FC Porto-Estoril, 4-0 Tudo o que disse Vítor Bruno após a goleada ao Estoril
Treinador do FC Porto reage ao triunfo expressivo diante dos canarinhos (4-0)
Declarações de Vítor Bruno na sala de imprensa do Estádio do Dragão, após a goleada aplicada pelo FC Porto ao Estoril (4-0), em duelo da 10.ª jornada da Liga.
— Sexta vitória seguida do FC Porto na Liga. A equipa deixa bons indicadores nesta altura?
— Vamos levá-los para o Olival, para continuarmos a crescer e a alicerçar o que temos vindo a fazer nestes meses. O caminho não se esgota aqui, há muito para melhorar e os jogadores são insaciáveis no investimento diário que fazem. Podemos não ser mais os mais talentosos ou geniais, mas no Olival eles são imbatíveis nisso e depois há ser espelhado em competição. Enquanto continuar assim, fico satisfeito.
— Esperava ter a equipa nesta posição nesta fase do campeonato, com 27 pontos somados em 30 possíveis?
— Isso não serve de consolo. Num clube como o FC Porto, queríamos ter só vitórias até agora, isso é que nos guia e não há espaço para não ganhar aqui. Somos desafiados aqui dentro a ganhar, ganhar, ganhar, e é isso que queremos instituir. Não queríamos ter percalços, mas o que não podíamos fazer era ficar a chorar nesses momentos. É preciso tempo para maturar e aqui há pouco tempo ou nenhum, fizemos bons resultados depois do jogo em Manchester, mas temos outro jogo na quinta-feira e este já ficou arrumado. Boa exibição, equipa cada vez mais segura, mas não passa disso. Num processo de crescimento, queremos recuos mínimos e avançar. É uma missão muito consciente, balanceando tudo diariamente num processo de construção da equipa.
— Como olha para o lance de fair-play de Pepê?
— Volto a dizer, só tenho palavras elogiosas, porque queremos que eles sejam sempre muito honestos com eles mesmos dentro de campo. Posso ser criticado por isto, porque ele podia fechar o jogo naquele momento, mas o futebol não é isso e ele depois foi recompensado. O futebol é assim, pode demorar, mas o tempo encarrega-se de pôr tudo no sítio certo.
— O que pretendeu com as substituições e como explica a ausência de Otávio dos convocados?
— O Otávio é um jogador do plantel e é verdade que foi titular indiscutível no ano passado, mas compete com quatro centrais, agora com Marcano mais perto do regresso, e é uma opção, não é uma questão de travessia no deserto. Tem de esperar pelo seu momento de regressar à competição. A estrutura só foi alterada quando entrou o Mora, com Galeno ficámos iguais e ele é titular da equipa, tanto que depois fazem este tipo de resposta e deixam-me sem trunfos para outro tipo de atitude. Podem não ter o maior sorriso na cara, mas depois entram e fazem isto. Todos eles entraram bem, cheios de energia e estou muito seguro de lançar qualquer um.
— É o quinto melhor arranque de campeonato do FC Porto, ficando apenas atrás de Bobby Robson, José Mourinho, André Villas-Boas e Sérgio Conceição. Como olha para esse registo?
— Se disser que queria vencer 10 jogos em 10 jornadas e estar à frente desses nomes, dirão que sou arrogante, mas é o que sinto. Pouco me interessa se estou em primeiro, terceiro, quinto ou em décimo, quero é que isso coincida com um momento forte do clube. É para isso que me pagam e tento dar o melhor todos os dias, sem reservas, investindo a minha energia toda, e tento que isso coincida com os jogadores. Estar em quinto aí não é consolo.
— O FC Porto não sofre um golo há quase 500 minutos e leva cinco partidas consecutivas com a baliza a zero. É um dos pontos fortes da equipa?
— Tudo o que seja não sofrer é um indicador forte da robustez da equipa. Tudo o que for solidez e robustez casa bem, mas é um processo que demora e que requere muito investimento, com muitas horas de treino de organização defensiva. Houve um momento da época em que sentimos que era preciso esse ajuste posicional, não na linha defensiva, mas mais alto no campo. É continuar a crescer e quinta-feira há mais um desafio fortíssimo em que queremos voltar a estar num nível muito alto.