dos Estados Unidos chegou o advogado e político Rob Couhig, antigo dono da equipa de basebol New Orleans Zephyrs, para controlar o Wycombe (75%, com os restantes 25% a ficar num fundo liderado por adeptos).
Seis emblemas do segundo escalão inglês têm uma ligação através do dono com um outro além-fronteiras; capital norte-americano distribui-se por várias equipas
No Peterborough, 50% das ações são do empresário e autor irlandês Darragh McAnthony, que vendeu a outra metade à empresa canadiana Kelgary Sports and Entertainment, dos investidores Jason Neale e Stewart Thompson, que há muito procuravam um emblema para controlar na English Football League.
O chinês Dai Yongge é o dono do Reading (e do clube Beijing Renhe), através da Renhe Commercial Holdings Company Limited, empresa de investimento que transforma abrigos aéreos em infraestruturas comerciais. Os adeptos do clube invadiram o relvado no último fim de semana na partida diante do Port Vale em protesto pela gestão financeira, que já causou várias deduções de pontos ao longo dos últimos anos. O encontro foi suspenso em definitivo aos 16 minutos.
O norte-americano Michael Eisner, antigo presidente e diretor executivo da Walt Disney e da Paramount Pictures, e que teve curtas passagens pelas cadeias televisivas NBC, CBS e ABC, é desde 2017 o dono do Portsmouth, um clube que entrou em grave crise depois de gestões ruinosas e foi salvo pelos seus adeptos.
Por fim, a League Two
O empresário chinês Peter Lim, também dono do Valência, possui 40% das ações do Salford, emblema controlado pela Class of 92 do Manchester United, formada por David Beckham, Nicky Butt, Gary Neville, Paul Scholes, Ryan Giggs e Phil Neville, que escolheu o clube pela proximidade do The Cliff, antigo local de treinos dos Red Devils, onde o grupo viveu grande parte da juventude.
O alemão Stefan Rupp, ex-proprietário de uma empresa que produzia assentos para helicópteros, ainda resiste no Bradford, depois de ter sido obrigado a vir em missão de socorro do seu país natal para corrigir os erros do sócio Edin Rahic, sem que possuísse qualquer conhecimento sobre o jogo.
Já o antigo lateral do Sporting, o espanhol Hector Bellerín investiu no Forest Green Rovers, o clube mais ecológico do mundo, que utiliza automóveis exclusivamente elétricos, fornece refeições vegan aos jogadores, staff e adeptos e tem um estádio totalmente alimentado a energia solar.
Os irmãos dinamarqueses Alexander e Christopher Reedtz, que criaram a empresa de análise Football Radar, apostam na devolução do histórico Notts County aos principais escalões do futebol inglês, beneficiando precisamente na aposta na big data, tal como fizeram Brentford e Brighton.
Há ainda investimento norte-americano, através da Wagmi United LLC, uma empresa de criptomoeda, no Crawley Town, tal como no Gillingham (Brad Gallinson, ramo imobiliário), no Walsall (Benjamin Boycott, área do investimento) e, ainda, no Wrexham, o dos atores Ryan Reynolds e Rob McElhenney.
O Sutton não tem um acionista maioritário, mas sim três com o mesmo poder, superior a 10% cada: são eles o sul-africano com nacionalidade norte-americana Gary Otto, que fez carreira no ramo imobiliário, o saudita Nawaf Al Shammari e o inglês Tim Allison, que funciona como executivo.