Dani Rodríguez, jogador do Maiorca, denuncia a falta de segurança na Supertaça de Espanha: «Foi pior que o caso Rubiales»
A participação do Maiorca na final-four da Supertaça de Espanha, que se realizou na Arábia Saudita, passou rapidamente de um sonho a um pesadelo. Não só por causa da derrota com o Real Madrid (0-3) na meia-final, mas devido às acusações de assédio que foram reportadas após esse encontro, pela mulher de Dani Rodríguez, jogador da equipa insular, que agora atacou o próprio clube e a Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
«A expedição do Maiorca era pequena e à saída do estádio, os homens foram esbofeteados e insultados sem qualquer tipo de segurança. E o mais grave foi o que aconteceu com as nossas mulheres, mas também com irmãs e mães. Apalparam-lhes o rabo e encostaram-lhes os telemóveis à cara para tirar fotografias, como se nunca tivessem visto uma mulher ocidental», disse, em entrevista ao ABC, procurando atribuir responsabilidade pelo que acontecera.
Insultos e agressões no exterior do estádio no final do encontro com o Real Madrid levou Dani Rodríguez a sair em defesa da esposa, com críticas à Federação espanhola: «Uma vergonha!!! Nem tudo é dinheiro!!!»
«A Federação era responsável pela segurança daquela expedição, se estivesse preocupada connosco, penso que todos teríamos mantido a calma, mas foi exatamente o contrário.»
Dani Rodríguez também detalhou o que aconteceu à sua esposa: «Enquanto lhe apalpavam o rabo, ela trazia a minha filha mais nova (de quatro anos) ao colo, a mais velha (de 13 anos) segurava-lhe a camisa e a do meio (de seis anos) segurava-lhe a perna.»
«A minha mulher tem quase 40 anos e sabe quando lhe tocam no rabo»
O jogador também visou a falta de apoio que sentiu, sobretudo por parte da RFEF, cujo presidente, Rafel Louzán, disse que as mulheres confundiram uma situação de aflição com uma de assédio sexual: «O que ele disse é desprezível. Todos sabemos porque é que ele fez essa declaração. Tem medo de perder um rendimento importante. O facto de os valores das pessoas não estarem acima de qualquer quantia de dinheiro é o que mais condeno. A minha mulher tem quase 40 anos e sabe quando lhe tocam no rabo.»
«O que ocorreu na Arábia é muito mais grave do que o caso Rubiales», atirou Rodríguez, recordando o beijo não consentido que o ex-presidente da RFEF deu na boca de Jenni Hermoso na final do Mundial feminino 2023: «Sentimos falta do facto de ninguém ter saído em defesa das nossas mulheres e também dos nossos homens. Os homens foram agredidos fisicamente e as mulheres foram assediadas sexualmente.»
Quem também não se pronunciou sobre este caso foi o próprio Maiorca, para desilusão de Rodríguez: «Entristece-me profundamente. Depois de sete anos no clube, com todo o crescimento, sempre a falar que somos uma família e depois é isto... Podia ter sido a mulher de qualquer um. Sinto falta de uma resposta do clube com uma forte condenação dos factos.»