Tudo o que disse Sérgio Conceição na conferência: «Todos falhámos... enquanto clube»
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto (IMAGO / Maciej Rogowski)
Foto: IMAGO

SC Braga-FC Porto, 0-1 Tudo o que disse Sérgio Conceição na conferência: «Todos falhámos... enquanto clube»

NACIONAL19.05.202400:10

Treinador do FC Porto aponta algumas falhas na estrututa do clube; disse não estar habituado ao terceiro lugar; vai começar a preparar o jogo com o Sporting com a mesma motivação

Declarações de Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, em conferência de imprensa, após a vitória por 1-0 em Braga, ne fecho do campeonato

Era este o desfecho que esperava?

Estávamos muito bem no jogo até à expulsão. Depois acabamos por não estar tão bem. A circulação de bola não foi rápida o suficiente para explorarmos as oportunidades que tínhamos. A equipa entrou bem, percebendo o que precisava de fazer para criar dificuldades ao SC Braga. No entanto, após a expulsão, até ao intervalo, não conseguimos manter o mesmo nível. Retificámos algumas situações ao intervalo e, na segunda parte, criámos muitas situações de golo. O resultado poderia ter sido outro se tivéssemos sido mais eficazes. Esta falta de eficácia foi um reflexo da nossa época. Tivemos muitas ocasiões, mesmo na primeira parte, e, embora não estivéssemos tão bem no jogo, conseguíamos entrar com alguma facilidade no último terço do campo. Muitas vezes, os jogadores não conseguiram mostrar o seu talento nos momentos cruciais. Apesar disso, acho que a vitória foi justíssima. Não estamos habituados a este lugar, mas é o que é. O campeonato acabou e temos que dar os parabéns ao Sporting, que foi campeão com mérito. Agora, temos que nos concentrar no próximo jogo, que é uma final. Queremos conquistar mais um título e adicioná-lo ao nosso museu. Vamos trabalhar para isso.

Este resultado serve para preparar melhor o jogo do próximo fim de semana contra o Sporting [final da Taça de Portugal]?

Os jogos são todos diferentes. Normalmente, os jogadores seguem o plano de jogo e a estratégia com a máxima dedicação, mas cada partida é única. A preparação varia porque os adversários são diferentes. Hoje enfrentámos o SC Braga numa final, e agora temos uma semana para preparar o próximo jogo. Este resultado de hoje, que nos dá três pontos e nos coloca no terceiro lugar, foi importante, mas a prestação e a estratégia dos jogadores para o próximo jogo serão diferentes. Agora, focamo-nos no próximo jogo contra o Sporting, mantendo a mesma dedicação e ambição para preparar a final.

Foi uma época atípica, o FC Porto nunca esteve no primeiro lugar... o que falhou?

Obviamente que falhámos nalgumas situações e falhámos todos, todos, enquanto clube. Não podemos apenas culpar os jogadores ou o facto de termos uma equipa muito jovem, como já discutimos várias vezes durante o ano. Precisamos considerar todos os fatores envolvidos. Contudo, acho que não é o momento certo para fazer essa análise detalhada.

Pinto da Costa já manifestou que gostava de estar no banco na final do Jamor, mas tal não será possível. Acha que a ausência também poderá servir de motivação para os jogadores?

Isso não deve ser um fator motivacional para nós. Da mesma forma, se ele não estiver, isso não vai afetar a preparação do jogo. Essas situações não são relevantes para a motivação dos jogadores em relação à posição do nosso presidente. A motivação de representar um grande clube e estar numa final deve ser natural. Jogadores, treinadores e dirigentes precisam ter essa motivação intrínseca, e isso é o mais importante.

Substituições na segunda parte, nomeadamente com a entrada de João Mário, serviram para o FC Porto atacar mais periferias?

Tínhamos a intenção de explorar as zonas centrais, mas após a expulsão, a equipa recuou ainda mais, dificultando essa estratégia. Tivemos que desmontar a defesa compacta do Braga e criar oportunidades, o que conseguimos na segunda parte. Na segunda parte, houve ajustes na ocupação do espaço pelos nossos laterais e médios. Galeno, por exemplo, jogou mais aberto para explorar as fraquezas do SC Braga. Mudámos a nossa ocupação de espaço com bola para criar mais oportunidades de golo, e foi isso que fizemos. A entrada de João Mário também trouxe uma dinâmica diferente ao jogo, com Martim a desempenhar um papel mais central e Francisco a ocupar zonas diferentes.