O MISTER DE A BOLA: Tudo em aberto
Álvaro Magalhães analisa o empate do Benfica frente ao Rangers
1.Golos e reação
O Benfica jogou em 4x2x3x1, tal como o Rangers, com as equipas a encaixarem-se mutuamente. Os encarnados entraram bem, mas os escoceses, na primeira vez que entraram no ultimo terço dos encarnados, fizeram golo. Mais um cruzamento do lado direito da defesa encarnada com o Rangers a inaugurar o marcador. O Benfica tremeu um pouco porque o Rangers teve sempre a baliza encarnada na mira. A equipa de Schmidt demorou a entrar no sistema tático do Rangers e só aos 14 minutos criou uma oportunidade desperdiçada por Arthur Cabral. A partir daí o Benfica cresceu muito por força de João Neves e pela capacidade de penetração de Neres pelo lado esquerdo e Di María mais da direita para dentro. O Benfica apertou o adversário e teve a grande penalidade merecida, com o golo do empate em cima do intervalo. Pensava-se que esse seria o resultado ao intervalo e com o Benfica por cima mas mais uma vez Fábio Silva com um cruzamento com Sterling no coração da área encarnada a fazer o segundo golo.
2.Mais coração do que cabeça
No segundo tempo o Benfica entrou com o único objetivo e disponível para inverter o resultado o mais rápido possível. Neres e Di María criavam perigos pelas faixas laterais mas faltava esclarecimento, pelo que desperdiçou algumas oportunidades. O treinador viu-se obrigado, e tarde, para mudar a equipa com substituições. Trocou diretamente Arthur Cabral por Marcos Leonardo, mantendo o quarteto ofensivo. Nisto aparece um balde de água fria para os escoceses e um autogolo a devolver a igualdade.A partir daí, o Benfica tentou o terceiro mais com o coração com a cabeça, até porque o ambiente estava complicado fora das quatro linhas mas a defesa escocesa esteve muito bem e resistiu. O resultado não foi o melhor porque a equipa teve oscilações durante os minutos mas nada a apontar aos jogadores porque deram o seu melhor mas encontraram um adversário muito consistente, equilibrado defensivamente e ofensivamente sempre a tentar criar perigo ao Benfica.
3. Instabilidade psicológica
Esta sequência de duas derrotas frente aos rivais criou instabilidade a nível psicológico e este jogo seria muito importante para os jogadores ganhar. Era de competições europeias era o ideal para voltar ás vitórias. Foi um empate que ainda assim, não foi um bom resultado mas o empate demonstrou garra e determinação pela reação da equipa. Foi o resultado menos mau que deixa em aberto em eliminatória
4.O destaque João Neves
Já é um habito mas tem de se voltar a destacar João Neves pela sua disponibilidade em todo o jogo e pela clarividência. Todos queriam ganhar mas este sobressaiu pela vontade, crer, determinação e equilíbrio emocional e merecia a vitória. Houve vontade e crer em termos coletivos mas o resultado é o mais justo estando tudo em aberto para a segunda mão, dando-se nota da disponibilidade.