Trubin com início à Vlachodimos
Novo dono da baliza do Benfica tem o mesmo número de golos sofridos e de ‘clean sheets’ nos primeiros seis jogos de águia ao peito; batismo de fogo madrugador na Champions em clássicos
Anatoliy Trubin chegou, viu e… está em processo de convencer.
A forma atribulada como conquistou a titularidade entre os postes da baliza do campeão nacional, efeito colateral do choque frontal entre Odysseas Vlachodimos e Roger Schmidt depois do técnico alemão ter criticado a exibição do internacional grego após a derrota (2-3) do Bessa e de este lhe ter pedido explicações - o que faria com que o treinador alemão afastasse Vlachodimos da convocatória para o jogo da segunda jornada com o Estrela da Amadora, no qual Samuel Soares foi o titular -, foi apenas mais um obstáculo com o qual o guarda-redes ucraniano 22 anos teve de lidar na hora de ser lançado às feras.
A estreia aconteceu, ainda por cima, fora do conforto da Luz. Trubin fez o batismo de fogo pelos encarnados em Vizela, na 5.ª jornada da Liga, saiu de lá com vitória (2-1) e também com o primeiro golo encaixado ao serviço das águias.
Seguiram-se mais cinco jogos, alguns autênticas provas de fogo, como o clássico da Luz com o FC Porto ou o jogo da segunda jornada da Liga dos Campeões com o Inter, no Giuseppe Meazza.
Ainda é cedo, naturalmente, para fazer um balanço, mas comparando este início de Trubin na Luz com o de Vlachodimos, em 2018/2019, encontramos vários pontos em comum.
Salta à vista, desde logo, que nos primeiros seis jogos de águia ao peito tanto o ucraniano como o grego sofreram o mesmo número de golos: cinco.
Em comum, também, o número de clean sheets nesta fase inicial, ou seja, os jogos em que não sofreram golos. Duas para Trubin (FC Porto e Estoril, na 7.ª e 8.ª jornadas da Liga) e para Vlachodimos (Fenerbahçe, na Luz, na 3.ª pré-eliminatória da Champions, e Boavista, no Bessa, na 2.ª jornada de 2018/19).
A participação madrugadora em jogos da Liga dos Campeões também é partilhada entre ambos. Mas o contexto que Vlachodimos encontrou não foi o mesmo de Trubin. O grego chegou a um plantel que não era campeão e que teve de fazer logo no início da temporada caminho de apuramento para a fase de grupos, primeiro objetivo dessa temporada, deixando pelo caminho os turcos do Fenerbahçe e os gregos do PAOK.
Trubin chegou depois do Marquês de Pombal ter voltado a encher para festejar o há muito desejado 38. E estreou-se logo na fase de grupos da Champions ao segundo de jogo de águia ao peito, enfrentando o Inter em Milão e sofrendo a primeira derrota pelos encarnados.
Esse é, aliás, um dos pontos que distingue o percurso dos dois ao cabo dos primeiros seis jogos pelo Benfica. Vlachodimos venceu três e empatou três, não sofreu qualquer derrota, mas Trubin já leva duas derrotas (Salzburgo e Inter, ambas na Champions) no mesmo número de jogos. Tem, também, mais vitórias, quatro contra três de Vlachodimos em período homólogo.
O ucraniano venceu mais vezes (4), mas também perdeu mais (2), ao passo que o grego (três vitórias e três empates nos primeiros seis jogos) só ao nono jogo provou o amargo sabor da derrota, na Luz, frente ao poderoso Bayern Munique.
Vlachodimos teve de esperar 20 (!) jogos para fazer sequência de duas partidas sem sofrer golos. Trubin tem já oportunidade para o fazer quando o Benfica regressar à competição no próximo dia 20, para enfrentar o Lusitânia dos Açores, na 3.ª eliminatória da prova rainha do futebol português, isto se for titular ao invés de Samuel Soares, ainda estando por perceber se Roger Schmidt irá promover alguma rotatividade na baliza.