Tudo o que Schmidt disse antes do duelo com a Real Sociedad
Treinador não considera o jogo com os bascos decisivo nem o mais importante da época, mas acrescenta que o objetivo continua a ser a qualificação para os oitavos de final. «Está nas nossas mãos», disparou
- As suas equipas e de Imanol Alguacil partilham alguns dos conceitos de jogo. O que pode marcar a diferença no jogo de amanhã?
- Quando analisámos a Real Sociedad vimos uma equipa que joga com intensidade, com uma abordagem clara a atacar e defender, muito boa nas transições, quando perde« a bola, mas também quando a recupera, tem jogadores que se esforçam muito para estarem disponíveis nos momentos de contra-ataque. São uma equipa muito boa. É por isso que teremos de jogar ao mais alto nível, está em boa forma, a última época deles foi muito boa, são uma das melhores equipas em Espanha de momento. Estão habituados a jogar juntos e são muito equilibrados e isso significa que será um jogo difícil. Mas jogamos em casa e sabemos do que somos capazes de fazer no nosso estádio, e também fora, de ganhar a equipas que estão num bom momento. É essa a nossa tarefa amanhã. O nosso começo na Champions não foi perfeito. Começou com dois penáltis e um vermelho nos primeiros dez minutos. É sempre uma situação difícil. No entanto, mostrámos mesmo nesse jogo [com o Salzburgo] que conseguimos lidar com situações difíceis. Mas, no final, perdemos. Perdemos também com o Inter, não é uma vergonha, mas isso significa que só faltam quatro jogos e, se queremos qualificar-nos para os oitavos de final, temos de mudar o momento. Será um jogo difícil, mas contamos com o apoio dos nossos adeptos, com o nosso espírito, união e qualidade.
- Este é o jogo mais importante da época? É uma final?
- Os jogos mais importante do Benfica são sempre com o FC Porto, já ganhámos duas vezes [esta época], na Supertaça e na Liga. Amanhã não é a decisão final, mas percebo o que quer dizer. Temos grandes ambições também na Champions e queremos continuar em prova. A equipa esforçou-se muito na última época para ganhar a Liga e qualificar-se para a Champions. E, agora, queremos continuar na prova. É a maior competição de clubes e é por isso que é muito importante para nós, para a nossa motivação. Faremos o melhor e tentaremos tudo para ganhar jogo e criar nova situação no grupo.
- Ficar em terceiro lugar no grupo seria bom?
- Já falei muito sobre querermos ser uma das duas primeiras equipas do grupo. Esse ainda é o nosso objetivo, foi o objetivo desde o início, não mudaremos esse objetivo enquanto tivermos essa oportunidade. E de momento, para ser honesto, está tudo nas nossas mãos. Podemos consegui-lo sem ajuda de qualquer outra equipa. Estamos concentrados no nosso jogo e é isso que está na nossa cabeça.
- Di María pode jogar?
- Em primeiro lugar, estou feliz por todos se terem treinado, também Bah e Kokçu. Isso são boas notícias. Tenho de ver com jogadores e departamento médico como vamos lidar com a situação. Por um lado não queremos correr qualquer risco, isso é muito claro, mas por outro é um jogo muito importante. Teremos de trabalhar para lhes proporcionar mais chances de estarem no jogo, de início ou no banco de suplentes. Por agora, não posso garantir que estejam [no jogo] a 100 por cento, mas ainda estamos a trabalhar nisso.
- Tem de fazer um trabalho mental para tirar o melhor dos jogadores, ultrapassar a pressão e as más energias à volta deste momento na prova?
- É a tarefa principal dos treinadores. Claro que há sempre a parte tática, encontrar a abordagem certa para o jogo, mas também criar o estado de espírito, atitude e mentalidade certas para o jogo. Também para estarmos preparados para os diferentes desafios do jogo. Essa é uma das minhas principais tarefas, mas não começará amanhã. Falamos sempre destas coisas. Também o fizemos na época passada. E, nestes momentos, também precisamos de olhar um pouco para trás, tirar proveito das experiências que vivemos em mais de um ano e lembrar os jogadores como lidar com este tipo de situações, qual o caminho certo para jogar ao mais alto nível. Falámos disso e os jogadores estarão preparados para amanhã.
- Quão confiantes e otimistas devem estar os adeptos?
- Estão sempre confiantes e otimistas. Mas, claro, temos de mostrar desde início que podem manter essa atitude. Precisamos deles ao melhor nível e eles têm de esperar que joguemos ao nosso melhor nível no que diz respeito à atitude, entrega, intensidade, tudo o que pode ser influenciado apenas pelo estado de espírito. Isso tem de ser a 100 por cento. E, depois, claro, há sempre a questão da forma dos jogadores, nem tudo está a 100 por cento de momento, porque temos alguns problemas, houve algumas mudanças. Mas, no entanto, amanhã precisamos de todos os jogadores, não interessa se entram de início ou se começam do banco, precisamos deles totalmente concentrados e têm de dar tudo. É isso que vejo nos treinos e temos de pôr em prática desde o primeiro minuto.
- Justificou a opção por Bernat em Milão devido à experiência do jogador. Esse pormenor fará a diferença para o jogo de amanhã?
- Os dois laterais-esquerdo têm histórias especiais, com lesões. Bernat chegou um pouco tarde à equipa, com uma lesão, teve de recuperar, precisou de ter minutos de jogo, já foi utilizado em alguns jogos. Está em muito melhor forma agora. E o mesmo aconteceu com Jurásek, começou bem, lesionou-se com o Boavista, esteve fora algumas semanas, mas está cada vez melhor. De momento, talvez os dois não estejam a 100 por cento, mas estão suficientemente bem para serem utilizados neste jogo. Veremos qual será a decisão amanhã.
- Sente que este jogo vem no mau momento por ser tão decisivo?
- Não penso dessa forma. As coisas são como são. Às vezes é mais fácil quando se joga com a mesma equipa e os jogadores estão todos bem. Mas isso não é normal no futebol. Gerir situações difíceis ou como a que temos agora faz parte do futebol. Temos uma boa equipa, os jogadores estão em forma e também já ganharam muitos jogos. Não é que estejamos a ter insucesso. Perdemos o primeiro jogo da Liga e depois ganhámos os outros todos. Fomos infelizes no primeiro jogo da Champions, com o Inter, OK, a segunda parte não foi top, mas perder lá é possível. Essa é a nossa situação. Apesar de todos os problemas, fizemos muito bons jogos, ganhámos muitos jogos. Também na época passada ganhámos muitos jogos em situações difíceis. Estamos habituados a isso e uma das forças da equipa é olhar em frente, estar preparada para jogar os 90 minutos e não pensar de mais nesses assuntos.